quarta-feira, 31 de julho de 2024

O QUE MAIS SE QUER



 "1. Nicolás Otamendi está em Paris com a equipa argentina que disputa o torneio olímpico de futebol. Otamendi elogiou o Benfica por lhe permitir a realização de um sonho. 'É uma competição que nunca joguei. O Benfica compreendeu e deu-me autorização para vir, considerando a minha idade e a minha vontade. Eles sabem que a seleção nacional é sempre uma prioridade. Sacrifiquei as minhas férias para poder estar no Jogos Olímpicos', disse Otamendi.


2. Otamendi tem 36 anos e no seu currículo um título de campeão do mundo, duas Copas América para lá dos títulos de campeão em Portugal, em Inglaterra e no seu país natal, pelo Vélez Sarsfield. Falta-lhe uma medalha de ouro olímpico. O Benfica compreendeu a ambição do seu capitão e permitiu-lhe, nove dias depois da concluída a Copa América, 'saltar' para os Jogos Olímpicos. Estas notícias, por muito respeito que devemos ao grande profissional que é Otamendi, não deixaram de inquietar os adeptos do Benfica.

3. Será que Nicolás Otamendi vai regressar em boa condição à nossa casa que é, na realidade, a casa dele? E quando é que isso acontecerá? E vai, finalmente, gozar as férias depois dos Jogos ou regressa a Lisboa mal termine a prestação argentina nos Jogos de Paris?

4. As questões são muitas e legítimas. Como é legítima outra questão que se prende ao destino da equipa argentina em Paris: devemos nós, benfiquistas, torcer para que o nosso Otamendi se sagre campeão olímpico e acrescente mais uma honraria ao seu palmarés individual? Ou, pelo contrário, devemos receber com satisfação uma saída precoce dos argentinos do torneio de modo a termos Otamendi o mais cedo possível a trabalhar no Seixal?

5. Nesta sua entrevista pré-Jogos, Otamendi proferiu uma frase - 'o Benfica sabe que a seleção nacional é sempre uma prioridade' - que causou inevitável impacto entre os benfiquistas. Para os adeptos e sócios do Benfica não há outra 'prioridade' que não seja o Benfica. Devemos e podemos exigir o mesmo aos nossos atletas nacionais e estrangeiros? Sim, dizem muitos com convicção. Depende das circunstâncias, dirão outros mais maleáveis em função, justamente, das ditas 'circunstâncias'.

6. Serão, por certo, as circunstâncias do arranque oficial da época do Benfica que ditarão a sentença das bancadas sobre as declarações de Otamendi. As circunstâncias são os resultados factuais.

7. Tomem, assim, nota do mais importante dos factos. Domingo, 11 de Agosto, 18h00, em Famalicão. È o nosso arranque na Liga 2024/25. O Benfica entrará em campo com um capitão. Que saia de campo com uma vitória. Isso é o que mais se quer."

Leonor Pinhão, in o Benfica

O MP NÃO ACHA ESTRANHO?

 


"A SAD do Portimonense vai ter um novo dono, num negócio a envolver verbas elevadas. O Suning Holdings Group, da China, prepara-se para investir 80 milhões de euros na compra da sociedade (...).

A transição entre a atual SAD - propriedade de Theo Fonseca e presidida por Rodiney Sampaio - e os futuros donos vai ser feita durante um período de 12 meses." - segundo o site zerozero.pt
... E assim Theo Fonseca e Rodiney Sampaio desaparecem do radar das autoridades portuguesas, sem prestarem contas sobre as famosas NEGOCIATAS que envolveram, o FCPorto de Pinto da Costa.
A justiça a Norte NUNCA funciona para o FCPorto

Alberto Mota, in Facebook

MERCADO PORTUGUÊS

 


▶️ Al Musrati: queriam 20M€ do Benfica mas venderam por 12M€ + 2,5M€ ao Besikta

▶️ Pedro Malheiro: queriam 5M€ do Benfica mas venderam por 2M€ ao Trabzonspor
▶️ Jota Silva: queriam 20M€ do Benfica mas venderam por 7M€+3M€ ao Nottingham Forest
Percebem agora porque o SLBenfica não contrata jogadores em Portugal? 🤷🏻

 Alberto Mota, in Facebook

NÚM3R0S D4 S3M4N4



 "7

Nos primeiros 2 jogos de pré-época 2024/25, foram 7 as estreias absolutas pela equipa de honra do Benfica: André Gomes, Bajrami, Leandro Barreiro, Leandro Santos, Pavlidis, Pedro Santos e Tiago Parente;

8
Nos Campeonatos Nacionais de regatas em linha, foram 8 as medalhas para canoístas do Benfica, 6 de ouro (Fernando Pimenta, K1 1000 metros; João Ribeiro, K1 500 metros; Teresa Portela, K1 500 metros; Messias Baptista, K1 200 metros; João Ribeiro e Messias Baptista, K2 500 metros; Fernando Pimenta, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha, K4 500 metros);

10
O Benfica venceu, pela 10ª vez, a Taça de Portugal de hóquei em patins no feminino;

14
O Benfica é tetradecacampeão nacional de atletismo;

23
No conjunto das 5 modalidades de pavilhão, masculinos e femininos, o Benfica conquistou 22 títulos e troféus em 2023/24 (mais o oficioso Futsal Women's European Champions). Ou seja, ganhou quase 60% de todas as competições nacionais existentes, claramente acima de todos os outros clubes em conjunto;

28
O Benfica conquistou, em seniores, divisão cimeira, 28 Campeonatos Nacionais em 2023/24. Nos masculinos: atletismo (ar livre, pista coberta, corta-mato longo e curto, estrada, milha em estrada, estrada 5 Kms), basquetebol, natação e voleibol. Nos femininos: futebol, andebol, aquatlo, atletismo em pista coberta, basquetebol, futsal, hóquei em patins, luta, minitrampolim, natação, marcha (10, 15 e 20 Kms), polo aquático, rugby (15 e Sevens). Mistos: judo, triatlo (estafetas);

42
Os nadadores benfiquistas ganharam 42 medalhas (22 de ouro) nos Campeonatos Nacionais de natação seniores, juniores e juvenis. 23 em seniores foram (9 de ouro, 13 de prata e 1 de bronze)."

João Tomaz, in o Benfica

BENFICA - REFLEXÕES DE PRÉ - ÉPOCA!



 "Estamos no início da época desportiva de futebol profissional 2024/25 e a exibição na Eusébio Cup deixou todos os benfiquistas a sonhar com mais uma época ao mais alto nível, depois de algumas exibições contraditórias. Bastou uma exibição mais pálida ante o Brentford, em que apesar de algumas fases francamente boas, qual prenúncio do que se viu contra o Feyenoord, para de imediato surgir a conturbação adormecida que espera ansiosamente o momento para se libertar.

Somos todos inquestionavelmente benfiquistas, pese embora a verbalização da nossa fé. Mas enquanto uns clamam que as vitórias são o mais importante até nestes jogos e ao mais ínfimo pretexto, indiferentes ao ruído que podem causar, saltam a tecer comentários depreciativos sobre a equipa e sobre a incapacidade do treinador e suas teimosias quantas vezes, na realidade, inexplicáveis para todos, outros defendem que é precisamente nestes jogos que há que testar e fazer experiências que durante a época não se podem fazer.
Para já, uma coisa é certa: começámos com Schmidt a treinador! Ou porque sim (a Administração acredita no profissional), ou porque não havia outro remédio (a Administração não tinha dinheiro e/ou espaço nos prejuízos já de si agravados de 2023/24 para o despedir). Os meus círculos mais próximos sabem que eu alinho pela alternativa de reconhecer a sua competência e, com tantos adversários "a jurar pela nossa pele", quaisquer contestações mais ou menos inflamadas, só ajudam a destabilizar. Deixem lá Schmidt construir o plantel, fazer opções sobre quais os jogadores para enfrentar uma época de mais de 50 jogos, deixem lá a equipa consolidar e assimilar os novos ou antigos processos e… apoiemos os nossos, em vez de alegrarmos os nossos adversários a assistir "de cadeirinha" ao digladiar interno.
Para já, a imprensa assegura que João Neves vai até Paris possibilitando encher os cofres do Benfica que anualmente tem de suprir o seu "gap" financeiro estrutural (uns 60 M euros?) com estas transações, infelizmente na linha de tantas a privilegiar a vertente financeira em detrimento da valia do plantel, como a de Renato ou João Félix, sem esquecer Bernardo, G. Ramos, Cavaleiro e diversos outros. Então a propalada oferta de renovação feita ao João Neves (a ser verdade) que compara com outros ordenados bem chorudos, parece um autêntico convite à emigração do jogador, corroborando a convicção de que os cofres andam bastante em baixo e tudo isto sem se percecionar qualquer racionalização de custos.
Sobre o plantel, aguardemos mais uns dias porque ainda está longe de estar estabilizado. Seguramente irá haver mais algumas saídas e não farei futurologia sobre quais, mas quaisquer ofertas que apareçam sobre determinados jogadores seguramente ajudariam (i) Schmidt a clarificar o seu núcleo duro e (ii) a rechear os cofres/baixar custos, vendendo quem certamente pouco irá acrescentar durante a época. Com tantas incertezas, entretanto, Rui Costa e Schmidt decidiram de forma extemporânea perorar sobre o "estado da nação", seguramente ansiando tranquilizar os Sócios, mas com considerações desnecessárias. Fiquei surpreendido pela inoportunidade destas comunicações e atrevo-me a dizer que talvez fosse preferível aguardar uns tempinhos até se ter uma melhor visão e maiores certezas do que iremos ter para a época.
A verdade é que, na sequência de uma época desportivamente perdida, nada surpreenderia que este defeso fosse bem turbulento. Ou por causa do Europeu ou porque os Sócios quiseram ir a banhos, este período de transição entre duas épocas até foi bem mais calminho do que se poderia imaginar. Quase ninguém falou da realidade que a todos os benfiquistas deveria preocupar, ou seja, qual será o resultado económico da SAD em 2023/24 sem vendas de jogadores em junho, a indiciar que o ano irá fechar com grave prejuízo (o lucro apresentado no 1º semestre foi de 18 M euros, para o que contribuiu significativamente o lucro de 56,9 M euros da venda de atletas – G. Ramos, em particular). Fazendo contas "de merceeiro", qualquer um diria que o montante do prejuízo do ano pode atingir os 20 ou 30 M euros!
No entanto, como disse Jaime Antunes em recente entrevista, o prejuízo num exercício pode nem ser grave se os exercícios vindouros permitirem a sua recuperação (por estas ou outras palavras). Aqui precisamente reside o busílis da questão: o futuro e a capacidade de juntar resultados financeiros aos desportivos e vice-versa. Uma inopinada entrevista que até se entenderia se ele tivesse assumido o lugar de Luís Mendes (que se demitiu em vésperas das assembleias gerais de 15 de junho) que inexplicavelmente aguarda ser substituído nesta função crucial na Administração da SAD. Assim, apesar de diversas mensagens apaziguadoras, algumas até bem controversas face ao seu passado oposicionista, muitos ficámos sem perceber o objetivo da mesma, mas o tempo certamente virá clarificar a sua oportunidade.
Mas, neste defeso, algo deveria ter sido dito pelos dirigentes do Benfica sobre as amadoras, em que a época 23/24 ficou marcada por imensos sucessos no desporto feminino e alguns no masculino. Vemos enormes mudanças nos plantéis de algumas delas e o comum dos sócios e adeptos não percebe muitas das saídas que até podem ter uma explicação lógica. Pelo meio, no hóquei, vimos sair Nicolia e em vez de ter ao seu lado Rui Costa a homenageá-lo após 10 anos de enormes serviços ao Benfica, sentimos que sai pela "porta dos fundos". Também ouvimos Paulo Moreno, após uns 16 anos de Benfica tecer alguns comentários sobre a mentalidade dos atletas do andebol, que parecem mais turistas de desporto do que atletas profissionais. Não acham que está no momento de se dizer algo, ou a opção é esperar que todos esqueçam? 
Voltemos ao futebol, fazendo figas para que o início da época corresponda aos anseios de todos os benfiquistas. Porque depois da demissão de Luis Mendes, Rui Costa ficou claramente mais frágil. Agora, saiu Gustavo Silva, líder do Departamento Jurídico. Estamos de fora, desconhecemos as razões, mas sabemos que entrou pela mão de Luis Mendes e enquanto lá esteve terá reestruturado alguns contratos na área jurídica. A pergunta que fica: os lugares ocupam-se em função da competência ou das amizades internas?
Na altura da saída de Luis Mendes, escrevi que Rui Costa poderia (deveria) ter tido a iniciativa de ir para eleições e recompor as suas listas com novas gentes. Recentemente, Mauro Xavier, em entrevista que prenuncia uma candidatura, disse o mesmo. Como sabem todos os líderes, há momentos para "ficar quietinho" e outros em que o agir é fundamental para o futuro. Assim, como estamos, tudo depende do sucesso do futebol no princípio da época, dado que se correr "menos bem", Rui Costa poderá ver o seu eletivo ruir como um baralho de cartas!

PS. O Benfica no seu futebol TEM de ter uma estrutura altamente profissional. Pergunto: quem autorizou a equipa profissional do Benfica a jogar em Águeda? Porque Pavlidis poderia, na sua queda, ter fraturado a espinha nas escadas para um balneário subterrâneo junto à linha lateral. Mas como correu tudo bem com "apenas" um dedo fraturado, siga…"

Manuel Boto, in Record

terça-feira, 30 de julho de 2024

IMAGINO COMO DEVE ESTAR AQUELE BALNEÁRIO... A FERRO E 🔥🔥🔥

 


O MODUS OPERANDI...

 


O GOLEADOR QUE CHEGOU COM UM ANO DE ATRASO

 


"Vangelis Pavlidis

1. A pré-época tem-me oferecido vários sinais positivos. O primeiro de todos eles é o de que vai crescendo, jogo após jogo, a convicção de que RUI COSTA acertou em cheio na contratação do ponta-de-lança para 2024-25.
2. PAVLIDIS é um avançado com grande mobilidade, que não se fixa na área à espera que a bola lá chegue para concluir, que não se dá, portanto, à marcação. Por isso o vemos aparecer, do nada, com raro sentido de oportunidade, nas zonas de finalização.
3. Não é um avançado egoísta, como tantos outros, que procura resolver através de jogadas individuais; pelo contrário, o grego vai dando mostras de privilegiar o coletivo através de combinações e entendimentos com os colegas, quer no ataque à profundidade, quer no jogo em apoios. Reparem que, com ele, MARCOS LEONARDO e PRESTIANNI têm aparecido em excelente nível.
4. Fisicamente possante, PAVLIDIS trabalha muito no primeiro momento de pressão, sendo o nosso primeiro defensor a partir da linha da frente, aspeto altamente importante e decisivo para um modelo de jogo que privilegie a pressão alta.
5. E golos, que é o que primeiramente se pede a um ponta-de-lança, não tem parado de os marcar: nunca ficou em branco nos 5 jogos em que participou, e leva já 7 marcados, à média de 2,5 por cada 90 minutos jogados!
6. Sabendo-se que a concretização foi um dos mais graves problemas da equipa na época passada, pode-se dizer, a confirmarem-se - repito, a confirmarem-se - os atributos que até agora lhe temos observado, que PAVLIDIS chegou com um ano de atraso. E que pelo valor pago por ele - 18 milhões de euros - podemos vir a estar na presença de um verdadeiro achado.
APETECE MESMO CAIR NO LUGAR COMUM:
COM VANGELIS A MÚSICA TEM SIDO OUTRA!"

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

segunda-feira, 29 de julho de 2024

O (NOSSO) GREGO



 "1

Na semana em que os Jogos Olímpicos começaram a iluminar ainda mais a Cidade Luz, na sempre tão desejada celebração mundial do desporto, uma feliz e genial ideia cujas raízes remontam à Grécia Antiga, algures por volta de 776 a. C., dois futebolistas gregos são notícia diária em Portugal.
O avançado Vangelis Pavlidis chegou, viu e marcou, para já cinco golos em quatro jogos de pré-temporada com a camisola do Benfica, nada mau para cartão de visita. Os adeptos benfiquistas, otimistas como todos nesta fase embrionária da época, já antecipam que há um novo Gyokeres na Liga. Do outro lado da Segunda Circular, agora que Paulinho foi mostrar os dentes para o México, o Sporting aposta as fichas todas na aquisição de outro ponta de lança, o também grego Fotis Ioannidis, preso pelo Panathinaikos.
Gregos há muitos, portugueses igualmente, cerca de 10, 11 milhões em ambos os casos. Mas eu tenho o privilégio de conhecer, há coisa de um quarto de século, o português que é (quase) tão helénico – palavra que imortalizou em dezenas e dezenas de textos sobre futebol… helénico – como Pavlidis ou Ioannidis. Senhoras e senhores, falo-vos do Miguel Correia, o (nosso) grego.
O Miguel trabalhou comigo aqui em A BOLA, comigo e com boa parte da nossa redação, e é raro o dia em que a malta não recorde uma expressão ou uma peripécia da carreira dele. «Logo hoje que não há nada», costumava dizer, ao início da tarde, quando preparava a edição do Internacional. Certo é que havia sempre alguma coisa, enquanto praticava o grego aprendido na infância – numa altura em que o pai, Severiano Correia, treinou o Aris de Salónica, o Proodeftiki e o Apollon Kalamarias – em colaborações pro bono com inúmeros órgãos de informação da Grécia.
Era vê-lo a debitar palavras impercetíveis sobre jogadores gregos na Liga portuguesa ou portugueses que interessavam a emblemas… helénicos – entre inúmeros temas de conversa – ao som de Demis Roussos, partida que lhe costumava pregar para que do outro lado da linha ouvissem o célebre cantor… helénico interpretar Goodbye, My Love, Goodbye.
O mais letal pé esquerdo de A BOLA – reza a lenda que rejeitou convites de Raul Águas para jogar no Chaves e de Paco Fortes para representar o Farense, diz ele e há testemunhas.
O Miguel, pontapé-canhão que chegou a deixar um ministro do Governo de Cavaco Silva meio grogue num jogo recreativo ou irritou Djalminha num episódio tão cómico como impublicável, ensinou-nos a pronunciar corretamente o nome dos clubes… helénicos. Se alguém diz AEK, por exemplo, assim mesmo, letra a letra, é porque não o conhece. É AEK, tudo numa só sílaba – e Panathinaikos ou Olympiakos, se o Miguel ainda não lhe foi apresentado, desengane-se se pensa que sabe pronunciar a preceito o nome dos gigantes de Atenas e do Pireu.
Este seria o momento em que ele nos diria «desculpa lá, mas isso não é bem assim», naquele espírito do contra que nas horas de stress irritava, decidido a convencer-nos que o Olympiakos era de Atenas porque dava mais jeito para a prosa que estava a alinhavar.
Ao fim de tantos anos nesta vida de jornalista, quando chegar o dia de fechar o computador e guardar as canetas, é deste espírito de balneário que também terei saudades. Dynatí ankaliá, Miguel!

2
Marie-José Perec e Teddy Riner acenderam a pira olímpica que subiu aos céus de Paris num grande balão, culminar de cerimónia de abertura inesquecível – como, afinal, são todas.
Das que assisti, a de Barcelona-1992 continua no topo das minhas preferências, sobretudo pela perícia do arqueiro paralímpico espanhol Antonio Rebollo e a sua flecha de fogo.

3
Otamendi ama a seleção argentina e considera que representar o país dele é prioritário. Compreensível. O Benfica autorizou a ida do defesa-central aos Jogos Olímpicos. Incompreensível."

Paulo Cunha, in a Bola

CHIDOZIE: UM NEGÓCIO ESTRANHO



 "É difícil perceber como é que um clube sem liquidez há anos pagou €5 milhões pelo passe do central e ainda lhe ofereceu um ordenado principesco; talvez os associados mais atentos do Boavista entendam.


O Boavista, ninguém tenha ilusões, não vai lutar pelos lugares cimeiros em 2024/25. O mais certo é sofrer muito para se manter na elite, como sofreu na época anterior com um plantel que qualitativamente era, em tese, superior ao que está ser montado agora. Fary e seus pares operaram o milagre de apagar não um fogo, mas um incêndio de proporções incontroláveis que ameaçou de morte a pantera.
Há ainda outras batalhas difíceis para travar, mas o presidente da SAD – mas não do clube, note-se – continua a debater-se com dossiês singulares. Um deles era Chidozie. A transferência mais onerosa de sempre de um Boavista que no passado comprava barato e bem e vendia caro aos grandes. Num clube sem liquidez, dar €5 milhões ao vizinho FC Porto por um jogador cotado em €2 milhões não lembra a ninguém.
Tão mau quanto isso, é um clube sem liquidez, com credores a bater-lhe diariamente à porta, pagar a módica quantia de €1,74 milhões de salário a Chidozie. No primeiro ano era menos, mas o salário era progressivo. Ou seja, sempre foi demasiado. Não espanta, portanto, que depois de se tornar jogador efetivo do Boavista, o central só tenha jogado uma época completa na equipa – em 2023/24. Foi cedido ao Alanyaspor e depois ao Hajduk Slipt. O que ganhou o Boavista com esta fantástica visão de quem o contratou? Os €500 mil (+ €200 mil em bónus) pagos pelo FC Cincinnati, da MLS, por Chidozie vieram resolver um problema que o jogador não criou. Foi sempre profissional, cumpriu com o que lhe foi pedido. Mas alguém falhou."

Pascoal Sousa, in a Bola

GOSTO DE ROGER E DE SCHMIDT

 


"Nova oportunidade para o treinador do Benfica mostrar que o futebol não é um bicho de sete cabeças


O treinador do Benfica deu esta semana uma entrevista na qual voltou a mostrar-se como ele é, não me pareceu nem mais, nem menos consciente da realidade do Benfica do que nas épocas anteriores. E voltei a ficar convencido de que gosto de Roger. Parece-me uma pessoal frontal, apaixonada pelo que faz, convicta das suas ideias e que transmite com uma clareza que aprecio. Fala de futebol sem fantasmas, quando lhe perguntam.
À exceção de um ou outro episódio infeliz desde que está no futebol português, natural para quem ocupa um cargo com tamanha exposição, responsabilidade e a pressão que tal acarreta, Roger, para incómodo de muitos, reagiu e reage como qualquer um de nós reagiria se fosse insultado, cuspido e alvejado com garrafas de água: com choque e revolta.

«Roger, para incómodo de muitos, reagiu e reage como qualquer um de nós reagiria»

Mas Roger nunca deixou de dar a cara, mais ou menos sorridente dependendo do momento, nunca deixou de falar ao coração dos adeptos e sempre se assumiu como um deles, também.
Poderia fazer um esforço para o fazer mais vezes em português, sim, mas não será certamente isso que o define. Depois há Schmidt. Tem, desde a época de estreia, uma ideia de futebol que muito me agrada e que, sendo simplista, seria a ideal num mundo perfeito. Ganha quem joga melhor, quem ataca mais e defende melhor, quem marca mais golos. Só que não. O futebol profissional e as especificidades do futebol em Portugal determinam que os jogos na maior parte das vezes não se esgotam nos 90 minutos e no resultado final, continuam a ser jogados, noutros campos, por semanas, meses e alguns até anos. Mas o escrutínio a Schmidt, não a Roger, começa e termina principalmente no campo; e neste domínio todos temos um pouco de treinador de bancada, e eu também tenho.

«Não gostei de ver a última época da equipa»

Não gostei de ver a última época da equipa, que pareceu de permanente pré-época em plena competição, sem acerto na estratégia, no posicionamento de alguns jogadores e até, por vezes, no modelo de jogo. Schmidt foi menos competente do que na época anterior a colocar a equipa a jogar e ela perdeu qualidade e perdeu quase tudo. Mas Schmidt continua a ser também Roger e, como ele próprio disse na entrevista, existem condições «para recomeçar».

«Há muita gente com fome de afirmação»

Nesta nova temporada, há muita gente com fome de afirmação, como na primeira de Schmidt, em que o Benfica foi campeão. Trubin, Tomás Araújo, Morato, Beste, Carreras, Leandro Barreiro, Kokçu, Rollheiser, Schjelderup, Prestianni Marcos Leonardo, Pavlidis ou Renato Sanches (que estará a chegar por empréstimo do PSG), por exemplo, ainda precisam de se mostrar ou consolidar posição.
Os jogos de pré-época até agora transmitem boas sensações e uma personalidade em construção bem mais entusiasmante do que a de 2023/2024.
Não precisando de se afirmar como treinador, Roger Schmidt tem aqui mais uma oportunidade para provar que ele está certo e que o futebol, até mesmo o profissional e de alto nível, não é um bicho de sete cabeças."

Nélson Feiteirona, in a Bola

domingo, 28 de julho de 2024

ÁGUIA VOA ALTO



 Foi, de facto, uma primeira parte avassaladora, mas quando, enfim, regressar Di Maria, pode o Benfica continuar a ter este ritmo, este galope, esta mesma intensidade de jogo?

Avassaladora entrada do Benfica no jogo. Quatro golos em vinte minutos e um futebol vibrante, alegre, intenso, que levou os adeptos a um natural estado de euforia, tornando esta edição da Eusébio Cup numa festa pintada de vermelho.
E, de facto, há muito, muito tempo que não se via esta águia voar tão alto. O que coloca uma natural interrogação que é a de se tentar perceber o que tanto pode ter mudado no Benfica adormecido, às vezes indolente, cansado, desiludido que tornou a época passada penosa? Pode tanto ter mudado, apenas porque entraram alguns novos jogadores, verdadeiros reforços que, claramente, agradam aos adeptos? Pode esta diferença enorme ser assinada pelo mesmo homem que, na época passada, chegou a ver tantos lenços brancos a pedir a despedida?
O futebol continua a ser um fenómeno complexo, difícil de entender e, na verdade, ao contrário do que alguns querem fazer crer, não existem verdades absolutas.
O certo é que, depois do que viram hoje ao Benfica, no jogo com o histórico Feyenoord, os adeptos só têm olhos para o futuro e cabeça para o sonho do regresso a uma época de glória.
SEIS DIFERENÇAS DECISIVAS
Procuremos os factos. Há seis enormes diferenças entre este Benfica e o Benfica da época passada. Falemos delas:
1 – grande intensidade na recuperação de bola e, em especial, na reação à perda, quando a equipa está adiantada no campo. Trata-se, mais do que uma diferente atitude, uma convicção de que uma equipa de topo não pode agir de outra maneira.
2 – Enfim, a existência de verdadeiros defesas laterais. Uma equipa que joga na defesa com uma linha de quatro precisa de defesas laterais de grande capacidade de entender o jogo e de se relacionar com os seus centrais e, também, com a estrutura ofensiva de que não podem deixar de fazer parte. A presença de Bah na direita e a chegada de Beste para o lado esquerdo tornou-se fundamental.
3 – Um meio campo musculado e com mais presença na área do adversário. Algo que se tornou possível com o adiantamento de Aursnes e com a chegada de Leandro Barreiro, um jogador que acrescenta, e muito.
4 – Velocidade, rigor e qualidade na circulação da bola. Um fator essencial no futebol moderno e, sobretudo, numa equipa que joga quase todo o período competitivo, em Portugal, com uma obrigação atacante perante adversários tendencialmente defensivos.
5 – Uma atração global pela baliza, o que implica médios que assistem, mas que também se implicam na conclusão atacante.
6 – Finalmente, um avançado com uma insaciável fome de golo. Pavlidis já é uma estrela na Luz e deixa a vida muito difícil a uma concorrência que tem mesmo de trabalhar muito para ser uma alternativa à altura.
Se juntarmos a estas diferenças esse fenómeno argentino que já é Prestianni (grande golo!) e a afirmação de outro talento como Marcos Leonardo, percebe-se que Schmidt tem, enfim, razões para sorrir.
E UMA PEDRINHA DE GELO
Aquece, pois, e com razão, o entusiasmo dos adeptos do Benfica. Viram, ontem, uma primeira parte de grande classe e uma equipa comprometida com um futebol rejuvenescido, cheio de vigor e de poder. Uma equipa que, mesmo quase inteiramente mudada na segunda parte, continuou a dar excelentes sinais, o que a levou a chegar a uns impensáveis cinco-a-zero, tendo em conta o currículo do adversário.
No calor do entusiasmo, a maldade de uma pedrinha de gelo. E quando, enfim, regressar Di Maria, poderá este Benfica ter este galope, este ritmo, esta mesma intensidade de jogo, sem pausas, sem sombras de descanso no jogo? É uma inquietação legítima, mas a questão tem mais de ser respondida pelo argentino do que pela equipa.

DINHEIROS!

 


SILÊNCIO!

 


"O direito ao silêncio é garantido aos arguidos para evitar a autoincriminação. Contudo, em muitos casos, o silêncio pode ser mais revelador do que qualquer palavra dita."

De Águia ao Peito, in Facebook