sábado, 30 de setembro de 2017

DR. GOMES, DR. MADUREIRA E O "ÓDIO"


Vive o futebol português num exótico estado de anarquia institucional. Os episódicos apelos à normalidade do funcionamento das instituições e à urbanidade dos seus representantes e responsáveis são liminarmente encarados como meros contributos para o vasto anedotário que se impôs triunfante em todas as agendas de comunicação. E o problema das anedotas é que, pela sua natureza, dificilmente se podem levar a sério. Tomemos o exemplo recentíssimo do último sorteio de jogos a contar para a Taça de Portugal. Nas vésperas da cerimónia surgiu ao público o líder ideológico do Canelas fazendo votos para que o dito sorteio lhe colocasse o Benfica no caminho apontando razões que os organismos internacionais que superintendem a indústria – UEFA e FIFA – condenam, punem e lutam por erradicar. "Pelo ódio que tenho por eles e para lhes fazer a vida negra", explicou-se o doutor Madureira que é o orgulho cívico do nosso desporto-rei, o orgulho do ensino universitário nacional e ainda, por todas estas razões, o recrutado chefe de claque da Seleção Nacional. "Seria um jogo em que iríamos transformar em força todo o ódio que temos por eles", acrescentou à laia de tese e como quem responde, do alto da sua cátedra, ao último apelo à normalidade balbuciado por escrito pelo presidente da FPF.

O "ódio", portanto. E o "ódio" não é, de facto, uma anedota. O que será uma anedota é a FPF, a quase secular organizadora da distinta competição, permitir sem um reparo a presença do Canelas no sorteio da Taça de Portugal depois de o doutor Madureira ter apelado à luta pelo ódio como quem se está nas tintas para o doutor Fernando Gomes, o presidente da FPF, que apelou à luta contra o ódio há coisa de duas semanas. Uma leitura atenta dos regulamentos internacionais resolveria num ápice este tipo de situações que só germinam e florescem quando a autoridade é fraca. Neste caso, fraquíssima.

O maior problema do Benfica – sim, o Benfica vive um problema – é o relaxamento provocado pela conquista notável do seu quarto título consecutivo de campeão nacional. O objetivo do ‘tetra’ foi perseguido e levado de vencida com um espírito de luta como se não houvesse amanhã. Mas há amanhã. Quando se trata de futebol, amanhã é hoje. E se a adrenalina que movia o tetracampeão se esgotou nos últimos festejos no Marquês terá o Benfica obrigatoriamente de reinventar para si próprio novos desígnios nunca antes alcançados como, por exemplo, aquela coisa do ‘penta’. E até a Liga Europa, se lá chegarmos.
O desaparecimento de Pinto da Costa explica-se facilmente tendo em conta que o seu emblema está a entrar no seu quinto ano consecutivo sem nada ganhar. E, neste caso, nada é nada. Zero total. Para o presidente do FCP vir à tona é preciso um êxito episódico como foi o do Mónaco. E lá veio esta semana à tona para afirmar que o Porto "é o baluarte do Norte contra o centralismo". Em artes da comunicação o Francisco J. Marques dá-lhe 10-0 ao intervalo.
Leonor Pinhão, in Record

BENFICA PERDE SUPERTAÇA


Formação comandada por José Jardim deixou fugir o 7.º troféu consecutivo e o 8.º do palmarés.
Emoções ao rubro no Pavilhão Municipal de Almada com a disputa da Supertaça em Voleibol. Frente a frente o Sport Lisboa e Benfica, Campeão Nacional, e o SC Espinho, vencedor da Taça de Portugal, na luta pelo primeiro troféu oficial da temporada 2017/18.
Entrada poderosa das águias, plena de raça e ambição, com o set inicial a fechar num 25-19… e a perspetivar uma noite feliz para os encarnados! Mas do outro lado estava uma equipa decidida a não facilitar e a olhar bem diretamente nos olhos o Glorioso. Ora, posto isto, resposta pronta… e que resposta.

A formação da Costa Verde, na luta por um troféu (que acabaria mesmo por ser o 5.º do palmarés) conquistado a última vez em 1999/2000, entrou com tudo e deu mesmo a volta ao jogo, vencendo os dois sets seguintes por 22-25 e 23-25, respetivamente.
Do outro lado, o Benfica reergueu-se e, num 4.º set emocionante e disputado ponto a ponto até à ultima, empatou a contenda e triunfou já nas vantagens com um 31-29.
Na negra, imprópria para cardíacos e com os nervos à flor da pele, os pormenores foram decisivos e acabaram por decidir. Vitória para o SC Espinho, que fechou o set e o jogo com um 11-15 e respetivo 2-3 final.
Com este resultado, o Benfica deixou fugir o 7.º troféu consecutivo e o 8.º do palmarés.
José Jardim fez alinhar a seguinte formação inicial: André Lopes, Hugo Gaspar, Miroslav Gradinarov, Filip Cveticanin, Zelão, Tiago Violas e Ivo Casas.
O Campeonato Nacional arranca no próximo fim de semana.

UM AZAR DO KRALJ


Que ganhe o melhor comunicado: um Azar do Kralj projeta o grande clássico da 8ª jornada
Domingo à noite há Sporting-FC Porto e Um Azar do Kralj antecipa um grande duelo entre Francisco Marques, Nuno Saraiva e José Marinho, “de teclas afiadas, prontos para comer a relva e lutar pela vitória na Liga NOS dos subterfúgios”. “Ainda não sabemos quem ganhou, mas cada qual fará como o PCP em noite eleitoral”.
As marcas de desporto gostam de dizer ao consumidor que o futebol é muito mais do que um jogo. Serve isso para vender artigos desportivos e o sonho a estes associado: um corpo tonificado, uma mente sã e um propósito qualquer maior do que nós. Problema: o futebol é de facto mais do que um jogo, mas em Portugal faz-se uma interpretação livre do conceito. Futebol é o jogo jogado, mas isso é apenas um pretexto para dar lugar à modalidade favorito de quem trabalha nos clubes.
Nope. Não é o futebol. É o tiro ao alvo. É o faroeste da comunicação bélica antes, durante e depois do jogo. É questionar a idoneidade do VAR. É escrever manifestos insinuantes sobre o estado das coisas. É denunciar sem provas. É fazer tudo isto sem deixar que a realidade estrague uma boa história, até que essa história se torne realidade.
No fundo, o sonho daquela criança a quem os pais ofereceram uma bola de futebol e umas chuteiras. Os diretores de comunicação há muito que largaram a prática desportiva. São uma espécie de reis das assistências, mas os seus passes paga golo apenas servem para municiar comentadores desportivos, os tais cartilhados que escolheram o caminho acéfalo, seja lá qual for a sua cor clubística.
Por isso, este domingo, que ganhe o melhor comunicado. O Benfica ainda não entrou em campo, portanto está quase a bater um recorde de dias consecutivos sem levar na ripa, mas que isso não impeça o seu novo reforço, José Marinho, de se pronunciar sobre o jogo de domingo. Carrega, José! O comunicado do Benfica tem o título “uma questão de grandeza”, mas se lermos nas entrelinhas é de uma pequenez flagrante. Fala de rivais que só têm olhos para o tetra que quer ser penta, apenas dois dias depois de a equipa de futebol do Benfica ter atualizado o significado da palavra penta com uma goleada sofrida em Basileia.
Enfim. Isto deve ser tudo normal e adeptos como eu é que estão a ficar moles. Piadas todos fazemos, amigos. O Kralj acerta umas vezes e falha espetacularmente em muitas outras ocasiões. O que evitamos fazer é fomentar uma rivalidade assente na convicção cega de que o vencedor no futebol português nunca é o melhor nem um justo vencedor. Nada mais errado, doentio e nocivo.
Mas vamos a isso: domingo à noite teremos em campo Francisco Marques, Nuno Saraiva e José Marinho, de teclas afiadas, prontos para comer a relva e lutar pela vitória na Liga NOS dos subterfúgios. Ainda não sabemos quem ganhou, mas cada qual fará como o PCP em noite eleitoral. Cada qual à sua maneira, ganharão todos. Se perderem, tanto melhor. Mais razões terão para justificar a sua existência.
Se ainda não ficou claro, permitam-me que o diga com todas as letras: este texto não pretende ser uma crítica específica a um clube. Aliás, isto nem sequer é sobre os clubes mas sobre as pessoas que os representam neste momento. Felizmente, qualquer um destes clubes tem sobrevivido com dignidade e elevação aos seus funcionários mais incendiários. Na verdade, isto é só um prognóstico sobre o clássico de domingo que se tornou um pretexto para lamentar, só mais uma vez, desculpem lá, a postura dos três clubes no que à sua postura institucional concerne.
Este domingo, que se lixe quem entrar em campo. Que se lixem os 90 minutos, o talento do Sérgio Conceição e seus jogadores, ou o génio incontornável de Jorge Jesus e dos seus rapazes. Esqueçam isso. Futebol? Isso já era. Venham as 90 horas seguintes e que ganhe o melhor comunicado.

Um Azar do Kralj, in Tribuna Expresso

NOVA VITÓRIA NO ANDEBOL


Cinco jogos, cinco vitórias. Ninguém pára o Benfica, no campeonato nacional de andebol. Esta tarde, mais um resultado expressivo (28-15) da equipa orientada por Carlos Resende. Desde o segundo inicial que a superioridade do Benfica se manifestou no jogo, perante o actual último classificado da liga.
Este resultado permite, também, ao Benfica fixar-se na liderança do campeonato, tornando-se a única equipa invicta, até ao momento e com um total de vitórias nos jogos disputados. É, na verdade, um arranque de competição notável, de uma equipa que vence e dá espetáculo, como foi publicamente assumido por Carlos Resende como factores críticos de sucesso.
Frente ao São Bernardo, o treinador benfiquista fez, também, a habitual rodagem do seu plantel, continuando a oferecer minutos de competição a alguns dos jovens talentos formados no clube a que Carlos Resende tem proporcionado hipóteses de afirmação na equipa.

Destaque para a entrada fulgurante do jovem Pedro Santana, de apenas dezoito anos de idade e que rapidamente deu nas vistas pela força do seu remate. Em poucos minutos, tornou-se no melhor marcador da equipa, com cinco golos marcados, em cinco remates efectuados.
Outro jovem, Francisco Pereira, com quatro golos apontados, foi, igualmente, merecedor dos elogios e da aposta do seu treinador.
Segue-se o clássico alfacinha, quarta-feira, frente ao Belenenses.

ASSIM É IMPOSSÍVEL


"A exibição com o Basileia foi muito fraca. E por não ser a primeira vez esta época faz soar o alarme de quem ainda sonha ganhar títulos.

Achar normal ou ficar conformado com o que vimos o Benfica fazer na Suíça não é uma atitude aceitável. Na Suíça só os adeptos, num apoio muito para lá do exigível, estiveram à altura da dimensão do Benfica. Foi muito fraca a exibição, e por não ser a primeira vez esta época faz soar o alerta de quem ainda sonha ganhar coisas. A jogar assim será impossível conquistar títulos, ou sequer lutar por eles. Uma época precisa de consistência, e não podemos estar bem contra o Paços e estar péssimos quatro dias volvidos. Dizer que saíram alguns valores da defesa encarnada no defeso (Ederson, Lindelof, Nélson Semedo) é reduzir e simplificar um problema maior. Não são os defesas que defendem mal, é todo o Benfica que tem tido pouca qualidade defensiva. Sofremos reiteradamente golos caricatos, e teremos que enfrentar a realidade sem negar.
Queremos um Benfica mais competente, a começar pelo difícil jogo de domingo na Madeira.
Nos Barreiros exigimos um Benfica determinado, com uma vontade de superação, onde as dificuldades sejam apenas desafios a vencer. Um Benfica capaz de mostrar aos benfiquistas que há outro caminho, outro rumo e outra perspectiva de futuro ainda este ano. A forma como vemos outros adeptos festejar a nossa derrota é também um excelente sinal, mostra como somos grandes, e como são pequenos os seus clubes, mostra no fundo o estado de espírito de adeptos de clubes que ganharam menos que o Moreirense no passado recente. É natural na rivalidade desportiva. Esse é o lado bom da coisa e a alegria deles e o seu significado são talvez a nossa maior conquista.
Neste domingo eleitoral, temos que eleger um Benfica candidato ao título na Madeira, depois haverá uma paragem prolongada, e o futebol apenas volta dia 15 de Outubro em Olhão e para a Taça de Portugal. Perder pontos na Madeira complica a contabilidade de forma assinalável, porque teremos um campeonato com relativamente poucos pontos perdidos, e porque a distância avoluma-se para os rivais. Um Porto muito equilibrado e um Sporting com várias soluções de qualidade serão sempre candidatos. Como me dizia um colega, ontem, à saída do tribunal: «Este ano se vocês ganham, ainda nos vai custar mais, e vão ser ridicularizadas as nossas festinhas intercalares». Não sei o que irá acontecer, mas gostava que o receio deste adepto rival (e amigo) se concretizasse.
Rui Vitória, depende de nós e começa domingo."

Sílvio Cervan, in A Bola

É ALTURA DE FALAR POUCO E TRABALHAR MUITO

                                           

A presença de Douglas, jogador que reforçou o Benfica neste defeso, na lista de convocados é a principal novidade promovida por Rui Vitória para visita ao terreno do Marítimo, em jogo da oitava jornada do campeonato, uma estreia para o lateral.
O técnico dos 'encarnados' chamou um total de 21 jogadores, com destaque ainda para a entrada de Krovinovic para o lugar do castigado Samaris. Eliseu ficou de fora.
O Benfica desloca-se este domingo ao terreno do Marítimo, em jogo referente à oitava jornada da Primeira Liga, pelas 21h30.
Confira a lista de convocados:
Guarda-redes: Svilar, Júlio César e Bruno Varela;
Defesas: Grimaldo, Luisão, Douglas, Jardel, André Almeida e Rúben Dias;
Médios: Fejsa, Filipe Augusto, Zivkovic, Salvio, Pizzi, Krovinovic e Cervi;
Avançados: Raúl, Jonas, Gabriel, Seferovic e Rafa.

BENFICA B VENCE EM COIMBRA


O Benfica B viajou até Coimbra onde enfrentou a formação da Académica, num jogo da 9.ª jornada da II Liga. As águias venceram, por 1-2.
Os Estudantes vinham em recuperação no campeonato depois de dois empates e uma vitória, mas este sábado o Benfica B foi superior e conseguiu vencer, em Coimbra, por 1x2.
A substituição de Hélder ao intervalo deu resultado com Zé Gomes a conseguir colocar o Benfica em vantagem antes dos quinze minutos do segundo tempo. Heriberto também marcou para os encarnados tendo Nélson Pedroso reduzido já perto dos noventa, depois de uma grande penalidade.
Onze inicial: Zlobin, Alex Pinto, Ferro ©, Lystcov, Pedro Amaral, Florentino Luís, Gedson, Keaton, João Félix, Heri e Alan Jr.
Suplentes: Fábio Duarte, Matheus Leal, Hélder Baldé, Mendes, Nuno Santos, Jota e Zé Gomes.
Boletim clínico:
- Filipe Soares – Entorse no joelho direito
- Gonçalo Rodrigues – Status pós-cirúrgico ligamentoplastia no joelho direito
- Thabo Cele – Entorse no joelho esquerdo

BENFICA GOLEOU BELENENSES


O Benfica somou uma nova goleada na Liga, desta feita no triunfo por 6-0 frente ao Belenenses, no primeiro de três dérbis (incluindo a final da Taça de Honra da AF Lisboa) que disputa numa semana.

O início de jogo foi de um aparente equilíbrio, com o Belenenses a tentar surpreender o Benfica e à procura do erro. Contudo pela frente a formação belenense encontrou um conjunto que revelou paciência e maturidade, acabando por entrar a matar quando teve oportunidade.



Os dois primeiros golos surgiram com uma diferença de cerca de um minuto (primeiro por Deives aos 11' e depois por Fábio Cecílio aos 12'). A partir daí os visitantes começaram a errar mais e a construir menos, o que levou a que ao intervalo o Benfica tivesse uma vantagem confortável de cinco golos (Robinho 17', Deives 18' e André Coelhpo 20').

Na segunda parte os benfiquistas desaceleraram e foram gerindo o jogo, com o Belenenses a tentar surpreender, mas só com uma oportunidade que quase deu golo, aos 21 minutos, com Liléu a forçar Roncaglio a mostrar que não estava na baliza como espectador. O único golo deste período foi marcado por Tiago Brito, que encerrou a contagem aos 34'.

A formação orientada por Joel Rocha somou, assim, mais três pontos, antes da deslocação ao reduto do Sporting na próxima jornada (dia 7 às 14h30). Ainda antes, águias e leões disputam a final da Taça de Honra, dia 5 às 14h30, partida que será transmitida em direto pela CMTV.

BENFICA ENTRE O PESADELO E A REALIDADE


"Madeira no caminho, como se não bastasse ter de juntar os cacos

Não seria nada disto que Rui Vitória tinha em mente para um fim de semana onde Sporting e FC Porto se defrontam. Porque não pode haver dois vencedores, do duelo de Alvalade chegarão inevitavelmente à Luz pontos perdidos por um ou até pelos dois rivais. Mas a ‘manita’ de Basileia deu ao treinador do Benfica muito mais que pensar do que nos resquícios do clássico. Desde logo, porque a sua equipa terá pela frente um dos piores adversários que lhe podia tocar neste momento: um Marítimo em bom plano, quarto classificado da tabela, apenas um ponto atrás das águias.
Para agravar, o jogo é nos Barreiros, cujo relvado tem sido alvo de críticas de quem lá joga, por mais parecer um batatal. Isto, só por si, já era matéria de preocupação bastante para uma fragilizada equipa do Benfica. Mas será apenas a parte mais pequena do problema. A maior dor de cabeça para Rui Vitória, neste momento, é juntar os cacos que sobraram do terramoto de Basileia. Esse jogo evidenciou, com grande violência, que o mau momento da equipa da Luz não ficou atenuado pelo triunfo frente ao P. Ferreira, há uma semana. Essa vitória terá sido, afinal, uma pausa na crise.
No futebol há um velho chavão segundo o qual o próximo jogo é sempre o mais importante. Desta vez a estafada frase não é apenas um busto de Napoleão. O jogo de amanhã é um dos mais relevantes da época, para o Benfica. Os adeptos exigem uma resposta adequada, algo que lhe diga que tudo isto é um pesadelo. Sob risco de uma espera agitada na madrugada.

O desafio do Sporting no clássico
O Sporting teve uma boa prestação frente ao Barcelona. Jogou bem e tal... mas perdeu. Isso é que fica. Vitórias morais, em futebol, é um conceito difuso. Vamos colocar um cenário? E se a equipa de Jesus volta a jogar bem com o FC Porto e não ganha? Pois... estão a perceber?

Baliza a ferver
primeira parte da crise na Luz (o antes de Basileia) tinha feito uma vítima: o guarda-redes Varela. A dolorosa mão cheia na Champions acaba por ilibar o rapaz. Resumir a ele o problema seria uma tremenda injustiça. E agora, Júlio Cesár aguenta-se ou avança Svilar para a pira?

Ena, tanta coisa?
Um clássico é sempre um clássico. Mas em função do que aconteceu a meio da semana na Suíça, quem diria que o jogo entre Sporting e FC Porto se arrisca a não ser o ponto alto de um domingo eleitoral?"

UMA SEMANA DO MELHOR BENFICA TV HD :: 29 SETEMBRO 2017

                                           

JOGO LIMPO - BENFICA TV - 29 SETEMBRO 2017

                                           

PRIMEIRAS PÁGINAS


O PROBLEMA É LÁ CHEGAR


Em 90 minutos, conseguiu o Benfica desfazer a maldição das bolas nos postes.
Pode parecer que não, mas, na realidade, houve aspetos muito positivos na última exibição do Benfica na Europa. O grego Samaris, por exemplo, esteve em campo no último quarto de hora do jogo e cumpriu com excelência a missão de que foi incumbido: não só não foi expulso como também impediu com o seu esforço que o "score" atingisse proporções que pusessem em risco o marco histórico registado em 1999 em Vigo. Com Samaris em campo em Basileia, o Benfica sofreu apenas 1 golo e a coisa ficou-se modestamente pelos 5-0. No entanto, esteve bem à vista a reabilitação moral da equipa que se viu trucidada na Galiza no derradeiro ano do velho século XX. Duas bolas nos postes de Júlio César e uma soberba intervenção do guarda-redes brasileiro a roubar o golo a Van Wolfswinkel nos minutos finais garantiram a Rui Vitória que o pior resultado de sempre da história europeia do Benfica continua a ser aquele que o seu colega Jupp Heynckes trouxe da funesta viagem aos Balaídos há 18 anos. Outro aspeto encorajador desta última viagem internacional dos tetracampeões nacionais é a certeza de que, para bem dos seus pecados, o Benfica não joga em 2017/2018 no campeonato suíço. É que o registo de confrontações com o poderio helvético começou a descambar logo na pré-temporada, com uma exótica goleada sofrida perante a equipa dos Young Boys de Berna. Somando esses 5-1 de julho a estes 5-0 de setembro, é caso para se dizer que não há como a velha neutralidade suíça para neutralizar por completo o estatuto e as ambições do maior emblema de Portugal. Mas há mais ilações positivas a tirar do jogo de quarta- -feira. A questão das bolas nos postes, por exemplo. Chegou o Benfica à Suíça detendo o inóspito recorde de ter atirado 10 bolas aos ferros nos primeiros 10 jogos oficiais da temporada. O presente transe resolveu-se a bem em Basileia, embora de um modo radical que pode não ter agradado a uma imensa maioria de adeptos. Em 90 minutos, conseguiu o Benfica desfazer a maldição dos postes limitando-se estrategicamente a não rematar uma única vez à baliza à guarda do simpático Vaclik e, assim, se deu por encerrado o assunto com eficácia e prontidão. Temos, portanto, um Benfica com zero pontos à segunda jornada do seu grupo da Liga dos Campeões e com a perspetiva de ter ainda de jogar duas vezes com o Man. United, de ter de ir a Moscovo e, mais difícil ainda, de ter de receber em sua casa o mesmo Basileia, esse portento helvético. E também aqui se vislumbra um repto positivo: a Liga Europa, uma provazinha mais à medida das nossas capacidades. O problema é lá chegar. Outras Histórias Só houve Benfica fora das quatro linhas A bater palmas aos adeptos esteve bem a equipa de Rui Vitória Verdade, verdadinha, em Basileia só houve Benfica fora das quatro linhas. E diga-se que a prestação dos dez mil benfiquistas nas bancadas do St. Jakob-Park foi de se lhe tirar o chapéu. A soma dos milhares de quilómetros que toda aquela gente percorreu até chegar ao seu lugar na bancada e a soma dos outros tantos milhares de quilómetros feitos no regresso a casa são a expressão máxima do amor e do querer dos adeptos que não olham a sacrifícios para comparecer onde a sua voz for precisa. E que voz. Aos 3-0, ouviam-se puxando pela equipa como se nada de catastrófico se estivesse a passar. E estava. Aos 5-0, continuavam a fazer ouvir-se, merecendo as atenções e a homenagem da realização da transmissão televisiva que lhes concedeu um merecidíssimo protagonismo pelo seu exemplo de fé nos instantes finais da coisa. No fim de tudo, viram-se aplaudidos pelo público da casa e pelos jogadores do Benfica. Aí, sim, a bater palmas aos adeptos esteve bem a equipa de Rui Vitória.
Leonor Pinhão, in Correio da Manhã

O CARTÃO DE CRÉDITO DE VIEIRA


"Luís Filipe Vieira conquistou um crédito quase ilimitado junto dos benfiquistas nos últimos anos, fruto dos seis títulos conquistados nos últimos dez anos e da obra feita. Manuel Vilarinho começou a obra de reconstruir o clube depois da calamidade Vale e Azevedo e Vieira prosseguiu o caminho até conquistar a glória interna. Gastou muito; o Benfica começou a ganhar dentro de campo até que chegou a hora de começar a pagar a factura financeira e reduzir a dívida.
O caminho encontrado foi o de começar a olhar com maior propriedade para a formação e, nessa altura, em 2015, já com um bicampeonato no bornal, decidiu que Jesus não era um homem indicado para este projecto e decidiu-se por Rui Vitória. As duas primeiras temporadas correram de feição e Vieira começou a capitalizar financeiramente o sucesso desportivo, vendendo os principais activos da equipa, até que chegou ao início desta temporada. Estava à vista de muitos - excepção feita os arautos da versão oficial - que o plantel tinha deficiências. Vieira usou os créditos que tem junto dos adeptos e não recorrei a novos créditos exteriores para ir buscar reforços - aqui deve ler-se na verdadeira acepção da palavra e não o ir buscar jogadores só porque sim. Para esta estratégia resultar, contou com um treinador benévolo no relacionamento com a sua estrutura, que não reclama, pelo menos em termos públicos, por melhores jogadores.
O pior nesta altura para os encarnados é terem a percepção de que a exibição e a goleada sofridas em Basileia não foi conjuntural mas estrutural e vem na sequência de uma série de erros na construção do plantel que, no curto prazo, só se resolve com dinheiro. Resta saber se Vieira vai continuar a gastar os créditos do seu cartão ou se vai manter-se inamovível no caminho. Não é fácil, porque também estará consciente que, tal como os financeiros, os créditos de simpatia também se esgotam."

Hugo Forte, in A Bola

CONTAS BENFICA SAD - 2016-2017


"(...) evolução dos Activos Correntes consolidados da Benfica SAD. (...) a evolução dos Activos Não Correntes.
Que podemos retirar desta informação(...)?
Em primeiro lugar, há que fazer uma distinção entre os Activos Correntes e os Não Correntes. Essa distinção é feita sobre o carácter previsível de durabilidade de um Activo na empresa, neste caso, da empresa Benfica SAD numa perspectiva consolidada.
Em segundo lugar, a distinção de rubricas que é feita no âmbito dos Activos Correntes e muito menor que aquela que é feita no âmbito dos Activos Não Correntes. Por outras palavras, nesta última classificação, temos muitas mais rubricas.
Em terceiro lugar, os períodos de referência são as contas que respeitam aos exercícios de 2015/16 e 2016/17.
Em quarto lugar, tecer-se-ão algumas considerações sobre a distinção que é operada em termos de disponibilidade de curto prazo e disponibilidade de médio e longo prazo.
Nos Activos Correntes, temos, de forma mais imediata, os montantes de disponibilidade financeira mais disponíveis, como são os de caixa e os equivalentes de caixa. Estamos a falar de cerca de 13 milhões de disponibilidade imediata.
Mas essa disponibilidade também é quase imediata nas outras duas rubricas, de outros activos correntes, que representa cerca de 12 milhões, e na rubrica de clientes, que representa cerca de 67 milhões.
Como é sabido, uma situação é uma empresa possuir património, e outra totalmente distinta é uma empresa possuir disponibilidade financeira imediata.
Com um exemplo muito simples explica-se esta distinção.
Imaginemos que determinada pessoa tem dois imóveis e não tem dinheiro fresco. E imaginemos que os imóveis não se conseguem vender num curto espaço de tempo por falta de alguém que os compre.
Essa pessoa não deixa de ter património, o seu activo é superior ao seu passivo, mas não consegue arranjar dinheiro fresco para pagar as suas despesas correntes, como água, luz, alimentação, deslocações, escola do filho, etc.
Ora, só tem uma das soluções - ou não paga e assim entre em incumprimento com todas as consequências daí advenientes, ou, então, pede dinheiro emprestado.
O dinheiro que pode emprestado tem de pagar juros, pelo que, se continuar a não ter dinheiro fresco, acaba por não conseguir pagar esses juros e entra em incumprimento.
Ora, aqui começa a ter três soluções, - ou não paga e assim entra em incumprimento com todas as consequências daí advenientes, ou, então, pede mais dinheiro emprestado, o que o faz começar a entrar numa espiral de dividas, mas tem uma terceira hipótese - pode tentar vender um dos imóveis ao desbarato para arranjar liquidez.
Mesmo que o consiga fazer, com os atrasos e incumprimentos que teve, já perdeu muito dinheiro e ainda perderá parte do património que tinha, a diferença entre o que o imóvel valia e o valor pelo qual o teve de vender.
Geralmente esta situação, se não for compreendida pela pessoa e não for invertida, vai originar a médio prazo a insolvência por falta de liquidez.
Daí que seja importante equilibrar disponibilidade imediata e mediata, com património."

Pragal Colaço, in O Benfica

O FIM DA LINHA?


"Terá Rui Vitória compreendido bem o que significa a noite de Basileia num clube tão grande como é o Benfica?

Compreendo até que possa soar estranho, mas deve o Benfica admitir que o pior da humilhante noite de Basileia nem foi obviamente a derrota. Jogar fora de casa na Liga dos Campeões é difícil para qualquer equipa e, portanto, seria de esperar que fosse difícil para o Benfica esta viagem ao campo do campeão suíço, sobretudo se pensarmos que o Benfica já há muito que não anda propriamente de boa saúde competitiva e mesmo tendo em conta que este Basileia faz parte da terceira divisão europeia e nem é o Basileia que, apesar de tudo, conseguiu ser aqui há quatro ou cinco anos.
Nesse sentido, claro que podiam os campeões portugueses voltar a ter, agora em Basileia, uma noite infeliz, porque pode ter. Perder, pois, custaria sempre, porque perder pela segunda vez nesta Liga dos Campeões complicaria ainda mais as contas encarnadas na prova, e porque voltar a perder seria perder ainda mais do menor ânimo que a equipa tem mostrado no campeonato.
Em todo o caso, qualquer derrota seria sempre mais aceitável, evidentemente, se os adeptos vissem a equipa jogar outro futebol. E essa é que é a questão chave: o futebol, que a equipa joga e o futebol que a equipa não parece capaz de jogar!

O pior, em Basileia, parece não ter sido, pois, a derrota. O pior foi o tão pouco que a equipa jogou. E a baixa intensidade com que joga. E a fragilidade táctica. E a falta de andamento. O parecer que joga num ritmo de treino e de um treino muito pouco exigente. O pior foram os erros tão evidentes e tão chocantes.
O pior foi ver o confrangedor da opção por Júlio César na baliza, porque a experiência do Júlio César já não compensa a falta de agilidade. Como pode um guarda-redes a este nível evitar permanentemente qualquer contacto físico com os adversários (por certo com receio de voltar a lesionar-se...) e tornar-se assim um alvo tão frágil como o foi na triste noite de Basileia? Deu Júlio Cèsar algum frango? Não, na verdade não. Mas abordou quase sempre assim tão mal os lances) Sim, na verdade sim. Mal, muito mal. Tão mal que nunca foi Júlio César capaz de desafiar corajosamente o duelo com os pés dos adversários, como, no mínimo, se exige a qualquer guarda-redes na Liga dos Campeões. Revejam as imagens e logo perceberão o que quero dizer.
O pior foi também ver a opção por Jardel em vez do promissor, jovem, fresco e mais rápido Rúben Dias, porque já tinha ficado claro que Rúben Dias está, nesta altura, muito mais apto do que Jardel a dar à equipa o que ela precisa. E o que dizer da decisão de deixar de fora Seferovic logo no jogo em que Seferovic, por todas as razões e mais uma, mais poderia dar emocionalmente ao Benfica?
E pior ainda foi ver-se, depois, o treinador trocar então Jonas por Seferovic quando a equipa já perdia por 0-3 e contava apenas com dez homens em campo.
À procura, Rui Vitória, de quê? Não pensou no risco de desastre absoluto? Não foi capaz de prever que assim sujeitaria a equipa a perder por cinco, como perdeu, ou por seis ou sete, como quase chegou ao ponto de perder?
O pior, na verdade, foi, enfim, ter-se visto a equipa completamente perdida em campo. Sem rei, sem roque, sem norte, sem alma, sem a cabeça limpa, como se viu sobretudo na expulsão de André Almeida mas também na chapada (que o árbitro, felizmente para o Benfica, não viu) que Jonas, naquele mesmo momento, deu no número 11 Steffen.
O pior, realmente, para o Benfica não foi perder.


O pior foi ter ficado a sensação que a equipa não tem nesta altura capacidade para fazer muito melhor, mesmo frente a um adversário de baixo estatuto como é o Basileia, que, diz a estatística, parece que não ganhava na Liga dos Campeões há 11 jogos, ou seja, há quase, três anos (desde Novembro de 2014) e há quase dez mil minutos de jogo!!!


Tem, aliás, a estatística servido algumas vezes ao treinador do Benfica para justificar mesmo o que não parece lá muito bem justificar dessa maneira - como Rui Vitória fez, por exemplo, ao tentar justificar a pretensa influência de Filipe Augusto no jogo da equipa. Pois desta vez diz a estatística que nos 90 e poucos minutos da humilhação de quarta-feira não fez o Benfica qualquer remate enquadrado com a baliza do Basileia. Neste caso, sim, o que diz a estatística explica muito do que se passou. E nem é preciso recorrer a mais estatística. E muito menos puxar dos galões da posse de bola porque isso só aumenta a vergonha e ainda torna a emenda bem pior do que o sonete!
Muito pior do que perder foi ver o Benfica ser goleada pelo modesto Basileia quase da mesma maneira como foi goleado pelos outro modestos suíços do Young Boys, num 1-5 só disfarçado pela pré-temporada mas que não deixou de levar então o jovem Cervi a desabafar no final um «isto não pode voltar a acontecer».



derrota desta semana na Suíça não é apenas e segunda pior derrota de sempre do Benfica na Europa, a seguir aos 0-7 de Vigo, há quase 20 anos, sofridos apesar de tudo frente a um Celta que era incomparavelmente muito mais equipa e jogava muito mais futebol do que este Basileia. Agora, o desaire de Basileia não é, pois, o segundo pior de sempre. É, que me lembre, o mais humilhante de todos. Humilhante, creio é mesmo a palavra certa!
Se compreender isso, poderá Rui Vitória ter ainda alguma esperança de conseguir inverter esta história e eventualmente reconduzir o Benfica à linha que, apesar de todas as circunstâncias especiais (e foram muitas, a meu ver, as circunstâncias especiais, que não vêm agora ao caso...), o levou nos dois últimos anos tetra.
Mas se Rui Vitória não o compreender, então pode ser o fim da linha.
Os sinais, para já, dizem que não compreender. Porque se tivesse compreendido teria deixado uma palavra (e, porventura, um pedido de desculpas) aos adeptos e, sobretudo, aos adeptos emigrantes (que incompreensivelmente não deixou) pela vergonhosa e triste que a equipa os levou a passar, e teria dado ordem para, à chegada a Lisboa, seguir tudo para o Seixal para estágio, treino e restante trabalho, até à viagem para o Funchal, onde, já este domingo, há um jogo que o Benfica deve, obrigatoriamente, exigir a si próprio um só resultado: ganhar!
Rui Vitória não fez nem uma coisa (mensagem aos adeptos) nem outra (fechar a equipa no Seixal). Terá compreendido bem o que significa a noite de Basileia num clube tão grande como o Benfica?
(...)"

João Bonzinho, in A Bola

OBS: Basicamente esta crónica é um ataque rasteiro e  nojento ao treinador do Benfica por um sujeito que convenientemente esqueceu-se de mencionar muitas outras coisas. O importante aqui era enterrar o treinador. Baixo nível de um bardamerda de nome Bonzinho...

CAUSAS REMOTAS, SOLUÇÕES FUTURAS...


"Luís Filipe Vieira gizou um projecto desportivo para o futebol do Benfica baseado no enquadramento de jovens talentos, provenientes quer do Seixal, quer do prospecção, feito por jogadores com créditos firmados. Esta fórmula só funciona bem se nem se forçar demasiado a nota à procura de talento transbordante onde ele é apenas residual, nem se descurar a qualidade dos demais players.
O que está acontecer no presente é que, por um lado, depois de safras excepcionais, de onde brotaram, entre outros, Ederson, Cancelo, Bernardo, Guedes, Renato, A. Gomes ou Nélson Semedo, no horizonte encarnado não se vislumbram, para já, talentos de calibre equiparável (o que não encerra nenhum pecado, porque só quem não percebe nada de futebol pode pensar que uma academia de um clube é igual a uma fábrica de alicates). Por outro, aos elementos enquadradores está a faltar a capacidade de outros tempos, nomeadamente a Júlio César e Luisão, quiça os casos mais gritantes.
Mas o que aconteceu em Basileia foi demasiado grave para ser explicado apontado erros individuais, a essa constatação deve remeter a solução do problema, para outros patamares: o do treinador, a quem deverá ser imputada a responsabilidade pela falência táctica e estratégia de uma equipa que só parece ser trabalhada para jogar de uma maneira; e o da SAD, que acautelou o equilíbrio entre a cantera e os outros.
Olhando para o curtíssimo prazo, Marítimo (fora) e Manchester United (casa), são os desafios que podem definir a profundidade da crise encarnada. Mas a questão mais global do futebol do Benfica irá permanecer na ordem do dia..."

José Manuel Delgado, in A Bola

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

BENFICA NÃO ESTÁ NUMA SITUAÇÃO DESESPERADA


Antigo dirigente dos ‘encarnados’ relembrou que o Benfica já tinha perdido por cinco golos com Jorge Jesus.
António Figueiredo admitiu que o Benfica está atravessar um momento menos bom, mas que não está desesperados. Em declarações à Antena 1 antes da Assembleia Geral dos ‘encarnados’, o antigo dirigente do clube da Luz recordou outra ocasião em que o Benfica perdeu e sofreu cinco golos.
“ O momento do Benfica não é o melhor, mas as pessoas na gestão são as mesmas. Não acredito que esteja numa situação desesperada. Se olharmos para o passado já houve acidentes deste género. Com o anterior treinador [Jorge Jesus] também levámos cinco golos do Olympiakos. São coisas más que acontecem…”

Sobre a Assembleia Geral, António Figueiredo acredita que podem surgir críticas e contestação, mas que é uma situação natural visto que mesmo em anos de conquista houve que pensasse de forma diferente.
A Assembleia Geral do Benfica está marcada para esta sexta-feira e o ponto de situação dos ‘encarnados’ vai estar em discussão bem como as contas que já foram apresentadas com lucros recorde.

DE VIEIRA A BAS DOST


"A popularidade de Luís Filipe Vieira será hoje posta à prova. Não há assembleia gerais para analisar o rendimento das equipas de futebol, mas a fase que o Benfica atravessa fará com que esse acabe por se transformar no tema da noite. É inevitável. E que fase é esta que os encarnados atravessam? Se falarmos das últimas 4 semanas, é uma fase má. Se falarmos dos últimos 2 meses, é uma fase boa, que até já inclui um título conquistado (Supertaça). Se falarmos de 2017, então passa a ser uma fase extraordinária, com 3 títulos ganhos (Liga, Taça de Portugal e Supertaça) e com vendas de 150 milhões de euros.
Dos últimos 16 troféus disputados em Portugal, o Benfica ganhou 12. O Sporting venceu 2, o Sp. Braga 1 e o Moreirense o outro. Esta é uma realidade. A outra é a de que o tetracampeão definiu o penta como próximo objectivo e que, até ver, as coisas estão a correr mal. Por quê? Talvez porque se tenham feito más opções no mercado. Se foi isso, só há um caminho a seguir: aguentar até Janeiro e corrigir aí o que houver para corrigir.
Em Alvalade, Bas Dost ficou em ponto de mira por ter passado a bola a um colega em vez de ter rematado à baliza do Barcelona. Vejam lá melhor o lance. Bas Dost iria rematar com três adversários em cima e, por isso, preferiu oferecer a Bruno Fernandes a possibilidade de disparar sem ninguém por perto. Tomou a melhor decisão."

ANÁLISE AO BENFICA E À IMPRENSA DESPORTIVA - BENFICA TV - 29-09-2017

                                           

UM PASSO DE GIGANTE


Depois da inauguração do Centro de Treino e Formação do Seixal há mais de uma década, o Benfica vai deixar a sua marca no domínio da criação de condições de excelência para a alta competição: a prioridade chama-se agora o Centro de Alto Rendimento em Carnaxide, onde o atletismo e o râguebi terão um espaço nobre, um modelo de fazer inveja a qualquer outra instalação desportiva em Portugal nestas duas modalidades. A intenção é dotar o clube de instalações modernas, onde possa coexistir a formação e a competição, um pouco à semelhante do que se passa no Seixal. O custo é de 17 milhões de euros.

Nos dias de hoje não há tempo a perder em criar modelos. Isso custa muito dinheiro e a política do Benfica parece ser outra. Manter equipas competitivas, mas olhar cada vez mais para a formação. No complexo da Luz ainda há espaço para a formação e competição das modalidades de pavilhão, mas existem outros desportos com tradição no clube que requerem atenção. Sem casa própria desde há muitos anos, o atletismo e o râguebi podem enfrentar daqui a alguns anos sérios desafios de forma a honrar os pergaminhos do clube.
Por outro lado, o Centro de Alto Rendimento em Carnaxide traduz-se num sinal de viragem. Há uma posta muita forte na ciência do treino, investigação, o que permite modelar quem, efetivamente, tem condições para chegar longe na elite. Estamos a falar em representações nacionais a europeus, mundiais e Jogos Olímpicos, o que significa que a curto prazo tantos os treinadores como os atletas terão as melhores condições. Depois serão as capacidades psicológicas a ditar a diferença na competição.
Norberto Santos, in Record

PRIMEIRAS PÁGINAS


"COM OS JOGADORES QUE TEM, O BENFICA TEM DE DAR MAIS"


Antigo jogador do Benfica considera que houve falta de concentração no início de jogo em Basileia.
A pesada derrota do Benfica em Basileia por 5-0 vai deixar marcar na equipa de Rui Vitória. A formação 'encarnada' precisava de dar continuidade ao triunfo diante do Paços de Ferreira, mas acabou por 'espalhar-se ao comprido' diante do quatro classificado do campeonato suíço.
Em entrevista ao SAPO Desporto, Álvaro Magalhães analisou o descalabro do Benfica diante do Basileia, e apontou alguns dos erros cometidos numa noite europeia para esquecer.
"Não é fácil explicar aquele resultado. Por vezes ganha-se e as coisas não estão assim tão bem, mas as vitórias às vezes também escondem muitas coisas. Esta derrota é desastrosa, é uma derrota que deixa marcas, ainda por cima na Liga dos Campeões é um resultado muito negativo", começou por dizer o antigo jogador do Benfica.
"Na alta competição como é possível isto acontecer? Ainda para mais numa equipa como o Benfica, que tem jogadores internacionais. Como pode sofrer um golo dois minutos depois do apito inicial? Isto é uma falta de concentração, é uma falta de atenção, e não se pode sofrer um golo logo no início de um jogo que é muito importante na Liga dos Campeões, e sofrer um golo nos primeiros minutos deixa a equipa afetada", acrescentou depois o antigo treinador adjunto de Trappatoni que conquistou o título de campeão na época 2004/2005.
"Depois houve uma reação, mas notou-se que o Benfica teve uma noite para esquecer, não é o Benfica da Champions, não é o Benfica campeão. O Benfica, com os jogadores que tem, tem de dar muito mais", frisou Álvaro Magalhães.
PAÇOS DE FERREIRA NÃO É O BASILEIA
"Derrota com o Basileia? A alta confiança temos que a ter, sempre com muito respeito pelo adversário e o Basileia também não é uma equipa fraca. Está na Liga dos Campeões é porque é o campeão da Suíça e tem valor, tem mais jogadores com qualidade. O Basileia foi superior em todos os aspectos, no aspecto físico, no aspecto técnico-tático e psicológico. O Basileia foi superior nesses quatro componentes do futebol, pois preparam bem este jogo. Sabiam os pontos fracos, que todas as equipas têm, e tinham conhecimento do momento menos bom que o Benfica estava a atravessar. Melhorou um pouco contra o Paços de Ferreira, mas o Paços de Ferreira não é o Basileia, o Basileia é muito superior e estudou bem o adversário. Táticamente, a equipa do Basileia foi perfeita", analisou Álvaro Magalhães.
RUI VITÓRIA TERÁ DE EXPLICAR MELHOR ESTA SITUAÇÃO
"É de lamentar que o Benfica não tenha realizado um único remate à baliza do Basileia. Os jogadores são os mesmos, apesar da saída de alguns, mas todos os anos têm saído jogadores, isto não se compreende. O Rui Vitória terá de explicar melhor esta situação, agora repito, não se podem sofrer dois golos logo no arranque do jogo. O segundo golo então…na alta competição, não é só quem joga nas equipas grandes, nas equipas pequenas também acontecem, eu na época passada sofri um golo aos 30 segundos, é impossível, isto é falta de concentração. Aquele segundo golo, a jogada tem de ser 'morta' logo no início da área do adversário, não pode percorrer 100 metros e chegar à baliza adversária e sofrer golo. É um lance em que é um canto a favor, dá golo na sua baliza, não pode. Não pode acontecer isto. Foi falta de concentração, por vezes, até de uma certa experiência, e há faltas que se têm de fazer para 'matar' a jogada. E há cartões amarelos que têm de ser usados nessas faltas para 'matar a jogada', como se diz na linguagem do futebol. Faltou alguém fazer uma falta no meio-campo", disse Álvaro Magalhães sobre os vários erros cometidos pela equipa, nomeadamente no lance do segundo golo do Basileia.
"Não vamos culpabilizar só a defesa por este desaire. A melhor defesa começa no ataque. É aí que tem de haver a pressão sobre o homem da bola, e depois criam-se muitos espaços na zona defensiva. O problema é que quem observa o jogo constata que às vezes aparecem cinco e seis jogadores contra quatro jogadores do Benfica. Os outros ficam a ver o que é que vai acontecer. Portanto, algo está mal nesse aspecto. Os três sectores. Não é só culpabilizar se foi a defesa, porque começou lá na frente. A pressão sobre o homem da bola começa no último avançado. Os três sectores têm de estar muito juntos de forma a não criarem espaços ao adversário para se organizar. E isso de não deixar o adversário organizar-se é fundamental e é um trabalho que tem de se fazer durante a semana para depois transportar para o jogo", apontou o treinador português.
Já em relação à expulsão de André Almeida, Álvaro Magalhães defendeu o defesa direito dos 'encarnados', mas assumiu que o jogador do Benfica não esteve bem pois acabou por prejudicar toda a equipa com a sua saída.
"A situação do André Almeida é de se lamentar. O André Almeida até é um dos jogadores que defendo muito pelo seu comportamento, em termos de profissional, é um jogador polivalente, é um jogador que cumpre, mas há que lamentar esta situação. Ele não pode ter aquela atitude que vai prejudicar toda a equipa", comentou Álvaro Magalhães.
Questionado sobre a continuidade do Benfica nas provas europeias, Álvaro Magalhães assumiu que o próximo jogo contra o Manchester United será determinante.
"É engraçado que o Benfica perde dois jogos mas está a três pontos do segundo lugar. Portanto, ainda há muitos jogo, é evidente que vai haver este próximo jogo com o Manchester United, que é mais complicado. Se o Benfica perder contra o Manchester United, e se uma das equipas ganhar, o Basileia e o CSKA Moscovo, aí já é mais difícil para o Benfica continuar na Liga dos Campeões. E depois ainda há o 'goal average' com o Basileia para a disputa da Liga Europa. Se o Benfica ganhar ao Manchester United, sabendo que não é fácil também não é impossível, pode acontecer, numa noite menos boa do Manchester United, que não acredito muito, porque o Manchester United este ano está muito mais forte. A equipa é diferente para melhor, muito mais organizada. Nesta altura, não podemos dizer que o Benfica já está afastado da Liga dos Campeões, mas o próximo jogo é importante para as aspirações do Benfica. O próximo jogo tem de ganhar, se não ganhar aí, possivelmente, terá de lutar por uma ida à Liga Europa", sentenciou sobre o assunto Álvaro Magalhães.

AQUECIMENTO - 28 SETEMBRO 2017 - BENFICA TV [HD]

                                           

VONTADE TIRA DISCERNIMENTO


"Nem só com músculo e coração se ganha. Não deve ignorar-se a razão e a concentração.

Golo madrugador
1. Mesmo perante uma derrota por números tão expressivos, não pode apontar-se o dedo aos jogadores do Benfica em termos do músculo e coração que meteram no jogo, mas faltou algo fundamental, a estabilidade emocional. Provavelmente pelo momento que a equipa atravessa (mesmo vindo de uma vitória frente ao Paços de Ferreira), a vontade de ganhar e de dar uma resposta cabal retirou discernimento europeu aos encarnados, daí resultando sucessão de erros que não são normais. O primeiro golo do Basileia nasce de uma lançamento de linha lateral favorável ao Benfica, no último terço ofensivo, com a formação suíça a iniciar uma transição rápida, a contrastar com a lentidão do Benfica na recuperação defensiva. Essa desvantagem no marcador, muito cedo, obrigou Rui Vitória a alterar o plano de jogo inicial, alteração essa que passou essencialmente por subir o bloco colectivo, tentando pressionar o Basileia na sua primeira fase de construção, o que por sua vez deixou maior espaço nas costas da linha defensiva das águias.

Papel químico
2. Seria em mais uma bola parada a favor do Benfica (um canto) que o Basileia voltaria a marcar, novamente num ataque rápido e outra vez com a equipa portuguesa a não conseguir ganhar a primeira e a segunda bola e a sentir dificuldades para acompanhar a velocidade dos homens da casa. Dois golos quase a papel químico em termos de organização, face à lenta recuperação do Benfica.

Corredor esquerdo
3. Com Grimaldo e Cervi a funcionarem de forma positiva em termos ofensivos, explorando muito bem o espaço dado pelo Basileia no seu sistema de 3x5x2, o facto é que foram os mesmos intervenientes a sentir dificuldades em termos defensivos, sendo este o corredor preferencial para o Basileia chegar e importunar a baliza de Júlio César.

Descontrolo emocional
4. Com a entrada no segundo tempo e, pouco depois, o terceiro golo do Basileia, notou-se algum descontrolo emocional nos jogadores do Benfica, no que é exemplo a expulsão de André Almeida ao minuto 63. Com vantagem de três golos no marcador e em superioridade no número de jogadores, a equipa suíça preocupou-se em jogar mais no erro do Benfica, sem correr riscos, chegando dessa forma ao 4-0 e 5-0. Os últimos 15 minutos foram um inferno para os jogadores do Benfica, ansiosos pelo apito final."

Armando Evangelista, in A Bola

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O QUE SE PASSA NO BENFICA?


Quarta-feira triste para a futebol português. O Sporting defrontou um gigante mundial, em momento algum se pôde sonhar com um resultado que fosse além do empate a zero. Mas bateu-se com galhardia e a equipa está saudável. Na Suíça, o Benfica voltou ao fundo do poço da crise. Valha-nos a terça-feira do FC Porto.
Na Luz, afinal a culpa não era do jovem guarda-redes, Bruno Varela. A responsabilidade pela actual situação do Benfica é naturalmente, em primeira linha, do seu treinador, que aceitou as vendas de craques sem acautelar devidamente as substituições. Acima de tudo, a grande nódoa de Rui Vitória recai sobre a forma desastrosa como estão a jogar os atletas que coloca em campo. O Benfica sofreu uma das mais humilhantes derrotas da sua história europeia. Porém, só quem não viu o jogo se pode espantar com a crueldade dos números. Pizzi não está a acertar passes, nem o passo. Falha a colocação de bola até em distâncias curtas. Não ganha ressaltos, nem consegue rasgar terreno com a bola nos pés. Os flancos estão uma desgraça. Sem capacidade de perfuração e com dois jovens levezinhos, hábeis, mas incapazes de atacar e defender com consistência. Cervi e Zivkovic, não devem jogar ao mesmo tempo. Nenhum deles é solução no flanco direito.

Grimaldo está muito pior do que Eliseu. Não se compreende como o internacional português ainda não ganhou o lugar. Já na semana passada ficou escrito neste espaço: o problema do Benfica não está na defesa (Grimaldo, é um caso isolado), nem no guarda-redes. O que falha são as opções erráticas de Rui Vitória e o péssimo ambiente colectivo. Os avançados ficam nas covas quando o passe não lhes chega limpo. Jonas foi ontem mais um exemplo desta apatia competitiva. Os jogadores aparentam uma certa acomodação à sombra dos sucessos recentes e Rui Vitória vai experimentando peças, sem qualquer fio de coerência. Normalmente, como o técnico do Benfica muito bem saberá, quando o treinador começa a abanar os fundamentos da equipa, perdendo a coerência e o sentido de justiça, os jogadores tendem a perder a fé. E, sem fé no seu líder, as equipas perdem muito mais do que ganham.
No final do jogo no Mónaco, em que o FC Porto dominou os locais, Leonardo Jardim lamentou a pesada derrota, que atribuiu ao facto dos adversários terem ganho grande parte das bolas divididas. E foi assim mesmo – o FC Porto não deu nenhuma bola como perdida.
É o querer, em sobra neste atual FC Porto, que parece ter voado até desvanecer-se nos céus da Luz. Há uma doença grave no plantel do Benfica. Cabe a Rui Vitória descobrir uma cura rápida e eficaz. Que, antes de tudo, está em escolher com coerência o melhor onze disponível.
Octávio Ribeiro, in Record