sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

RELATÓRIO E CONTAS

 


Benfica SAD: resultado líquido positivo de 40,3 milhões de euros

Relatório e Contas do 1.º semestre do exercício 2024/25 comunicado à CMVM.
A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD comunicou nesta quinta-feira, 27 de fevereiro, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o Relatório e Contas do 1.º semestre do exercício de 2024/25. O resultado líquido do período ascende a 40,3 milhões de euros positivos, o que representa uma melhoria de 22,2 milhões de euros face ao período homólogo do exercício de 2023/24.
Este resultado traduz crescimento pelo 4.º ano consecutivo no 1.º semestre, cenário que se justifica pelo impacto positivo do resultado obtido com transações de direitos de atletas, controlo de custos e receitas sustentadas.
Os rendimentos operacionais (excluindo transações de direitos de atletas) atingem os 105,7 milhões de euros, o que representa uma redução de 0,7% face aos 106,4 milhões de euros apresentados no período homólogo. Importa referir que "apenas" 39,7 milhões de euros de prémios da UEFA foram reconhecidos nas contas até dezembro (-8,5% face a 2023/24).
Ou seja, nas contas do próximo semestre, haverá o acréscimo de 32,1 milhões de euros, reconhecidos em janeiro/fevereiro, o que perfaz, até aos oitavos de final, um total de 71,8 milhões de euros.
De destacar o crescimento nos rendimentos com matchday em +14,8%, face ao valor de 20,2 milhões de euros registado neste período, o que equivale ao melhor registo num 1.º semestre. Já nos rendimentos com commercial, o montante foi de 19,5 milhões de euros (-5,4% face ao período homólogo). Em patrocínios, houve um incremento de 7,1%.
Os rendimentos totais ascendem a 214,3 milhões de euros, o que representa um crescimento de 18,8% face aos 180,4 milhões de euros apresentados no período homólogo.
Esta variação é justificada pelo aumento dos rendimentos com transações de direitos de atletas, que representaram 104,1 milhões de euros no presente semestre, o que significa um crescimento de 52,4% face aos 68,3 milhões de euros registados no período homólogo. Este é o 2.º melhor registo obtido num 1.º semestre (o melhor foi em 2019/20).
Os gastos operacionais (excluindo transações de direitos de atletas) equivalem a um montante de 142,9 milhões de euros, o que representa um ligeiro crescimento de 2,7% face ao valor de 139,2 milhões de euros apresentado no período homólogo. Este é o menor aumento dos últimos anos.
Os gastos com pessoal cifram-se em 71,2 milhões de euros (+14,2% face ao período homólogo), incluídos 10 milhões de euros em indemnizações de equipa técnica e jogadores. Sem a variação das indemnizações, os custos teriam descido para 132 milhões de euros.
Por sua vez, o ativo corresponde a um valor de 594,5 milhões de euros, o que reflete um aumento de 5,2% face ao final do exercício anterior, no qual ascendia a 565,2 milhões de euros.
O passivo apresenta um valor de 472,3 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de 2,3% face ao final do exercício transato, sendo de realçar o rácio de 93% entre fornecedores e clientes, uma melhoria substancial face aos 65% em 30 de junho de 2024.
O capital próprio corresponde a um valor de 122,8 milhões de euros, o que representa um aumento de 49,9% face ao montante de 81,9 milhões de euros apresentado em 30 de junho de 2024, sendo esta melhoria de 40,3 milhões de euros justificada pelo resultado líquido deste semestre.
A dívida líquida foi reduzida em 2,8% traduzindo-se no montante de 196,1 milhões de euros.
OUTROS DESTAQUES E PERSPETIVAS FUTURAS
O capital próprio volta a superar o montante do capital social da Sociedade (115 M€).
Resultado do Mundial de Clubes visto como "extraordinário" e como contributo adicional para abater a dívida líquida.
Dívida líquida reduziu face a 30 de junho de 2024. O objetivo é que seja inferior em 30 de junho de 2025.
Cumprir confortavelmente Financial Sustainability.

COM VISTAS PARA O JAMOR VITÓRIA MAIS QUE MERECIDA

 


"Benfica 1 - 0 Braga

Este jogo é uma espécie de acesso virtual à final da Taça de Portugal: quem seguir em frente terá que se bater com o Tirsense, do quarto escalão do futebol português, ainda por cima em duas mãos. Vencer hoje garante presença no Jamor.
Muito bem o Benfica a acertar com o Gil Vicente o adiamento do jogo de Barcelos para 28 de março. Assim teremos uma semana para preparar a receção ao Barcelona. Hoje é para dar tudo!
Não por acaso, Samuel Soares mantém-se na baliza: dá-me ideia de que Lage está a preparar o Samu para jogar contra o Barça - ele mete muito melhor a bola à distância do que Trubin e essa será uma forma de ultrapassar a primeira linha de pressão sufocante dos catalães. Vai ter hoje mais trabalho do que teve sábado.
O Braga, que ganhou aqui para a Liga, apresenta-se no seu melhor momento da temporada. Jogo de 50/50 como o classificou Lage? A ver vamos.

VAMOS AO JOGO (em direto das bancadas da Catedral mais bonita do país)
06 Nossa Senhora de Fátima esteve com o Braga neste remate de golo do Aktur defendido pelo poste. Entrámos bem.
25 jogo está morno,. Precisa de um golo - nosso, claro! - para desbloquear.
26 desbloquear, desbloqueámos... mas o Pavlidis estava fora de jogo no primeiro passe. Não se chama Fresneda, de modo que valeu.
30 andamos lá próximo, agora o Aktur para grande defesa do guarda-redes. Muito joga o Kokcu na posição em que fazia birras com o Schmidt. Aliás, os turcos estão a subir de rendimento, parece que está de regresso o melhor Aktur também.
38 não olhou para um lado nem para o outro: mandou uma bomba de fora da arealá para dentro! PA-VLI-DIS a meter justiça no resultado! Lindooooooo! Grande golo! Tanta gente a englir críticas, ui, ui...
45 o que nós desperdiçamos...
45+2 o que nós continuamos a desperdiçar... 46 bela primeira parte a nossa. Vamos à segunda.
47 VAR? Não vi nada. Alguém viu? Outra coisa qualquer, nada a ver com o jogo. Melhor assim.
54 ó Bruma, crl, marca lá um golo à tua ex-equipa, que eles não levam a mal, tanto golo falhado
57 e o que acaba de falhar o Pavlidis... inacreditável! Está perdoado, está farto de jogar. Mas, já agora, convém matar o jogo, ou não?
70 a nossa incapacidade para acabar com o Braga tem sido um pouco mais do que total. E as substituições não produziram até agora o resultado que o Lage pretendia: o Braga tem tido mais bola e joga-a mais no nosso meio campo.
85 escolham se querem.lances defensivos ou ofensivos: quando o Otamendi perder um duelo aéreo cai o mundo. Bom, e agora faz um corte na pequena área que valeu por um golo. Grande!
88 Schjelderup a esticar o jogo. Ia sendo...
90 mais 6, ainda mais 6.
90+6 Jamor espera por nós. Lá estaremos."

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

DAHL E PAVLIDIS NUM BENFICA DE PEITO CHEIO

 


Um SC Braga tornado inofensivo foi eliminado num jogo que praticamente teve sentido único e que terá mostrado a melhor face dos encarnados, colocando-os à beira de mais uma final.

Com um Pavlidis a atravessar o melhor momento na Luz, um Dahl a sair melhor do que a encomenda devido à versatilidade que coloca ao serviço da equipa, seja como extremo, médio interior ou a fechar como lateral e que faz lembrar um pouco o Zinchenko do City e do Arsenal ou o Raphael Guerreiro de Dortmund e agora de Munique, e ainda uma equipa estável também no plano defensivo, o Benfica eliminou com tranquilidade na Taça o SC Braga e marca agora encontro numa meia-final a duas mãos com o Tirsense, em que deverá, teoricamente, garantir mais uma presença no Jamor.
No início, as dúvidas! Seria o Benfica da Liga ou o da Taça da Liga? E a mesma pergunta poderia ser feita ao SC Braga. Será que os arsenalistas iriam expor as debilidades dos encarnados quando pressionados de forma mais acutilante como no campeonato ou acabariam por sucumbir perante uma sucessão de ataques criados pelas águias, precisamente como acontecera em Leiria?
Na verdade, durante a primeira parte, só houve um sentido em campo, o da baliza de Hornicek, com uma mão-cheia de oportunidades criadas e um golo de Pavlidis a dar tom à superioridade dos homens de Bruno Lage, mais uma vez a mostrarem maior conforto em ataques rápidos do que no jogo posicional.
Mesmo com a receção ao Barcelona nos oitavos de final da Liga dos Campeões no horizonte, percebeu-se rapidamente que as águias só estavam a jogar a partida que as opunha aos bracarenses, sinal de compromisso com a competição. Isso esteve na reação à perda da bola, o que limitou o conjunto de Carvalhal apenas ao seu meio-campo e a ações defensivas, ainda que tenha saído da cabeça de Racic uma das primeiras oportunidades (a única para os visitantes) do primeiro tempo.
Na segunda parte, o SC Braga melhorou, conseguiu ter a bola mais tempo, o que, aliando-se, à incapacidade de os locais em chegar a um segundo golo, mesmo com várias chances para tal, manteve o jogo em aberto. No entanto, tirando uma ou outra iniciativa e um ou outro corte dos centrais benfiquistas, a situação esteve sempre controlada.
Missão cumprida, agora sim, entrará o super Barça na cabeça dos encarnados. Preferencialmente, com um plano um pouco mais completo do que no último embate para que possam anular-lhe o poderio durante a totalidade dos 90 minutos. Mesmo que as probabilidades não estejam a seu favor, Bruno Lage, acho que já ninguém tem dúvidas, vai seguramente tentar.
Luís Mateus, in a Bola

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

BENFICA COM MAIS EQUILÍBRIO, CARRERAS COM MENOS PROTAGONISMO

 


Alteração tática resultou contra o SC Braga. Duvido que resulte contra equipas com blocos mais baixos.

Bruno Lage, treinador do Benfica, sobre a construção frente ao SC Braga
O Benfica está nas meias-finais da Taça de Portugal, depois de um jogo com casos, é verdade, mas com uma exibição convincente, sobretudo na primeira parte — viu-se uma águia bem mais próxima da que se mostrou em outubro/novembro, pouco depois de Roger Schmidt ter sido substituído por Bruno Lage, do que daquela que se arrastou por vitórias magras, às vezes nem isso, nos últimos dois meses.
Como nota de contraste com tempos recentes, fica a forma como o Benfica se arranjou em campo, com a presença simultânea de Dahl e Álvaro Carreras no onze. A defender, o sueco junta-se a Kokçu e Aursnes no meio-campo e Bruma vai tapando, de vez em quando, as subidas do lateral-direito adversário. Já a atacar, Dahl abre no flanco, Bruma procura terrenos interiores e Carreras funciona como terceiro central.
A equipa parece mais equilibrada, mas o espanhol perde protagonismo e envolve-se muito menos no ataque do que acontecia quando jogava como tradicional lateral-esquerdo. Fará sentido, ainda mais quando Carreras começa a acusar cansaço — é o jogador com mais minutos nas pernas pelo Benfica esta temporada. Mas pensando na forma como ajudava a desbloquear jogos pelo flanco esquerdo, o Benfica também arrisca perder alguma criatividade.
Tenho dúvidas de que faça sentido contra equipas com blocos mais baixos, ocasiões onde construir a dois, com eventual ajuda dum médio, pode mesmo ser a melhor opção.
Hugo Vasconcelos, in a Bola

CORRIDA DE FUNDO ENTRE BENFICA E SPORTING

 


Esta etapa última do nosso campeonato era aguardada com especial expectativa porque podia, depois de algum tempo passado, permitir o regresso do Benfica ao mais desejado lugar da Liga. Se bem que à condição, esse seria o condimento extra que mexeria os dados da jornada, animando quem se aproximava e abanando quem há algum tempo se habituava à distância de segurança.

Para que este novo estar se verificasse, era obrigatório ganhar ao Boavista, equipa em processo de mudança radical, agora com um novo, mas experiente treinador. Uma equipa revigorada pela chegada de um numeroso contingente de malta madura recém-contratada. O Boavista não tem tempo a perder, daí a aposta em jogadores já naturalmente adaptados pelo seu percurso. Voltando ao Benfica e a Lage, quando a receita corre bem, cresce a tendência de a repetir. Foi o aconteceu com a equipa e sistema replicados dos Açores pelo treinador.
A repetição da ideia foi justificada, não só pelo conforto do lar, mas também considerando um Boavista ainda fragilizado, em comparação com a perspetiva anterior que o Santa Clara representava. Aproveitando a confiança que a onda açoriana provou, Samuel também regressou à baliza. António Silva e Tomás Araújo, os gémeos do setor recuado, rodaram outra vez. Parece um acordo de paz entre dois parceiros que lutam pelo seu território. Será que algum dia se separam ou irão marcar em dupla a história do clube que os formou?
Quanto ao trio de avançados escolhido, voltou a estar em destaque, com a disposição competitiva de Belotti a impressionar, assinalando com um golo uma noite feliz. A verdadeira alteração acaba por dar-se a meio, na indisponibilidade de Barreiro e Florentino, os dois fiéis soldados da companhia. Aursnes e Kokçu, duas armas pesadas do grupo, acabaram por ter que acrescentar esforço ao seu trajeto, embora um desgaste suavizado com a relativa oposição que o adversário colocou.
Agora, mais do que partilhar o lugar, os rivais disputam um sprint ainda longo e ombro a ombro. Do lado do Sporting, já vinha sentindo o respirar ameaçador da chegada anunciada do rival, sem a poder controlar. Já o Benfica vinha de trás para a frente, algo que sempre desgasta quem lidera e que, muitas vezes, beneficia o antes perseguidor pelo balanço psicológico adquirido. Conseguida a igualdade este impulso pode agora fazer diferença.
Recarga ou não?
Vem este tema a propósito das declarações recentes de Collina, antigo famoso árbitro italiano, que sugeriu o fim da recarga na marcação do penálti. Por ser novidade, soa a estranho. Mas as leis, porque são antigas, devem ser imutáveis? Na prática, é sempre uma façanha defender um penálti, mesmo que mal marcado, mas sofrer um golo na recarga é quase criminoso para o respetivo guarda-redes. A alegria intensa da defesa devia perdurar para contar aos netos e não acabar dois segundos depois em frustração.
O timing de entrada na área dos restantes jogadores é realmente confuso e de difícil avaliação, como também justifica Collina. E alguém sabe quem tem direito a estar mais perto da linha limite da grande área? Na dúvida, os empurrões sucedem-se para ganhar o melhor lugar e a linha da área serve de bloco de partida para a prova de velocidade mais curta e agitada que se conhece. Um desassossego.
Uma das regras já adaptadas, e bem, nos livres com barreira tem essa lógica. Ficou definida uma distância entre a barreira defensiva e a posição dos atacantes que procuram diminuir a visibilidade do guarda-redes. Ficou assim impedido o contacto físico e facilitada a arbitragem.
Circo e cortesia
Além da discutida recarga no penálti, outras nuances são invariáveis: o jogador que comete a infração nunca concorda, mesmo que a falta seja clara. Os colegas do faltoso, amontoados, fazem confusão e tentam destruir a marca de penálti. Enquanto isso, o guarda-redes faz bullying ao provável marcador, que agora já nem é o que agarra na bola. Finalmente, o marcador designado antecipadamente nem sempre é quem marca. Luca, avançado italiano da Udinese, no último jogo, apoderou-se da bola contra a vontade de todos os colegas, incluindo o batedor previamente escolhido e marcou o penálti de que a sua equipa dispôs, ainda na primeira parte. Mesmo fazendo golo, foi substituído, e bem, pelo seu treinador, logo a seguir, castigado pelo egoísmo e desrespeito pelas regras coletivas.
Para acabar em bem e de regresso à Luz, fica a exemplar decisão de Pavlidis, confirmando o seu espírito altruísta, cedendo ao pedido de Kokçu para ser ele a marcar a grande penalidade. Uma bonita e rara cortesia.
Rui Águas, in a Bola

NA MEIA-FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL



Foi um jogo interessante, até pela irreverência arsenalista, com vitória, por números que deviam ter sido mais expressivos, de quem apresentou melhores argumentos. Minhotos só assustaram num lance de bola parada...
Ao derrotar o SC Braga, pela margem mínima, mas de forma clara, o Benfica deu um passo de gigante para chegar à final da Taça de Portugal, que já não vence desde 2017. Nesta altura, entre os encarnados e o Jamor, encontra-se o Tirsense, a primeira equipa do quarto escalão do nosso futebol (9.º da Serie A do Campeonato de Portugal) a atingir as meias-finais da prova rainha. E, atenção, os jesuítas têm história na Taça, ou não tivessem eliminado o Sporting dos Violinos (em dia em que Cândido de Oliveira fez poupanças a pensar na final da Taça Latina, com o Barcelona) por 2-1, a 17 de abril de 1949.
Assim, como só a pescada antes de o ser já o era, os encarnados não podem, nem devem, dar nada por garantido, por respeito ao Tirsense, e também por saberem que no futebol ninguém ganha nada antes do jogo acabar. Mas essas serão contas de outro rosário, para já importa saber de que forma o Benfica fez na Taça aquilo que não tinha conseguido na Liga: derrotar a equipa de Carlos Carvalhal. De então para cá, muita água correu debaixo das pontes, os arsenalistas estabilizaram e passaram a ser mais regulares, e o Benfica tornou-se numa equipa mais solidária, mais compacta e mais eficaz, independentemente de terem estado ausentes dois jogadores que normalmente funcionam como cola entre setores, Florentino e Manu. E talvez seja interessante começar precisamente pela transformação verificada na equipa de Bruno Lage, que perdeu em arte aquilo que ganhou em pragmatismo, prefere correr menos riscos desnecessários nas saídas de bola, e defende, com todos, de forma compacta e organizada.
Tanto isto é verdade quanto o SC Braga, que foi à Luz, desinibido, para discutir o jogo, apenas por uma vez, na sequência de um canto, por Racic (23), colocou em risco as redes à guarda de Samuel Soares (grande tranquilidade e excelente jogo com os pés). No mais, o futebol de bom quilate que saia dos pés de Ricardo Horta, Roger e depois Gharbi, foi neutralizado pela solidariedade e entreajuda benfiquistas. Com uma equipa montada em 4x2x3x1, Carlos Carvalhal teve em Racic um ‘joker’, que procurou jogar entre linhas, à frente de Moutinho e Gorby e atrás de El Ouazzani.
á o Benfica, começa a mostrar, ao longo dos 90 minutos, algumas variantes muito interessantes, que aparentam estar sistematizadas: a equipa é capaz de jogar em 4x3x3, com Kokçu como elemento mais recuado, destinado a pautar jogo no trio de meio-campo; como passa para 5x4x1 com a integração de Dahl como lateral esquerdo e a passagem de Carreras para defesa central; como ainda adota um 4x4x2 puro, como aconteceu quando teve Pavlidis e Belotti em campo em simultâneo; e mostra também capacidade para se transformar num 4x3x2x1.

O que têm todas estas variantes do 4x3x3 inicial em comum? O pouco espaços entre setores, e a agressividade no momento da perda da bola. Foi isso que maiores dificuldades criou ao Sporting de Braga, e Carvalhal percebeu-o bem, preferindo que a sua equipa saísse a jogar com futebol direto; porém, quis o destino que numa das raras vezes em que procurou iniciar a jogada de trás, Paulo Oliveira teve um mau passe que Dahl intercetou, servindo de imediato Pavlidis que assinou um golo de bandeira. A vantagem do Benfica, que já tinha atirado uma bola ao poste por Akturkoglu (6) e vira Bruma (37) rematar de mira levantada sobre a baliza do muito promissor Hornicek, era mais do que justificada, e só não foi ampliada antes do intervalo porque aos 45+2 um cruzamento de Carreras não foi aproveitado nem por Kokçu, nem por Bruma.
DANÇA DOS BANCOS
Na segunda parte, Carvalhal não mexeu na estrutura, mas alterou peças, chamando a jogo Fran Navarro e Bambu. Mas o sinal mais, em termos de oportunidades continuou a ser do Benfica, que viu Bruma (54) e Pavlidis (57), muito perto de aumentar o ‘score’. Foi então que Carvalhal, sagaz, decidiu ‘partir’ o jogo, tirando Moutinho e fazendo entrar o excelente Gharbi para a esquerda, e passando Horta para as costas de Navarro.
Bruno Lage percebeu que o xadrez minhoto estava alterar-se e, aos 67 minutos, assumiu um 4x4x2 de inspiração nórdica, com as linhas recuadas e juntas: Belotti foi para o lado de Pavlidis, e Aursnes passou para defesa direito, entrando Barreiro para o meio-campo. Mas o SC Braga aumentou a pressão, passou a defender mais alto e Bruno Lage teve de corrigir a correção, passe a redundância: aos 79 minutos colocou o Benfica a jogar em 4x2x3x1, tirando Pavlidis, situando Amdouni nas costas de Belotti, e refrescando a ala esquerda com Schelderup na vez de Dahl.
O Benfica retomou o controlo da partida e não mais o perdeu, não obstante as entradas, nos minhotos, e Diego e Gabri, mais vocacionados para o ataque. O jogo chegaria ao fim com o Benfica a afirmar-se como justo vencedor, e o SC Braga, que não fez mais porque os donos da casa não deixaram, a explicar a razão de ter os mesmos pontos do FC Porto. Daqui para a frente, mesmo quando regressar Di María, o Benfica irá manter esta dinâmica coletiva, que defende e ataca, e se mostra altamente competitiva? Esta é uma questão que terá resposta na forma como Bruno Lage quiser aproveitar as qualidades do astro argentino, sem ser penalizado pelas suas insuficiências. Para já, do ponto de vista coletivo, na movimentação e na entrega, esta versão do Benfica é a que mais se assemelha à equipa encarnada que foi campeã com Bruno Lage.
Grego foi Vangelis e compôs a banda sonora da passagem às 'meias' da prova rainha. Otamendi no papel de 'El Patrón', intratável a defender. Akturkoglu e Bruma desperdiçaram na hora de avolumar o resultado.
O melhor em campo: Pavlidis (7)
Longe vão os tempos em que Pavlidis parecia peixe fora de água no entrosamento com os colegas e na hora de finalizar. O patinho feio da fase inicial da temporada deu lugar a um cisne na frente de ataque, agora acutilante a servir os companheiros — como mostrou ontem logo aos 6, em passe a desmarcar Akturkoglu para remate ao poste direito de Hornicek — e muito mais incisivo (e decisivo) na hora de alvejar a baliza adversária. Mostrou-o no remate (17') à malha lateral de ângulo apertado, mas ainda mais no golo que decidiria o jogo, aos 39', quando com uma primorosa receção de bola tirou de imediato Arrey-Mbi da frente (e do lance), para disparar forte e colocado junto ao poste direito de Hornicek. Podia ter bisado aos 57', a passe de Akturkoglu, mas foi surpreendido pela inesperada falha de Bambu e não acertou na bola.
SAMUEL SOARES (6) — Não foi testado com o Boavista e ontem também não. Ainda apanhou susto (24') com cabeceamento de Racic a rasar o poste esquerdo, mas no resto foram 45' tranquilos até ao intervalo, que só deram para mostrar jogo de pés, ao qual teve de recorrer várias vezes após o descanso. Mas defesas para fazer foram... zero — só teve de usar as mãos para amarrar cruzamento (74') de Chissumba e sacudir um canto (90+6') ao cair do pano.
TOMÁS ARAÚJO (6) — Com pouco trabalho defensivo até ao apito para o descanso e sem se projetar muito ofensivamente, ajudou ao equilíbrio na transição defensiva. Mais afoito no segundo tempo, aos 64', sem ninguém pela frente, subiu e tentou remate à entrada da área, que passou ao lado do poste. Foi rendido logo depois.
ANTÓNIO SILVA (6) — Estava com Racic, que cabeceou (24') muito perto do poste, no lance mais perigoso do SC Braga em todo o jogo. Mas no resto, em termos defensivos, cumpriu a missão a preceito. Não arriscou na hora de tirar a bola da zona de perigo.
OTAMENDI (7) — Controlou a primeira parte na linha defensiva encarnada e foi um autêntico patrão na segunda parte, sobretudo quando o SC Braga apertou mais em termos ofensivos, em busca do empate: grande corte na área aos 85', excelente antecipação aos 87' e outra varridela crucial aos 90', a matar as esperanças dos bracarenses em levar o jogo para prolongamento.
CARRERAS (6) — Muitos duelos com Roger não o impediram de carrilar jogo ofensivo, num vai-e-vem estonteante, mas sem o melhor acerto nos cruzamentos. Teve um, absolutamente venenoso, mas talvez demasiado tenso, aos 45+2', mas nem Bruma nem Kokçu conseguiram emendar para dentro da baliza.
AURSNES (6) — Independentemente da posição e dos terrenos que pisa, é sempre um faz-tudo, uma formiguinha trabalhadora, e percebe-se que é a jogar no meio-campo que tem a praia ideal. Com a saída (65') de Tomás Araújo foi para lateral-direito e foi apertado por Gharby nos minutos finais, deixando-o fugir aos 85', também por falta de apoio de Akturkoglu, que, ao contrário do norueguês, já estava nas lonas.
KOKÇU (6) — Serviu passe magistral para Akturkoglu aos 31', mas Hornicek evitou o que seria o 1-0. Algumas vezes em inferioridade numérica no meio-campo, cerrou os dentes e ganhou as bolas.
DAHL (6) — Aproveitou da melhor forma má receção de Paulo Oliveira para ficar com a bola, levantar a cabeça e descobrir Pavlidis à entrada da área, para remate que deu o 1-0. Fê-lo com toda a serenidade que o anda a caracterizar, apesar de ter apenas 21 anos.
AKTURKOGLU (6) — Entrou a todo o gás e estremeceu o poste direito de Hornicek logo aos 6', a passe de Pavlidis, e aos 31' recebeu grande passe de Kokçu para remate à meia volta parado pelo keeper bracarense. Não se entendeu bem com Bruma nalguns momentos.
BRUMA (6) — Não faltaram oportunidades para marcar no reencontro com a antiga equipa (só o fez em posição irregular, aos 26'). Teve o 2-0 nos pés aos 54', mas Hornicek impediu a traição.
LEANDRO BARREIRO (5) — Entrou aos 65' para meter gelo no ímpeto bracarense e fazer a bola circular.
BELOTTI (5) — Substituiu Bruma aos 66', foi apanhado em fora de jogo aos 71' e amarelou Bambu aos 90+1'.
AMDOUNI (5) — Discreto no ataque, com pouca bola, adensou a muralha encarnada nos minutos finais.
SCHJELDERUP (6) — Rematou forte aos 84' para defesa de Hornicek e entreteve as bancadas com grande lance aos 88', a tirar Victor Gómez e Paulo Oliveira da frente mas a rematar à figura.

JOÃO REGO (-) — Colecionou mais uns minutitos. 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

DEMÉRITOS!

 


"Nunca é uma questão do valor dos atletas do Benfica mas sempre uma questão de demérito dos nossos opositores, um discurso em linha daquele dos tempos dos 10-0 ao Nacional da Madeira!
Há que tentar de todas as formas e feitios menosprezar aquilo que o Benfica faz.
Engraçado que os mais desprezados são exatamente aqueles que internacionalmente mais contribuem para o ranking deste país!
Enfim…
Seguindo o princípio deste indivíduo…
Em tempos este indivíduo foi titular no nosso Benfica…imaginem a qualidade desse plantel."

A Gola do Sabry, in Facebook

BENFICA ENTRA EM CAMPO COM A ARTILHARIA PESADA



António Silva, Leandro Barreiro, Akturkoglu e Pavlidis voltam ao onze contra o SC Braga. Baliza de Samuel Soares.
Com o embalo do bom momento de forma, que possibilitou a ascensão ao primeiro lugar do campeonato, com os mesmos pontos que Sporting, e a qualificação para os oitavos de final da Champions, nos quais jogará com o Barcelona (primeira mão na próxima quarta-feira), o Benfica volta a ter um jogo de tudo ou nada, como vários desde que Bruno Lage tomou conta da equipa, no início de setembro.
No jogo com o Boavista, sábado, na Luz, o treinador dos encarnados voltou a poupar alguns dos titulares mais carregados fisicamente, como tinha feito nos Açores, com o Santa Clara. A equipa folgou no domingo e começou segunda-feira a preparar o duelo com o SC Braga, agendado para esta noite, também no ninho das águias, às 20.45 horas. E recorrerá a artilharia pesada para tentar ultrapassar o SC Braga, que soma sete vitórias, um empate e uma derrota nos últimos nove jogos.
E o que quer isso dizer? Que, pelo menos, António Silva, Akturkoglu, Pavlidis e Leandro Barreiro voltam ao onze — com o Boavista, o defesa-central não saiu do banco de suplentes, o extremo e o avançado jogaram os últimos 22 minutos e o médio cumpriu um jogo de castigo por ter completado série de cinco amarelos na Liga.
Começando pela baliza, Samuel Soares tem o lugar confirmado por Lage, jogou aliás com o Boavista para ganhar ritmo e rotinas de jogo. O regresso de António Silva, que jogará ao lado de Nicolás Otamendi, implicará o desvio de Tomás Araújo para a direita e a saída de Leandro Santos para o banco. Carreras mantém-se na esquerda.
O meio-campo receberá o reforço de Leandro Barreiro, agora fresquinho, depois de descanso obrigatório, por suspensão de um jogo na Liga. Aursnes e Kokçu terão de fazer mais um esforço.
Já no ataque, Pavlidis, no melhor momento da época, com 10 golos e três assistências nos últimos nove jogos, será acompanhado por Akturkoglu e, provavelmente, Bruma, que reencontrará a antiga equipa.
Jejum de quase oito anos
O Benfica, como foi sublinhado na conferência de Imprensa de Bruno Lage, não conquista a Taça de Portugal desde 2017. Nesse ano, sob condução de Rui Vitória, venceu o V. Guimarães por 2-1, com golos de Eduardo Salvio e Raúl Jiménez. Desde então chegou duas vezes à final — perdeu com FC Porto em 2020 e com SC Braga, então também treinado por Carlos Carvalhal, em 2021 — duas às meias-finais, uma aos quartos de final e duas aos oitavos de final.
Bruno Lage, em 2018/2019, foi eliminado pelo Sporting nas meias-finais, depois de vitória por 2-1 na Luz e derrota por 1-0 em Alvalade. Nessa temporada seria campeão. Na época seguinte seria despedido, mas antes de sair qualificou a equipa para a final, depois de deixar pelo caminho Cova da Piedade, Vizela, SC Braga, Rio Ave e Famalicão. No jogo decisivo, com o FC Porto (1-2), a equipa foi dirigida por Nélson Veríssimo.

O treinador do Benfica já conquistou Campeonato, Supertaça e Taça da Liga. Falta-lhe a Taça de Portugal. 

Nuno Paralvas, in a Bola

O QUE VEM AÍ É PARA VALENTES



 "1. Atenção, Benfica europeu, porque o que vem aí é para valentes. Atenção, Benfica nacional, porque o que vem aí é para valentes. Atenção, adeptos do Benfica europeu e do interno, porque o que vem aí também é para valentes. Gente valente não assobia a equipa nos momentos menos bons no decorrer de um jogo. Muito têm a aprender os benfiquistas de hoje com os benfiquistas do século passado, que, sem recurso a modernidades luminotécnicas, fizeram do nosso estádio antigo aquilo que a imprensa europeia chamou o Inferno da Luz. Inferno para os que nos visitavam, obviamente. Não para os nossos.


2. Num jogo amalucado - é difícil encontrar outra palavra que defina com rigor aqueles 90 minutos da noite da última terça-feira na Luz -, terminou o Benfica por se qualificar para os oitavos de final da corrente edição da Liga dos Campeões, o que, na realidade, não é uma proeza do outro mundo porque é a 21.ª vez que o Benfica chega a este patamar da competição. Não é para todos. É para um grupo exclusivo de emblemas.

3. Terminou como tinha de terminar o caso dos e-mails - um caso de roubo e de manipulação do correio eletrónico do Benfica -, e de nada valeu o esforço do recurso para o Supremo Tribunal de Justiça dos réus FC Porto, FC Porto SAD, FCP Média, Sociedade de Comunicação S.A. e dos réus Francisco José Marques, Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, Fernando Manuel dos Santos Gomes e Adelino de Sá Melo Caldeira já anteriormente condenados pelo Tribunal da Relação.

4. Assim sendo, as pessoas que durante estes últimos anos se recusaram, cobardemente, a comentar o tema porque ainda não tinha 'transitado em julgado', já podem emitir as suas opiniões sem constrangimentos, porque a sentença já transitou em julgado. Ou seja, acabaram-se as desculpas.

5. Vamos a factos. O Supremo Tribunal de Justiça corroborou a sentença, e ficou decretado que os réus terão de indemnizar o Benfica no montante de 769 300, 90€. A este valor escapa, por enquanto, o valor exigido por danos 'reputacionais' pelos quais o Benfica pede, e muito bem, 1 milhão de euros aos sobreditos réus. Este valor da demanda será ainda analisado em tribunal. Esperemos que o tribunal não tenha pena destes melitantes.

6. O Benfica chegou aos 392 202 sócios e ultrapassou o Bayern Munique em número de adeptos associados. Sempre a crescer. Era só isto.

7. António Silva sobre Nicolás Otamendi: 'A maneira como joga e lidera a equipa é fenomenal. Aprendo com ele todos os dias. Essa aprendizagem que tenho com Otamendi vai ficar para o resto da vida'. Sempre a aprender. Era só isto."

Leonor Pinhão, in O Benfica

JOGAR À BOLA É O MELHOR COMUNICADO



 Indiferente aos meus humores ou às minhas vontades, o mundo muda, expande e contrai. Os motivos nem sempre são claros, mas, quando o Benfica ganha, tudo parece um pouco melhor, o sol brilha e a vida lá fora parece seguir na direção certa. É mesmo a melhor forma de andar nisto. Às vezes, o mundo até muda sem que demos por isso ou compreendamos exatamente porquê, mas estamos ocupados com o sabor inebriante de algumas vitórias consecutivas.

Por exemplo, se perguntar a um benfiquista comum o que levou o seu clube a apoiar o vencedor das eleições para a Federação Portuguesa de Futebol, e agora presidente desta entidade que tutela o nosso futebol, esse benfiquista não saberá explicar, pelo simples motivo de que essa explicação nunca foi dada. Parece um pormenor, até um dia deixar de ser. Podia, sei lá, ter-se dado o caso de o Benfica ter vencido muitos jogos na altura em que essa explicação era esperada, e talvez o presidente do Benfica, sempre à cata dos ventos favoráveis, entendesse que o momento lhe permitia falar de tudo, até mesmo das eleições na FPF, mas esse dia não terá chegado; isso ou os motivos não podem ser partilhados com o mundo. Entretanto, o mundo avança e suspeito que, um dia destes, vamos dar por nós a perguntar por aquilo que permanece sem resposta.
Esta semana tivemos o regresso dos comunicados ao futebol português. Depois de um silêncio recomendável de Benfica e Sporting na semana anterior, os presidentes e os diretores de comunicação abriram as comportas. Foram notas de imprensa, posts nas redes sociais, entrevistas, aparições públicas, de tudo um pouco. Um festival de palavras fortes e posições firmes que fez desconfiar a mais ingénua das vítimas. Resultado final? O bate-boca ainda prossegue enquanto escrevo estas linhas, mas podemos já declarar um vencedor. Ganhou a única das três equipas que decidiu recorrer à técnica ancestral de demonstrar dentro de campo aquilo que se diz cá fora.
Em rigor, o Benfica só se juntou à festa depois de vencer o seu jogo de forma esclarecedora. É revelador de maior prudência, apesar de uma reação à arbitragem dos outros que não me pareceu necessária, ainda que tenha animado as hostes. Até o presidente Rui Costa parece mais leve após as últimas semanas. Descobriu, por exemplo, que não precisa de dar uma entrevista para explicar o mercado. Basta, para isso, ir ao mercado contratar jogadores que respondem pelo presidente e nos explicam com futebol. É realmente extraordinário o quanto os bons futebolistas podem facilitar a vida a um departamento de comunicação. Enquanto Rui Borges, Varandas, Villas-Boas e Anselmi lamentam a sua sorte e se desculpam com variáveis que não sabem controlar, o Benfica vai conquistando jardas, Bruno Lage vai parecendo mais confiante e o mundo vai relembrando aos mais distraídos que jogar à bola é mesmo o melhor comunicado.
Em termos de jogo jogado, que é o que mais interessa, o Benfica parece ter desencantado quatro bons reforços em janeiro, com um acerto que tem sido muito raro na atual direção. É cedo para tirar conclusões categóricas, mas já vimos futebol que chegue para ficarmos com boas impressões. Se o arranque pragmático do Manu foi interrompido por um enorme azar, podemos respirar fundo e dizer que, neste momento, não há novos lesionados. Bruma é o tipo de reforço de inverno que leva qualquer adepto de futebol munido de senso comum a perguntar por que não há mais reforços de inverno como ele. O impacto produzido foi imediato e decidiu jogos. Depois temos Belotti, um ponta de lança cujos primeiros minutos ao serviço do Benfica mais pareceram de pré-época, mas que apresentou um entusiasmante faro de golo no último sábado, não tendo saído de lá com um hat trick devido à exibição muito inspirada do guarda-redes do Boavista.
Deixei o reforço mais interessante para o fim. Samuel Dahl parece ter percebido rapidamente o que era pretendido dele. Forte a defender no meio-campo, inteligente com a bola nos pés, entrosado com Carreras e com Bruma, competente na bola parada, criterioso no resto e aparentemente dado ao trabalho árduo sem grande folclore. Faz lembrar um pouco a rapidez com que Fredrik Aursnes conquistou os benfiquistas. Não houve cá adaptações ao clima, à bola, aos colegas, ao contexto, e muito menos lesões mal curadas. Não custou uma fortuna, não recebe uma fortuna no final de cada mês, não tentou convencer-nos de que é um génio, não utilizou a terceira pessoa do singular para explicar que tipo de jogador e, aliás, quase não lhe ouvi uma palavra. Tudo coisas boas. Contratámos um futebolista para nos resolver um problema um pouco como chamaríamos um funcionário das chaves do Areeiro para nos ajudar a entrar em casa novamente. Samuel Dahl apareceu discretamente com umas radiografias e resolveu o problema em cinco minutos. É tão raro os problemas do Benfica serem resolvidos com esta rapidez que uma pessoa até fica atordoada com a eficácia absolutamente sóbria deste jovem.
Por último, leio nas redes sociais que só quatro clubes da Liga Portuguesa não mudaram de treinador esta época, mais uma demonstração da mentalidade de startup dos nossos dirigentes, que só descansarão quando a sua SAD for um unicórnio cotado na bolsa de Nova Iorque. Enquanto esse dia não chega, apetece perguntar o que deveria ser mais longo: o tempo de um treinador num clube ou o mandato de um presidente? Qual destes demonstrou ser mais competente no tempo de que dispôs?
Os quatro treinadores resistentes — Vasco Matos (Santa Clara), João Pereira (Casa Pia), Ian Cathro (Estoril) e Tiago Margarido (Nacional) — são responsáveis por uma descoberta notável: aparentemente, o tempo que lhes foi dado para continuarem a desenvolver o seu trabalho trouxe resultados positivos e maior consistência exibicional. Espantoso. Tenhamos tempo para refletir sobre este fenómeno surpreendente.
Vasco Mendonça, in a Bola

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

ANTEVISÃO

                               

REALIDADE ALTERNATIVA...


 

FINALMENTE...

 


Profunda preocupação em face do crescente condicionamento e pressão sobre a arbitragem que as constantes declarações dos responsáveis do Sporting, presidente e treinador, à vez, provocam sobre as equipas que têm de apitar os seus jogos, impedindo-as de decidir de forma serena e racional, tal como se verificou hoje na Vila das Aves.

O primeiro golo do Sporting é validado apesar das imagens que todos viram.
No segundo golo, o lance começa com um claro fora de jogo que não é assinalado e que condiciona todo o restante desenrolar da jogada.
Para além disso, há episódios de agressividade extrema que deveriam ter merecido cartão vermelho e que pouparam, mais uma vez, o Sporting e o seu jogador, Diomande.
Pressão constante e desmesurada sobre a arbitragem tem de acabar. De uma vez por todas! Em defesa da verdade desportiva.