O Benfica, com o triunfo de ontem sobre o Vitória SC, de Guimarães, juntou o nome a um número restrito de clubes por essa Europa fora que terminaram a temporada com uma dobradinha: Juventus, Celtic, Basileia e Shakhtar. Porém, o sucesso benfiquista não deve ser aferido apenas pelos êxitos mais recentes, merecendo alguma reflexão aquilo que aconteceu nas últimas quatro épocas. Em Portugal, disputaram-se três troféus (as Supertaças Cândido de Oliveira) e doze competições (quatro edições do Campeonato Nacional, da Taça de Portugal e da Taça da Liga), tendo o emblema da Luz vencido onze. O Sporting conquistou uma Supertaça e uma Taça de Portugal, o FC Porto garantiu uma Supertaça e o Moreirense uma Taça da Liga. No mesmo período de quatro anos, o Benfica esteve numa final da Liga Europa e acedeu aos quartos de final e a uns oitavos de final da Liga dos Campeões.
É impossível olhar para este registo e não ver um padrão associado, que se traduz em estabilidade e revela um patamar de competitividade muito razoável no âmbito internacional e dominante no registo interno.
Pode dizer-se, agora, com uma certeza fundamentada em dados, que estamos perante um novo ciclo hegemónico no futebol português, construído com base em padrões que foram capazes de conjugar a paixão e a emoção - a média de espectadores no Estádio da Luz na I Liga superou os 56 mil - com o rigor e o profissionalismo. Luís Filipe Vieira escolheu os colaboradores mais próximos com base na capacidade profissional e na lealdade; e alguns deles nem remotamente eram adeptos do Benfica. Isso, porém, não foi obstáculo para a sua contratação e os bons resultados estão à vista, apontando o caminho a outros clubes que pretendam trilhar um rumo de modernidade e progresso.
A partir de hoje abre-se o mercado de verão e muita coisa vai mudar nos plantéis dos clubes candidatos ao título em Portugal. Parece inquestionável, porém, que o Benfica parte em vantagem, podendo consolidar a hegemonia se assinalar não o penta, mas o hexa, como marco histórico e alcançar. O FC Porto debate-se com problemas geracionais e o Sporting tem-se desperdiçado em batalhas estéreis. Quanto mais esta situação se prolongar, melhores serão os prognósticos benfiquistas...
ÁS
Rui Vitória
Desde que assumiu o comando técnico do Benfica, disputou oito competições nacionais e venceu cinco. A dobradinha conseguida ontem no vale do Jamor foi a cereja no topo do bolo para este treinador que conjuga um low profile com uma liderança firme e que parece muito confortável na relação com o clube da Luz. Parabéns.
REI
Pedro Martins
Teoricamente, começou o campeonato na quinta posição terminou no quarto posto, superando o rival histórico, o SC Braga. A este feito, somou uma presença na final da Taça de Portugal, onde lutou pelo troféu até ao derradeiro apito. Confirmou em Guimarães tudo aquilo que de bom prometeu no Marítimo e no Rio Ave.
REI
Emílio Peixe
Portugal, um pouco à imagem do que aconteceu há um ano em França, apurou-se para os oitavos de final do Mundial de sub-20 de forma sofrida. A partir de amanhã, no mata-mata com a Coreia do Sul, tudo é possível para uma selecção que ainda não encantou mas tem em Diogo Dalot e Diogo Gonçalves dois nomes com futuro.
A fasquia fica muito alta na baliza do Benfica
«Provavelmente, este foi o meu último jogo pelo Benfica»
Ederson, guarda-redes do Benfica
O Benfica contou, nos últimos anos, com dois guarda-redes jovens, Oblak e Ederson, que cedo identificou e trabalhou, e que constam já da lista dos melhores do mundo. Oblak está em Madrid e Ederson está a caminho do Manchester City. O que, respeitando a qualidade garantida por Júlio César, coloca responsabilidade na escolha do próximo senhor das redes...
Pinto da Costa e Arsène Wenger
O que mantém Pinto da Costa e Arsène Wenger na crista da onda? A gratidão, um sentimento nobre, que une FC Porto e Arsenal, relativamente a quem muito lhes deu mas, provavelmente, já está para além do prazo de validade. Com que linhas vai escrever-se o futuro imediato? Um segredo, para já, bem guardado...
Adeus Totti
Ontem despediu-se dos relvados, aos 40 anos, um monstro sagrado do futebol, Francesco Totti, mito da Roma - 620 jogos na Série A e campeão do Mundo em 2006 pela Itália - onde permaneceu por mais de um quarto de século. Nos dias que correm já não há muitos jogadores como Totti, que se confundem com um clube e são referência para as novas gerações. Maldini, no AC Milan, Michel, no Real Madrid, Gerrard, no Liverpool, Terry, no Chelsea, ou Luisão, no Benfica, são alguns daqueles que ainda dão sentido à expressão 'amor à camisola'."
José Manuel Delgado, in a bola