segunda-feira, 31 de agosto de 2020

DE QUE TEM MEDO NORONHA? AFINAL QUEM FUGIU UMA VEZ TAMBÉM FOGE DUAS, CERTO OU ERRADO?

João Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica

 Assunto: Eleições de Outubro de 2020

Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral,
Escrevo-lhe porque chegou o momento em que nós, benfiquistas, precisamos de si. Precisamos que honre a tradição democrática do Sport Lisboa e Benfica. Precisamos que assegure a liberdade de voto de todos e cada um de nós no ato eleitoral de Outubro. Precisamos que seja o garante da legalidade estatutária. Precisamos que não permita sombra de dúvida sobre a integridade dos resultados eleitorais. Precisamos, afinal, que observe o compromisso que assumiu com todos os benfiquistas quando aceitou exercer o cargo de Presidente da Mesa da Assembleia Geral do nosso glorioso clube.
A decisão que V. Exa. está prestes a tomar é da maior importância para o futuro do Benfica. Sei do que falo. Há vinte anos atrás tive a ousadia de desafiar, com outros benfiquistas, Manuel Vilarinho a candidatar-se a Presidente do Benfica para salvar o clube. Sem eleições livres, Manuel Vilarinho não teria sido eleito Presidente do nosso clube, eu não teria sido eleito seu Vice-Presidente e, seguramente, Luís Filipe Vieira não estaria onde está hoje. A determinação do Presidente da Mesa da Assembleia Geral nesse momento histórico do nosso clube foi decisiva para que a democracia funcionasse, conduzindo a que os sócios, no exercício livre do seu poder soberano, salvassem o Benfica.
Hoje, como em Outubro de 2000, V. Exa. estará sob pressão dos poderes constituídos para desviar o olhar das preocupações legítimas que têm sido levantadas por todos os candidatos (que não o atual Presidente) e por inúmeros sócios dos mais diversos quadrantes e latitudes. Não o faça. Por benfiquismo. E por dever.
(continue a ler nas imagens)



ACADEMIA DO SACHAL


 "A Academia do Seixal tem sido um dos pilares onde passado, presente e futuro se cruzam para dar corpo a essa noção de sustentabilidade, de geração de talentos e de valorização dos activos.


Sachar - Cavar com o sacho; mondar com o sacho.

O Benfica tem uma centralidade na atenção e nos media sem comparação. O Benfica dá audiências, vende jornais e gera interesse. É por isso que se inventa tanto e que quase tudo é pretexto para engendrar uma razão para falar do clube. Os outros roem-se de inveja. Este potencial e posicionamento é o resultado de um trabalho de anos, de consolidação de um projecto de sustentabilidade do clube face à realidade nacional, às dinâmicas das modalidades e à sociedade portuguesa. cc. Alguns por conveniência das circunstâncias do momento pré-eleitoral no Sport Lisboa e Benfica têm insistido em estratégias de campanha entre o acantonar Luís Filipe Vieira no passado e abocanhar o trabalho realizado que permitiu a centralidade que agora gera tanto interesse e cobiça. Agora, depois de anos de concordância ou de ausência, está tudo mal, lançando-se num esforço desesperado de encontrar momentos de baú que certifiquem o amor ao Benfica nestes anos que passaram e até visionárias visões sobre o presente. “Cada cavadela, cada minhoca”, num impulso desesperado que transformaria a Academia do Seixal em Academia do Sachal, tal é a ambição em esgravatar, a bel-prazer dos adversários e dos media.
É dos livros que uma eleição tem em conta o desgastar de quem está no poder e a afirmação das propostas alternativas, mas o espectro que tem emergido é do bota-abaixo do “está tudo mal”, da boleia dos processos judiciais em aberto e do desespero em sustentar a agenda mediática com desafios, reptos e guinchos que visam a alteração das regras do jogo que existem e existiam. O tempo dedicado à afirmação das propostas alternativas é residual. A orientação é clara, “É preciso implodir o Vieira” para abrir caminho às alternativas, mesmo que isso signifique fustigar a instituição Sport Lisboa e Benfica, colocar tudo em causa e desqualificar o muito que foi conseguido ao longo dos anos, incluindo os do actual mandato.
As próximas eleições no Benfica são mesmo sobre o futuro. Sobre querer correr riscos com aventureiros que modelaram o seu posicionamento em função do seu lugar “na linha de sucessão” ou se ausentaram durante os anos de consolidação do projecto do clube, em qualquer dos casos com tiques de elitismo e de preconceito em relação às origens das pessoas. Sim, o Sport Lisboa e Benfica não é um alforge de criminalidade organizada de outras latitudes, mas também não tem de ser casa de acolhimento de turmas do croquete de outras longitudes. O Benfica tem de continuar a ser o que tem sido. Intemporalidade e diversidade, num caminho de consolidação do caminho percorrido, tão das Casas do Benfica como das elites ou das pseudoelites; tão do ecletismo das modalidades como do futebol; tão da memória como da preparação para os desafios do futuro.
O drama de alguns, é que o Benfica nunca esteve tão sólido e tão presente como agora.
Sólido nos pilares de gestão e de infraestruturas que permitem a geração de condições para os atletas poderem brilhar, envergando a camisola do clube.
Consolidado numa presença diversificada nas modalidades com crescentes preocupações com a participação do género feminino, apesar do actual contexto pandémico que limita e coloca entraves à formação e às modalidades ditas amadoras.
Presente no território nacional e no mundo através do papel fundamental das Casas do Benfica, da Fundação Benfica e das Escolas de Formação que dão expressão ao enorme potencial do projecto como instituição e como marca. No tempo actual querer questionar a afirmação de uma dimensão empresarial do clube, quase por contraste com a carolice de outros tempos, é ridículo. É tão ridículo que não tem em conta que foi Luis Filipe Vieira que resgatou para a órbita do património do clube, o Estádio e a BTV. 
Presente na afirmação de uma gestão que tem em conta o património histórico do clube, os desafios presentes e o futuro, procedendo aos ajustamentos necessários da estratégia como sempre aconteceu, com anuência e sem alarme. É assim em qualquer empresa, escritório de advogados ou instituição em que nem sempre tudo corre como previsto nos resultados, nos processos judiciais ou nas metas. É nesses momentos que os líderes, com a experiência e o conhecimento da realidade, avaliam a situação e ajustam a estratégia, os modelos de gestão e os impulsos de ação. É o que foi feito ao longo de anos e continua a ser feito. Lá porque há eleições e os deserdados desatam a dizer mal de tudo, mesmo daquilo em que participaram, os ausentes desesperam por afirmar uma presença que lhes confira notoriedade e proliferem interessados em relação a uma instituição que na suas palavras teve uma gestão insuficiente, não significa que se deixe de fazer o que sempre se fez. Avaliar, ajustar e concretizar para voltar a ter êxito.
O tempo não está para aventuras, nem para dar alento aos detratores do clube. O Benfica tem uma centralidade na sociedade portuguesa que deve ser continuada, com solidez, com diversidade e com sentido de futuro. Tudo que falta a quem quer fazer das eleições um bota-abaixo do trabalho realizado e, por essa via, da instituição Sport Lisboa e Benfica. As regras existem e são claras, é focarem-se na apresentação das alternativas em vez do bota-abaixo, dos lancinantes desafios e de truques. Fazer tudo diferente é abrir portas aos Vale e Azevedo desta vida. Fazer algumas coisas diferentes é melhor que seja feito por quem sabe. Outubro é sobre o futuro, sem regressos de outros passados que tanto custaram a ultrapassar.

Notas Finais
Pérolas a Porcos
A pequenez é uma reserva mental que impede e impedirá sempre quem ganha de ser grande. O actual contexto poderia suscitar algum ajustamento evolutivo, mas não. O Twitter do F.C.Porto após a final da Youth League em que participou o Sport Lisboa e Benfica é a prova de que podem dar pérolas a porcos, mas há quem nunca consiga sair do meio em que está confortável.
O Algodão Não Engana
A Liga Portugal, agora ainda mais em tons de azul, fez a sua gala e conferiu o Prémio Prestígio a Valentim Loureiro. É impressivo e está tudo dito sobre a cotação do prestígio na instituição.
Um Suponhamos
Suponhamos que o Benfica tinha uma mão cheia de jogadores que não renovavam, não comprava nem vendia, tinha um jogador que não treinava com a equipa há meses e não pagava as dívidas de transferências passadas. Caía o Carmo e a Trindade mediáticas, mas assim não passa quase nada."

HÁ MAIS BENFICA NA LUZ


 


"Uma bem conseguida etapa inaugural, na primeira aparição pública do Benfica a fazer recordar marcas de Jorge Jesus de outros tempos:
a) Um Benfica ultra pressionante que não permitiu ao adversário jogar;
b) Coordenação da última linha já com trabalho de pormenor – Movimentos de encurtar, baixar – Posicionamentos em Largura e Profundidade;
c) Exploração do último terço em Ataque Posicional com muita presença ofensiva.
Alinhamento Defensivo Rigoroso
Notas soltas da partida:
- Taarabt a um nível bastante elevado ofensivamente, e muito disponível defensivamente – Está longe de ter a “rotação” que Jesus exige na posição, mas enquanto a fadiga não chega é claramente o homem mais capacitado do actual plantel para a posição;
- Pizzi embora nunca se venha a tornar um jogador competente defensivamente mostrou maior agressividade do que alguma vez o tenha feito nos últimos cinco anos – “Quando o futebol for como o Andebol joga sempre, quando for a atacar jogas, quando for para defender sais” Jorge Jesus. Já não é o jogador com bola de outrora, por demasiado ineficiente em zonas e gestos de criação, mas esteve bastante melhor na participação no carrossel encarnado no último terço;
- Tremenda a facilidade técnica de Cebolinha – Todas as suas acções técnicas parecem ser realizadas sem o mínimo esforço – Tudo natural, fluído, eficiente e eficaz – Vai ter um impacto gigante no último terço na Liga NOS;
- Luka e Chiquinho com pequenos pormenores na forma como executam – Recebem, Decidem – Entregam que permitiram perceber a fluência que podem dar ao jogo no último terço – Facilitam o jogo aos colegas, permitem que seja mais fácil instalar no meio campo ofensivo e com isso amarrar adversários atrás;
- Continua a faltar um ponta de lança com qualidade ao Benfica. Seferovic é esforçado e ajuda no plano defensivo, Vinícius finaliza bem. Em tudo o mais, não acrescentam e estão abaixo do nível da equipa; 
- Diogo Gonçalves a fazer recordar Toto Salvio – Forte fisicamente, potente, desequilibrador em condução e drible, e com chegada à zona de finalização – Tem condições para ser uma surpresa na temporada;
- Gilberto a denotar alguns problemas em perceber distâncias óptimas para adversário em situação de 1×1 defensivo – Deu demasiado espaço! Melhor na coordenação com a linha."

LIGA DOS CAMPEÕES | SL BENFICA REENCONTRA PAOK NA 3ª PRÉ-ELIMINATÓRIA


 "Possivelmente o pior adversário nas circunstâncias menos apetecíveis: ao SL Benfica de Jorge Jesus calhou em sorte o PAOK de Abel Ferreira na Liga dos Campeões, num embate único a ser jogado no Toumba, casa dos gregos, a 15 ou 16 de Setembro.

Numa fase da competição em que dificilmente os encarnados não teriam condição de favoritos, esta era a única hipótese de equilíbrio na balança da competitividade. Os gregos já despacharam de forma contudente o Besiktas JK na ronda anterior (3-1, com 3-0 aos 29’ e oportunidade de fazer o 4-1 aos 41’ através de uma grande penalidade falhada) e olham para a visita de Jorge Jesus como nova oportunidade de mostrar qualidades que lhes permitam alcançar o que nunca conseguiram – a entrada na fase de grupos da Champions.
As águias negras apresentam-se em 2020-21 com as ideias do seu treinador completamente consolidadas e espera-se muito de uma equipa que não conseguiu destronar o Olympiakos FC do topo do futebol grego (segundo lugar na liga) mas que promete outras ambições para esta época.
No primeiro ano de Abel Ferreira os resultados europeus não foram animadores, houve queda nas primeiras rondas europeias (5-4 agregado com o Ajax na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, 3-3f com o Slovan Bratislava no play-off da Liga Europa), mas nas provas nacionais só o conjunto de Pedro Martins foi mais forte (além do segundo lugar, Abel só caiu na taça precisamente contra ele, nas meias-finais).
Para este ano, as esperanças num final feliz foram redobradas dada a qualidade existente. A maioria das peças fulcrais do onze mantêm-se (por enquanto) no clube e houve adição de talento nacional vindo da cantera – Tziolis, homem de último terço, bisou frente ao Besiktas, e Michailidis, central moderno, são diamantes em bruto por lapidar – que ajudará a alavancar o nível de jogo da equipa para patamares de excelência no historial do clube.
Frente aos turcos, Abel deixou por terra o seu 4-4-2 e assumiu definitivamente o 3-4-3, como em algumas fases de SC Braga: Zivkovic continuou o titular da baliza, ele que foi o titular no campeonato em 19-20; à dupla titular, Varela (ex-Feirense) e Ingason, juntou-se precisamente Michailidis; nas alas, à direita Rodrigo (ex-Aves) e Giannoulis no lado contrário; no duplo-pivot de meio-campo, Schwab (ex-Rapid Viena e principal contratação desta época) acompanhou El Kaddouri (um dos líderes da equipa); na frente, o prodígio Tziolis jogou lado a lado com Akpom e Pelkas (ex-Vitória de Setúbal), relegando para o banco a figura do ano passado, Swiderski, que com 14 golos foi o principal artilheiro da equipa e a quem os rumores colocam na porta da saída… tendo como destino o FC Porto.
Limnios, extremo-direito titular do ano transacto e Anderson Esiti, nigeriano que já actuou em Portugal e contratado por três milhões de euros há um ano, saltaram do banco e fazem parte do lote dos mais utilizados.
Josip Misic, contratado ao Sporting em 2019, foi o MVP da época dos gregos (quatro prémios de Melhor do Mês), mas encontra-se lesionado, com perspectivas de retorno apenas em Outubro.
De relembrar que os últimos encontros entre Benfica e PAOK aconteceram há pouquíssimo tempo, em 2018-19, e que os encarnados eliminaram os gregos com um 1-4 no mesmo estádio do confronto que acontecerá daqui a duas semanas, depois de um empate a uma bola na Luz."

BREVES NOTAS ( O TOUR, O VITÓRIA, MIGUEL OLIVEIRA E CAVANI)


"O Atleta Comum

“Eu sei que não sou o maior talento do desporto. Todos sonham ser o melhor do mundo, mas eu sempre fui realista. Prefiro ser um ajudante na minha equipa de sonho do que correr por mim próprio num nível inferior”, disse o ciclista Tim Declercq da equipa Quick-Step, a disputar o estranho Tour deste estranho 2020. Ao fim de uns anos, a não ser os fanáticos de uma modalidade, poucos conseguem identificar os actores secundários que, pela sua simples presença, ajudam a reforçar o brilho das grandes estrelas. Lembramos um Induráin, um Merckx ou mesmo os ídolos caídos em desgraça, como Pantani ou Armstrong, mas o tempo apaga os nomes dos seus ajudantes e, ainda mais, os “aguadeiros” de equipas menores. No entanto, sem eles não existiria o fascínio da serpente do pelotão a percorrer as estradas, não haveria estratégia colectiva, não teríamos as imagens marcantes dos acólitos a carregarem um chefe de fila montanha acima. Os corredores míticos são imortais, extra-terrestres de qualidades que superam o nosso entendimento. Os outros, os seus ajudantes quase anónimos, parecem-se connosco. Por isso, não os vemos. Por isso é que devíamos olhar para eles.

Vitória de Setúbal
Era uma questão de tempo. Tantas vezes o cântaro vai à fonte que um dia acaba no campeonato de Portugal. Durante muitos anos, o Vitória Futebol Clube conseguiu escapar ao destino de outros clubes históricos da Margem Sul como o Barreirense ou a CUF, mas andava sempre na corda bamba: salários em atraso, polémicas, desnorte directivo e dívidas, salvações in extremis. Apesar de algumas descidas e subidas, altos e baixos, o Vitória parecia insubmersível e, de vez em quando, lá alcançava um brilharete – a conquista da taça em 2005, a taça da liga em 2008 – como que a recordar a sua grandeza passada e a afirmar a sua pertença ao restrito grupo dos clubes triunfadores. Porém, os sinais de decrepitude eram inegáveis, bastando olhar para esse belíssimo Estádio do Bonfim e para a sua degradação e também para o laço cada vez menos apertado entre as gentes da cidade e o seu clube. Terá havido em muitas ocasiões má gestão, mas o declínio do Vitória é também o espelho de uma realidade que não se explica apenas por erros conjunturais. Num país em que se confunde desporto com futebol e em que se confunde futebol com os três grandes, é este o destino que aguarda os restantes clubes. Nenhum Schmeichel, nenhum Casillas, nenhum Cavani chega para disfarçar esta pobreza estrutural em que são todos náufragos embora alguns ainda não tenham consciência disso.

Vitória à portuguesa
Bem sei que nestes tempos de correcção histórica qualquer louvor à excepcionalidade portuguesa – a não ser que seja uma excepcionalidade negativa – é visto como uma manifestação de patrioteirismo arcaico e obsoleto, mas na vitória de Miguel Oliveira na Estíria – o que se aprende de geografia com o desporto – eu vi um triunfo à portuguesa, cheio de ratice, inteligência intuitiva e aproveitamento dos erros alheios. Enquanto os dois pilotos que iam na frente estavam entretidos na sua particular disputa, Oliveira esperou pelo momento certo, por uma, como agora se diz, “janela de oportunidade”, e, deixem-me cá pensar num termo adequado, papou-os, comeu-os de cebolada, comeu-lhes as papas na cabeça. O mérito é individual, sem dúvida, e não é por Miguel Oliveira ser muito bom que os portugueses são automaticamente “os melhores”. Mas é impossível ver aquela ultrapassagem, aquela “ratada”, e não sentir uma emoção epidérmica e, ao mesmo tempo, profunda, talvez atávica, mas nem por isso menos legítima, idêntica à que sentimos quando Fernanda Ribeiro triunfou em Atlanta ou quando Éder marcou o golo mais importante e mais improvável da história do futebol português em Paris. Foi uma coisa linda de se ver – quantas vezes podemos dizer isto de um desporto motorizado?

A novela Cavani
As reacções à novela Cavani, ao vem-não-vem, às narrativas paralelas de jactos para Paris e férias em Ibiza, qual filme de espionagem internacional, mostram que o talibanismo e a toxicidade vieram para ficar. Podem acabar com os programas de grunhos engravatados, com as exibições televisivas de testosterona e macho-alfismo sempre no limite da violência e muito para lá de qualquer contenção verbal e dever de urbanidade, que o mal já está entre nós. Gozar com os infalíveis papas da nossa fé? Achar ridícula, além de incoerente, para a realidade do nosso futebol a contratação milionária de um jogador? Logo descem das árvores e saltam das grutas os pitecantropos de todas as cores armados de fervor clubístico e iliteracia para carregar sobre os hereges. Cartilheiros? Os clubes não precisam de cartilheiros. Para quê pagar a alguém quando se tem ao dispor um exército de voluntários acéfalos?"

A ACTIVIDADE FÍSICA E DESPORTIVA... EM NOME DA VIDA!... (1)



 "Dada a necessidade imperiosa de nos dias hoje invocar esta temática, tendo em conta o quase desprezo com que os responsáveis pela gestão do desporto como elemento primordial para a saúde e bem estar da nossa população a isto nos condiciona, aproveitando o “defeso” das competições desportivas, irei defender em quatro ou cinco artigos o que importa, no sentido provocar um meia culpa pela atrevida iliteracia que se dissolve ao longo dos tempos, muito em especial quando não cheira a eleições, dessa tropa que se vai aconchegando nas cruzetas do poder.

Farei nestes primeiros artigos (1, 2 e 3) uma análise histórica e evolutiva da prática da actividade física e desportiva, obviamente de forma muito circunscrita ao resumo da mesma.
Fazendo uma viagem no tempo, as actividades físicas começaram por ser indispensáveis à vida do homem pré-histórico.
As largas caminhadas davam-lhe a resistência nas marchas; a necessidade de perseguir a caça ou de fugir ao inimigo, emprestavam-lhe velocidade nas corridas; a imposição de acertar no alvo, quase sempre móvel, dava-lhe destreza; as valas e precipícios exercitava-os nos saltos; o refúgio ou procura de frutos em altas árvores, ensinavam-lhes a trepar…
A vida simples mantida pelos recursos que a natureza lhe proporcionava, levava o homem primitivo a obedecer àquela lei da fisiologia. “o movimento continuado e repetido desenvolve os órgãos e aperfeiçoa as funções” – o carácter utilitário do exercício!...
A partir de 2000 anos a.C., pelas pinturas e desenhos encontrados, se podem reconstruir as actividades físicas que figuravam entre os costumes das várias povoações: exercícios gímnicos, arco e flecha, corrida, salto, os arremessos, a equitação, esgrima, a luta e boxe, a natação, o remo, corridas de carros, danças, traduzem a intensa exercitação na civilização egípcia.
Os Hebreus manejavam com destreza o arco e a flexa, arremessavam a lança, brandiam a espada usando gritos ensurdecedores antes de atacar, quer para elevar a moral, quer para atemorizar os adversários.
Entre os Persas e segundo Heródoto, ensinavam-se fundamentalmente três coisas às crianças: montar a cavalo, atirar o arco e dizer a verdade.
Na antiguidade clássica merece-nos importância especial a civilização Espartana, cujo objectivo era formar soldados corajosos, valentes que defendessem galhardamente a Pátria. Por isso, o exercício era exclusivamente destinado a fortalecer corpos robustos para a guerra, não esquecendo de seleccionar um conjunto de actividades tendentes a formar mães fortes, para gerar filhos fortes para o combate.
Por outro lado, a civilização Ateniense distinguia alguns princípios: o corpo deverá subordinar-se à alma racional (não devemos esquecer que a alma racional para Platão, é substância completa, espírito puro, anterior ao corpo, com o qual se une acidentalmente). A actividade física deverá proporcionar saúde, força e beleza, com nítidas preocupações higiénicas, estéticas e recreativas.
É importante referir (estamos agora em 460 a.C.), o método de Hipócrates, o médico mais notável da antiguidade. Contemporâneo de Platão e Aristóteles, criou um método e cura de doenças, que até podemos chamar de pré-científico, pois prescrevia a corrida como um meio curativo: “Esta far-se-ia sobre a ponta dos pés e com balanço alternado dos braços. Integrava ainda a dieta, banhos frios e a vapor como forma terapêutica e dietética”.
Na civilização Grega, com o uso de grandes jogos e festivais, as práticas físicas e desportivas foram um dos factores mais importantes para a unificação da Grécia. Dentro de todos os jogos, merece-nos referência os Olímpicos, realizados em Olímpia em honra de Zeus, dedicados à força e beleza física do homem. Realizavam-se de 4 em 4 anos, começando por durar 1 dia e mais tarde 5 dias, cujo vencedor recebia uma coroa de oliveira, sendo-lhe permitida a entrada pela porta secreta da cidade, erguendo-se-lhe uma estátua.
Conta-se o ano de 776 a.C. como sendo a data da primeira olimpíada e o ano 303 da era cristã a suspensão dos jogos pelo imperador romano Teodósio, como oposição ao exclusivo do corpo e dos deuses e como antítese do cristianismo.
Seguindo no tempo, entramos na civilização romana. Para as actividades físicas, efectua-se a construção de anfiteatros, onde as lutas de gladiadores e os combates com feras tinham lugar. O regresso dos legionários e a consagração pelos seus desempenhos, o abandono dos campos devastados, tomou Roma com uma elevada população esfomeada, que insistentemente pedia pão e circo.
Importa referir nesta época, Galeno, médico estudioso da obra de Hipócrates. Aplicou a educação do físico à medicina, criando a ginástica médica (129-199 d.C.). Dizia: “A cada indivíduo, segundo as suas características, deveria corresponder um conjunto de exercícios também específico”. Para ele era muito importante associar o termo saúde ao prazer do movimento!... Como vemos na distância do tempo o anunciar das causas de bem realizar o exercício que ainda hoje, infelizmente, tantos exemplos de flagrante ataque à saúde de quem ultrapassa a regra de ouro: em termos de exercício e actividade física fazer o que não deve ser feito ou fazê-lo de forma inapropriada são males do mesmo tamanho!...
(continua)"

PRIMEIRAS PÁGINAS DOS JUNTA LETRAS TUGAS


 

domingo, 30 de agosto de 2020

BOM TESTE NA CATEDRAL!



 FUTEBOL

O Benfica venceu o Bournemouth (2-1) no quinto jogo de preparação da pré-época. Segue-se, na quarta-feira, às 19h00, a receção ao SC Braga.
Foi com um 2-1 que o SL Benfica venceu a formação do Bournemouth, naquele que foi o quinto jogo-treino da pré-época. Perante os ingleses, as águias exibiram-se em bom plano, com Taarabt e Everton a assinarem os golos dos encarnados… e que golos! Bom teste!
Depois dos jogos-treino frente a um "misto" de jogadores da equipa B e Sub-23, o Estoril Praia, o Belenenses SAD e o Farense, novo teste para o Benfica versão 2020/21, agora no Estádio da Luz, tendo os ingleses do Bournemouth do outro lado da barricada.
Início de jogo com as duas formações a quererem mostrar serviço… e bem o fizeram! Logo aos 2', Adam Smith procurou a profundidade, mas Odysseas leu bem o lance e antecipou-se ao adversário. Na resposta, Pizzi esteve muito perto do golo! Remate em arco, com o esférico a passar muito perto do poste direito. Aos 8’, novo lance de muito perigo, com o camisola 21, num livre direto, a estar muito, muito perto de inaugurar o marcador.
Ora, cheirava a golo na Luz, e não tardou! Minuto 14 e golaço de Adel Taarabt. O marroquino conquistou o esférico, galgou uns bons metros e disparou de pé-esquerdo para o 1-0. Golaço!
Resposta quase imediata com a formação inglesa a repor a igualdade. Danjuma, também com um golo de belo efeito, a não dar hipótese a Odysseas (1-1).
Bom jogo, muitas oportunidades, velocidade e intensidade em campo! E golaços! Depois dos dois anteriores, mais um, agora com assinatura de Everton, aos 21'. Bom lance do reforço brasileiro, a rodopiar e a rematar em arco para colocar novamente a formação comandada por Jorge Jesus em vantagem (2-1).
Com uma pressão intensa, o Benfica instalou-se no meio-campo ofensivo, a não permitir grandes veleidades ao adversário. Até ao apito para o intervalo o resultado não se alterou, contudo, não foi por falta de oportunidades. Boa primeira parte!
Segundos 45 minutos com duas novidades nas águias, com as entradas de Vinícius e Luca Waldschmidt; em sentido inverso, saídas de Pizzi e Seferovic. A mesma ambição, a mesma vontade em campo, contudo, o ritmo baixou de forma óbvia, ao que não é alheio a forte carga de treinos a que a equipa tem sido sujeita nas últimas semanas.
Nota de destaque para os remates de Nuno Tavares, Rafa e Waldschmidt… a tentarem a sorte!
Minuto 67 e mais mexidas no xadrez das águias, com as entradas de Gabriel, Florentino, Cervi e Diogo Gonçalves para os lugares de Everton, Rafa, Weigl e Taarabt. Três minutos volvidos e foi a vez de Gilberto entrar em campo, com André Almeida a sair e a entregar a braçadeira a Rúben Dias. E nova mexida, agora aos 78’, saídas de Vertonghen e Nuno Tavares, entradas de Ferro e Chiquinho.
Equipa renovada, a mesma meta. Os encarnados continuaram a mandar no jogo, gerindo a posse de bola e os timings, a construir, perante um adversário que lá ia espreitando quando se conseguia soltar.
O Benfica foi sempre a equipa que mais perto esteve de dilatar, com Diogo Gonçalves e Vinícius a terem soberanas oportunidades, mas a redondinha não quis entrar! Até ao apito final, o resultado não se alterou. Triunfo por 2-1, cinco jogos, cinco vitórias!
>O Benfica tem em agenda dois desafios de preparação até ao arranque das competições oficiais. Segue-se, na próxima quarta-feira, dia 2 de setembro, a receção ao SC Braga, para três dias depois novo encontro, desta feita com a formação do Rennes. Ambas as partidas estão marcadas para as 19h00, no Estadio da Luz.
As águias têm o pontapé oficial da temporada agendado para 15/16 de setembro, com a disputa da 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

Jogo-treino Benfica-Bournemouth

EVERTON: "CONSEGUIMOS COLOCAR EM CAMPO AS IDEIAS DO TREINADOR"
FUTEBOL
O novo camisola 7 do Benfica esteve em grande plano naquele que foi o primeiro teste das águias no Estádio da Luz
O Benfica venceu o Bournemouth por 2-1 no Estádio da Luz. Everton, um dos reforços para a nova temporada fez um golo – e que golo! –, selando o triunfo encarnado – o quinto em cinco jogos de preparação.
"Jogar aqui é o realizar de um sonho. Este é um palco do futebol mundial e todos os atletas sonham em jogar aqui. Infelizmente os adeptos não puderam estar presentes, mas quando o Estádio da Luz estiver lotado vai ser uma atmosfera bem diferente, que nos vai ajudar a alcançar bons resultados ao longo da época", referiu Everton, em declarações exclusivas à BTV.
O camisola 7 fez um belo golo. Um remate em arco, com pouco ângulo de visão, que entrou junto ao interior da malha lateral. Um golaço! "É o primeiro jogo com esta camisola, neste estádio, fiz o primeiro golo e fiquei muito feliz. Espero que durante a época possa fazer ainda mais", referiu.
Ao longo da partida foi notória a pressão alta efetuada pelos jogadores encarnados. O conjunto inglês praticamente não conseguia sair a jogar...
"Este é o trabalho do treinador a dar resultado. Fizemos aquilo que ele nos tem pedido ao longo das semanas. É normal que na 2.ª parte o ritmo tenha caído um pouco. Fizemos cinco jogos de preparação e creio que conseguimos colocar em campo as ideias do treinador", explicou Everton.
Por último, o atleta mostrou-se bastante agradado por poder trabalhar com Jorge Jesus, um treinador que sempre admirou as suas qualidades enquanto jogador.
"Estou muito satisfeito por poder trabalhar com Jorge Jesus. É um grande treinador e uma grande pessoa. Por onde passou fez um grande trabalho. Pude acompanhar de perto o trabalho que fez e quando soube do interesse dele e do Benfica em mim, fiquei muito feliz. Fez de tudo para que eu pudesse estar aqui. Creio que temos feito tudo o que ele nos pede, mas é todo um processo. É um treinador novo, um estilo de jogo diferente, mas temos assimilado bem e a equipa vai estar preparada", garantiu.
Taarabt

TAARABT: "VAMOS MELHORAR MUITO MAIS"
FUTEBOL
Médio marcou o primeiro golo do Benfica no triunfo sobre o Bournemouth.
Foi opção de Jorge Jesus para o onze titular do Benfica diante do Bournemouth (2-1) e abriu a contagem, com um grande remate de pé esquerdo. No final do desafio, Taarabt elogiou o técnico encarnado e deixou uma promessa.
"Foi um bom teste para nós, para ganhar minutos. Estivemos bem. Ainda não estamos como queremos, mas vamos melhorar muito mais para estarmos prontos daqui a duas semanas [quando começar a época oficial]", garantiu o médio marroquino em declarações à BTV.
"Trabalhar com Jorge Jesus é muito bom. Toda a gente sabe que ele é um excelente treinador, trabalha muito e nós também trabalhamos muito todos os dias. Ele hoje testou-me a 8, no outro jogo a 10... Estou feliz e dou sempre o meu melhor quando jogo. Sabemos o que o treinador quer de nós, a atacar e a defender, e estamos a tentar fazer aquilo que o míster quer", explicou Adel Taarabt.

GONÇALO RAMOS | QUE PLANOS PARA O JOVEM GOLEADOR DO SL BENFICA?


 "Gonçalo Ramos: nome em voga, nome de goleador cada vez mais prolífico, nome de jogador cada vez mais completo. O jovem formando do SL Benfica tem vindo a inserir, por direito próprio, o seu nome na discussão do plantel com que as águias vão atacar a próxima temporada.

Numa fase em que é cada vez mais patente que haverá pouco espaço nas opções de Jorge Jesus para jovens da formação (excepção feita a Rúben Dias e, eventualmente, Ferro e Florentino), o olhanense de 19 anos vê a sua inclusão no grupo de trabalho dificultada. Dificuldade acrescida pelo facto de ainda não estar integrado nos trabalhos de pré-época, no qual se podia mostrar ao novo técnico dos encarnados.
Contudo, Ramos tem demonstrado, além da sua enorme qualidade, vontade e paixão para representar o SL Benfica em qualquer escalão. Como tal, não teve problema algum em “descer” aos Juniores para ajudar na tentativa de conquistar a UEFA Youth League, mesmo após se ter estreada de forma brilhante pela equipa principal, bisando em sete minutos.
Na prova europeia de sub-19, Gonçalo Ramos apontou oito golos, os mesmos do italiano Piccoli, da Atalanta, e ainda somou três assistências. As estatísticas e as exibições superlativas levaram a UEFA a atribuir-lhe o prémio de Melhor Jogador da Competição. Com isto, o polivalente futebolista somou, por certo, muitos pontos junto de JJ e da estrutura encarnada, já familiarizada com a sua qualidade.
A sua polivalência pode ser o seu maior trunfo na cartada que o olhanense jogará por um lugar ao sol na quadra encarnada que, consta, ainda será bastante reforçada. Não será fácil, ainda assim, mas as inúmeras funções que Ramos desempenha com qualidade e maturidade dão-lhe alguma vantagem em relação a outros projectos do Seixal que poderão vir a ser aposta, como Tiago Dantas, Paulo Bernardo ou Tiago Araújo.
Gonçalo começou a ser moldado como médio-centro, com especial enfoque nas funções de um “8” relativamente moderno – mais chegada à área sem bola e menos transporte a mesma até lá, mais técnica e menos robustez física e capacidade de choque. A facilidade e eficiência que demonstrava nas aproximações à área e a eficácia com que finalizava foram certamente duas das premissas que levaram os técnicos dos escalões de formação, de forma concertada, a fazer avançar Ramos no terreno.
De “8” passou a “10”, de “10” passou a “9,5”, de “9,5” passou a “9”. Cumpre em qualquer das posições ainda, mas é cada vez mais indiscutível que Gonçalo Ramos pode ser o futuro avançado de classe mundial do Sport Lisboa e Benfica. Importa, assim, gerir bem as expectativas e a progressão do “matador” de 19 anos apenas. O primeiro passo é decidir o papel de Ramos na época 20/21.
A venda, naturalmente, está fora do leque de opções. A titularidade na equipa principal é de difícil alcance. Resta o empréstimo ou a inclusão no plantel como uma das opções secundárias para a frente de ataque – alinhando na equipa B regularmente. Tendo em conta a forma como o jovem tem agarrado as oportunidades e a polivalência que ninguém no plantel garante como ele, a segunda é a melhor hipótese.
Assim, Gonçalo Ramos deve – ou devia – ser já esta época integrado nos trabalhos da equipa principal, descendo à equipa B apenas para jogar, caso as oportunidades para ter minutos na principal equipa escasseiem. Será, acredito, a melhor forma de fazer progredir o atleta e de garantir um reforço a custo zero que pode dar à equipa o que poucos podem: finalização, mobilidade, alcance de terreno pisado, ligação entre os dois últimos terços do campo, trabalho incansável e vontade de honrar o nome Sport Lisboa e Benfica. Não é para todos."

DE PAULA NA ROTA ENCARNADA


 "O Sport Lisboa e Benfica de Jorge Jesus continua forte no ataque ao mercado de transferências. Após as chegadas de Gilberto, Everton Cebolinha, Luka Waldschmidt, Pedrinho, Jan Vertonghen e Helton Leite, as transferências no clube da Luz não parecem terminar por aqui.

Até ao momento, em contratações, o Benfica já gastou cerca de 70 milhões de euros, sem contar com Vertonghen que assinou a custo zero. Bem, parece que o investimento de Luís Filipe Viera não ficará por aqui e que mais jogadores chegarão a Lisboa nos próximos tempos.
Um dos nomes mais falados recentemente é o de Patrick De Paula, médio defensivo brasileiro de apenas 20 anos. Os valores da transferência rondarão, supostamente, os 18 milhões de euros por 80 porcento do passe do jovem médio.
De Paula tem sido apontado como uma das melhores jovens promessas do Brasil, falando-se até que estará para breve uma chamada à convocatória de Tite para representar os canarinhos. No Palmeiras, Patrick de Paula é um dos destaques, levando até dois golos em 16 jogos nesta temporada.
No plantel do Sport Lisboa e Benfica encontraria a concorrência directa Julian Weigl e, em zonas mais avançadas, Taarabt, Gabriel e até Pizzi. Assim sendo, e a confirmar-se a transferência de De Paula para a Luz, deverão existir saídas no miolo do SL Benfica, e Jorge Jesus poderá até apostar em jogar com dois médios defensivos, fazendo uma parceria Weigl/De Paula.
A sua versatilidade na zona do meio-campo faz de Patrick De Paula um alvo apetecível para o Benfica de Jorge Jesus. Pode actuar como médio defensivo, mas também pode ser um médio “box-to-box”, capaz de jogar em espaços curtos e transportar a bola para zonas mais avançadas no terreno.
De Paula é capaz de se movimentar por todo o campo, tendo a capacidade não só de criar oportunidades de golo, bem como as finalizar. As bolas paradas são uma das especialidades do médio brasileiro que tem muito sentido de baliza e faro de golo. Na temporada transata apontou dez golos em 50 jogos pela equipa de São Paulo.
A sua tenra idade fazem dele um dos jovens jogadores mais apetecíveis do Brasileirão.
Em declarações à Antena 1, De Paula garantiu “estar tranquilo” e que é preciso esperar para ver o rumo que as negociações tomam. As negociações foram também confirmadas por Anderson Barros, director para o futebol do Palmeiras e terão, como intermediário, Giuliano Bertolucci que é o empresário do jogador e que tem boas relações com os encarnados, uma vez que é até o agente de Everton Cebolinha. 
Assim, Patrick De Paula seria uma boa adição ao plantel do Sport Lisboa e Benfica embora o sector do meio campo esteja bastante “povoado”. A verdade é que De Paula parece ter um futuro bastante promissor e Jorge Jesus poderá ser o treinador que o jovem necessita para desenvolver o seu jogo."

NOTAS SOBRE A PRÉ-ÉPOCA DO BENFICA


 "Vinte e sete dias já passaram desde a final da Taça de Portugal, onde um Benfica em superioridade numérica desde os 38 minutos foi capaz de perder para um FC Porto com uma garra, intensidade e querer que não foi igualado e nem uma palavra fomos capaz de ouvir da "estrutura" sobre tamanho desastre. É que não se tratou de um acidente de percurso, mas sim da cereja no topo do bolo de um descalabro, de um Titanic a afundar-se. Recordo: nos últimos 20 jogos o Benfica venceu 7, empatou 7 e perdeu 6. Um registo digno de uma equipa de meio da tabela.

E no entanto não houve uma justificação, uma palavra, um mea culpa. No dia seguinte a newsletter do clube saiu-se com um "é tempo de virar a página", que é como quem diz "é tempo de fazer de conta que nada aconteceu". Mas por mais camiões de areias chamados Jesus e Cavanis que nos atirem para os olhos, continua por explicar como um Benfica a respirar aparente saúde financeira foi capaz de perder 2 campeonatos em 3 para um FC Porto intervencionado pela UEFA. Se não dizem eles, digo eu: incompetência. Complacência. Arrogância. E mais algo que se terá passado nas quatro paredes daquele balneário que algum dia venhamos a saber.
Mas viremos então a página. Jorge Jesus, de quem LFV dizia em 2016 que com ele "não era possível preparar o futuro" está agora de volta e jogadores como Vertonghen de 33 anos chegam à Luz. Isto apesar do mesmo LFV dizer há 4 anos que "vamos passar a comprar muito menos e o Benfica de agora não vai investir no Aimar e no Saviola como fez no passado" O que mudou então? Muitos dirão: o petróleo que o Benfica aparentemente agora encontrou está relacionado com as eleições em Outubro. Até porque em 2018 podia-se ter conquistado um inédito Penta, mas aí a ordem foi vender e nada gastar. Recordemos então mais uma vez palavras de LFV, desta vez em Setembro de 2019: "Se estivesse aqui um demagogo qualquer, queria era investir para apresentar uma super equipa, mas imaginem que aquilo não resultava? A queda era grande." Sorte então a do Benfica que não tem um demagogo...
Cavani foi uma paixão de verão que parece ter terminado em divórcio. Nisto não critico ninguém. Não foi possível, mas gosto de ver o Benfica atrás deste tipo de jogadores. Antes isto que contratações que ninguém entende como Cádiz ou Yony González. De qualquer maneira, Vertonghen, Everton e Waldschmidt parecem ser excelentes reforços e Jorge Jesus é a garantia de qualidade, intensidade e exigência. Tudo aquilo que o Benfica precisava. Sinto-me entusiasmado para a temporada 20/21. Independentemente das razões e do timing, o Benfica parece estar a mexer-se bem este ano. Mas precisa de se mexer mais.
O FC Porto escreveu um tweet muito infeliz a gozar com a derrota Benfiquista na UEFA Youth League. Nem os miúdos se safam desta rivalidade atroz que os dois clubes vivem. É uma rivalidade feia e o Benfica também não está isento de culpas. Ainda hoje não sei o que me envergonha mais, se o FC Porto ter sido campeão na Luz em 2011 ou o que se seguiu, com as luzes apagadas e o sistema de rega ligado. O clube nortenho vive desta gasolina do "contra tudo e contra todos" e faz do Benfica o seu sol, mas o maior clube Português tem que ter outra matriz e responder de maneira diferente. Como? Dou um exemplo do passado: Em 1988 Pinto da Costa "roubou" Rui Águas e Dito da Luz e gozou o prato dizendo que o próximo treinador do Benfica seria o Papa, porque os do Benfica eram uns anjinhos. João Santos respondeu contratando Ricardo Gomes, Valdo, Vítor Paneira e Vata e o Benfica acabou campeão com 7 pontos de avanço (com a pontuação de hoje seria algo como 13 pontos), para um FC Porto que nada venceu esse ano. É assim que o Benfica tem que voltar a responder: não nos tweets, não nas newsletters, não nas capas de jornais, mas no campo. Ao longo do campeonato e no confronto directo. Investindo tudo o que tem aí. Sendo superior porque tem melhores jogadores e porque, ao contrário de Coimbra, iguala ou superioriza no querer, na garra e na intensidade um rival que será sempre fortíssimo e duríssimo. Isso sim, é responder à Benfica."

TAMBÉM GOSTARIA DE TER MESSI



 "Sei que não é possível ter Messi, mas sei também que são cada vez mais possíveis jogadores que para outros se tornaram impossíveis


Não concordo com algumas análises feitas por muitos adeptos do Benfica sobre o dossier Cavani. Registo de interesses: Cavani é, para mim, um jogador fabuloso, seria fantástico se tivesse sido possível vê-lo com a camisola do Benfica. Mas é tranquilizador saber que administração do Benfica tenta contratar um dos melhores jogadores do mundo, vai até ao seu limite financeiro para o conseguir, mesmo que no final tal não seja possível.
Fico satisfeito e tranquilo porque contratámos um internacional brasileiro, um internacional belga, um internacional alemão e falhámos um internacional uruguaio. Ficava deprimido se o Benfica festejasse a contratação do Carraça, não por ter falhado a do Cavani. Não tenho saudades de Escalona, tenho saudades de Pablo Aimar.
Esteve muito bem Rui Costa a esclarecer, com verdade, que o Benfica foi até ao limite do que podia para ter um jogador de categoria mundial. Não foi pelo Benfica que Cavani não joga de manto sagrado. Também gostava de Messi no Benfica e sei que não é possível, mas sei também que não são cada vez mais possíveis jogadores que para outros se tornaram impossíveis. Festejo isso. Espero que o Benfica mantenha o nível de exigência até agora demonstrado nas aquisições em falta. Não precisamos de muito, precisamos de muito bom.
Enquanto segue a animação do defeso, começaram os jogos-treino, por agora sem transmissão televisiva. Não vi como foram os 4-1 ao Estoril, nem os 4-0 ao Belenenses, nem ainda os 5-1 ao Farense. Fica a curiosidade de querer sintonizar a BTV para assistir aos próximos jogos com o Bournemouth, domingo, e com o SC Braga, quarta-feira.
Chegámos pela terceira vez a uma final da Youth League e, mesmo sem a vitória na final, pode esta geração ter a certeza do futuro. Alguns vão jogar na principal equipa do Benfica, outros vão ser vendidos e seguir carreiras em bons clubes, mas quase todos terão percursos de sucesso. O Benfica é, por agora, conjuntamente com o Red Bull Salzburgo, a melhor escola de formação de futebol do mundo.
Hoje há sorteio do campeonato em que iremos conquistar o 38 e segunda as bolas internacionais escolhem entre Rapid de Viena, AZ Alkmaar e PAOK para um início de época a valer quase 50 milhões.
Jorge Jesus já deixou indicações que este ano é «rumo a tudo»."

Sílvio Cervan, in A Bola

OS SEGREDOS DA NOVA ÁGUIA



Quando o relógio marcar 19 horas, começam a revelar-se os segredos do novo Benfica, bem guardados no centro de formação e treino, no Seixal, durante quase três semanas, nas quais Jorge Jesus trabalhou a todo o gás na preparação da equipa para um começo de época com um primeiro jogo a eliminar, a terceira pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Champions, com Rapid Viena, AZ Alkmaar ou PAOK.

Depois de três jogos à porta fechada, quatro se contarmos um jogo-treino com equipa formada com jogadores dos sub-23 e da B, todos conhecerão a nova águia, cujos objetivos são recuperar a hegemonia em Portugal e o crédito europeu. A versão deste novo Benfica, que jogará na Luz com os ingleses do Bournemouth, do Championship, está longe de definitiva. Haverá mais reforços e dispensas.
Jesus não tem dado tréguas aos jogadores. É provável, até, que alguns acusem o desgaste físico de um início de temporada exigente. Esta noite, porém, servirá, também, para a confirmação de sinais que deixaram animados os que acompanham diariamente a equipa. Desde logo o impacto positivo que alguns dos reforços provocaram nos treinos e nos particulares à porta fechada a público e jornalistas.
Jan Vertonghen, 33 anos, assinou contrato de três épocas com os encarnados. Nada tem a provar, afinal já jogou ao mais alto nível as últimas oito épocas no Tottenham, ao qual chegou após cinco temporadas no Ajax. Integrou-se com facilidade. Vai formar a dupla de centrais com Rúben Dias e não precisou de muito tempo para que os companheiros percebessem que podem contar com ele. Também não precisou de muito para mostrar quanto vale.
O lateral-direito Gilberto, contratado pelo Benfica ao Fluminense, está desejoso de mostrar serviço. Já marcou um golo contra o Belenenses SAD - a capacidade ofensiva, em todo o caso, não o afasta da necessidade de melhorar defensivamente, preocupação que Jesus já manifestou em público.
Ainda na defesa, sem Grimaldo, a recuperar de lesão no joelho esquerdo, Cervi tem sido adaptado a lateral-esquerdo. O extremo argentino compete com Nuno Tavares pela titularidade, enquanto o espanhol não recupera.
No centro do meio-campo, Jesus utilizou várias duplas nos quatro testes. Nota, neste caso, para Pizzi, desviado da ala direita, para desempenhar as funções de 8. Pizzi tem, ainda, sido utilizado no apoio ao ataque.
Aqui chegamos aos reforços. Everton Cebolinha, que tem acusado o esforço depois de ter chegado em boa forma do Brasil, onde estava a jogar, é extremo esquerdo. Luca Waldschmidt, que causou muito boa impressão, é aposta para extremo direito, embora também tenho sido testado no apoio ao ponta de lança. Pedrinho jogou no primeiro jogo de treino, mas uma lesão no tornozelo tem-no mantido no ginásio. Regressará quarta-feira no particular com o SC Braga, na Luz.