"1. No espaço de 3 dias, de quinta-feira a domingo da semana passada, o Benfica perdeu os 2 jogos que disputou com os seus rivais. O que exige dos benfiquistas uma situação como está? Exige benfiquismo.
2. O primeiro insucesso, em termos práticos, é remissível porque se tratou da 1.ª mão da meia-final de Taça de Portugal, e a derrota tangencial com o Sporting pode ser revertida no encontro da 2.ª mão que disputaremos em casa em Abril. E será isso que, certamente, irá acontecer. O Benfica ambiciona conquistar a sua 27.ª Taça de Portugal e tem oportunidade de concretizar esse objeto já em 2024.
3. Incomparavelmente mais duro foi o segundo insucesso frente a um rival porque nos custou 3 pontos deixando-nos feridas para sarar. Estranho seria se um resultado como o que aconteceu no Porto não provocasse dor e revolta entre os benfiquistas. É certo que, com a sua dor e com a sua revolta, cada um faz o que muito bem entender. Mas uns fazem melhor do que outros. E há exemplos.
4. Foi notável o comportamento dos benfiquistas nas bancadas do campo do FC Porto quando o resultado se avolumava em nosso desfavor. Benfica, Benfica, Benfica! Que grande lição de amor incondicional.
5. Também com a sua dor e com a sua revolta decidiu o presidente do Benfica falar aos benfiquistas. Ainda no estádio, Rui Costa pediu desculpa a todos. Fez muito bem em não desaparecer e fez ainda melhor em assumir as responsabilidades que cabem a um presidente nos bons e nos maus, péssimos, momentos.
6. A grande família do Benfica viu partir nesta semana António-Pedro Vasconcelos, um indefectível benfiquista que sempre amou, acompanhou, vibrou e opinou livremente sobre o Clube. A paixão nasceu-lhe quando, muito jovem, vivia em Paris como tantos outros exilados portugueses no início da década de 60 do século passado. Foi em Paris que o realizador se encantou com as duas conquistas da Taça dos Campeões Europeus. 'A partir daí, tornei-me um benfiquista fervoroso. Quando voltei a Lisboa, passei a ir ver os jogos, mais tarde tornei-me sócio, e hoje continuo como um adepto crítico', disse António-Pedro Vasconcelos numa entrevista à plataforma MaisFutebol.
7. A par de uma carreira incontornável como cineasta - estreou-se na realização em 1973 com o filme Perdido por Cem, a que se seguiu uma filmografia extensa e pontuada por grandes êxitos de bilheteira -, António-Pedro Vasconcelos nunca se escusou a assumir o seu amor ao Benfica e foi o defensor do Clube em inúmeros programas de televisão e noutros fóruns onde sempre se apresentou de modo fiel a si próprio, à sua inquebrantável paixão pelo Glorioso e ao grande cavalheiro que sempre foi."
Leonor Pinhão, in O Benfica
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