terça-feira, 31 de dezembro de 2024

RESULTADO INJUSTO CASTIGOU UMA PÉSSIMA PRIMEIRA PARTE

 


"Sporting 1 - 0 Benfica

Hoje não faço o post nos moldes habituais porque estou a acompanhar o jogo em direto, como comentador, nos estúdios do V+.
Primeira parte oferecida ao Sporting. Foi assim nas duas ultimas épocas.
Benfica recuado, sem posse de bola, a falhar muitos passes, a entregar muitas vezes a bola para eles atacarem. O Benfica não é uma equipa de jogar recuado, na expectativa. É de assumir o jogo.
Ademais, as nossas linhas muito pouco juntas, nada próximas, a abrir e a dar muitos espaços ao Sporting.
Trubin foi o nosso melhor jogador na primeira parte: tudo dito. Precisamos de Pavlidis para ter uma referência atacante, para ter quem ligue o jogo na frente. Percebo a intenção da inclusão do Amdouni, mas não está a resultar.
Vamos ver o que muda Lage para a segunda parte. Pede-se acima de tudo outra atitude.
Jogo todo nosso na segunda parte. Vamos nos 70 minutos. Não se podem falhar golos assim. A do Amdouni aos 61', então, é inadmissível...
Passámos a ganhar as segundas bolas, a ganhar duelos, a ocupar melhor os espaços, a encostá-los lá trás.
Mas não podemos deixá-los contra atacar sem matar, se necessário com faltas, as saídas deles.
Resultado injusto, o empate é que melhor traduziria o que se passou nos 90 minutos. Castigo para primeira parte tão deficiente."

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

NADA FICOU DECIDIDO...

 


"Sporting 1 - 0 Benfica

Jogo normal entre candidatos, repartido, com os sporting a usar a carta “chicotada psicológica” para entrar pressionante e com maior domínio na primeira parte onde inclusivamente fez o golo que decidiu o jogo…após esse efeito, expectável verdade seja dita, os ajustes de Lage surtiram efeito até certo ponto uma vez que o golo não surgiu, e não se consegui inverter o resultado negativo vindo da primeira parte, apesar do jogo quase de sentido único na segunda.
Foi um derby, nada ficou decidido, deu um balão a lá “Amorim frente ao City pelo United” ao Rui Borges e mandou os do costume para a ribalta nas redes sociais…mas estamos lá em cima e na luta!
Ponto chave e vou se polémico!
Faltam médios centro que elevem este plantel para outro patamar!
Florentino é bom…mas o problema é este, é bom e pode ser muito bom com os elementos de ligação certos (mas Enzos não nascem todos os dias);
Kokcu nem é fiambre nem é queijo…não é um 10 clássico porque não tem o virtuosismos desses dinossauros quase extintos no futebol mundial atual e muito menos é o 8 introduzido ao mundo futebolístico por Deco no seu auge…o médio que defendia e atacava com a mesa qualidade durante 90 minutos…e sem estes dois elementos chave ou pelo menos bem complementados tudo se esfuma quando o nível aumenta…
Mas estamos no caminho certo, há muito mais sumo no plantel, há soluções, há que atacar o mercado de forma assertiva e arrumar a equipa como deve ser!
Vamos ser campeões é o meu vaticínio!!!
Vamos Benfica!!!"

A Gola de Sabry, in Facebook

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

2024: ENTRE A SAUDADE E A MUDANÇA

 


O ano que termina deixou-nos mais pobres pelas perdas, e mais ricos por novos paradigmas. 2025 será marcado por eleições para a FPF e COP. E Liga?

O ano de 2024 não teve coração quando levou tanta gente que me era querida, com quem tinha cumplicidades e uma amizade de décadas, tratando-se, ao mesmo tempo, de referências do futebol português. Em fevereiro partiu Artur Jorge, antigo companheiro no Belenenses, mais tarde meu treinador na Seleção Nacional BB e no Portimonense; março foi o mês do adeus a Minervino Pietra, durante meia dúzia de anos um sólido apoio afetivo que tive no Benfica; junho levou-nos Manuel Fernandes, um dos adversários mais recorrentes da minha carreira, com quem mantive sempre contacto próximo, nas várias curvas por onde a vida nos levou; e em agosto, depois da crónica de uma morte anunciada, foi a vez de partir Sven-Goran Eriksson, com quem tive a felicidade de me cruzar profissionalmente, e, à beira do fim, ter podido despedir-me dele pessoalmente.
Treinadores, companheiros, adversários, que importa? O importante é a relação criada, e um sentimento de partilha e comunhão que derrota a própria morte. Será coisa de outros tempo? Talvez. Ontem foi dia de dérbi (do qual faço a crónica na página quatro desta edição) e veio-me à memória um dérbi de 1982/83, em que o Benfica foi campeão nacional e recebeu o Sporting no jogo da consagração: no final da partida, os leões, liderados pelo presidente João Rocha, foram à nossa cabina apresentar cumprimentos e connosco partilhar uma taça de champanhe. Exemplarmente exemplar, suscetível de fazer corar de vergonha quem, a seguir, transformou adversários em inimigos, num caminho para o precipício que começa agora a dar alguns sinais de reversão. Se são ‘folhas’ caducas ou perenes (com um abraço a António Bagão Félix, excelentíssimo botânico amador, que durante muitos anos enriqueceu, com a sua inteligência, este jornal), o tempo dirá…
TREINADORES cientificamente escolhidos, planos, projetos, médio prazo, modelos-tipo, todos estes jargões têm feito parte do dia-a-dia do nosso futebol, mas nenhum resiste à ditadura dos resultados. O que fica bem num discurso não adere, a maior parte das vezes à realidade e o que é verdade hoje passa a ser mentira amanhã. A propósito, usando os 18 participantes na I Liga de 2024/25, procurei saber quem vai entrar no Ano Novo com o mesmo treinador que tinha a 1 de janeiro de 2024. As conclusões não andaram longe do esperado, na senda do que tem sido a (i)lógica do nosso futebol: apenas dois clubes apresentam o mesmo treinador, curiosamente dois emblemas promovidos da II Liga, o Nacional, com Tiago Margarido e o Santa Clara, com Vasco Matos. Todos os outros (é verdade que o Sporting não ia despedir Ruben Amorim, mas João Pereira, o sucessor designado, só durou 45 dias) têm técnicos diferentes, o que pode ser mote para uma tese sobre o comportamento das lideranças perante a pressão dos números.
MPOSSÍVEL acabar 2024 sem falar da mudança de administração no FC Porto. Algum dia Pinto da Costa haveria de sair, mas creio que ninguém terá previsto que o fizesse depois de ser derrotado nas urnas por André Villas-Boas por 80/20.
José Manuel Delgado, in a Bola

ANTÓNIO SILVA "JOGA" PELA JUVE



 1 A três dias do dérbi, jogo que pode marcar a ferro e fogo a Liga 2024/25, duelo que vale muito mais que três pontos, Jorge Mendes atirou a pedra sem esconder a mão. «António Silva quer a Juventus e a Juventus quer António Silva», disse o mais poderoso dos empresários de jogadores, na quinta-feira, à margem da gala dos Globe Soccer Awards, no Dubai, agora que o mercado de inverno voltará a agitar o mês de janeiro.

Tal como os treinadores sempre que acreditam no potencial das equipas que comandam, também Jorge Mendes gosta de pressão alta, asfixiante se possível, sobretudo quando se abre uma janela de oportunidade como esta que se escancarou desde que António Silva perdeu para Tomás Araújo o lugar de parceiro de Otamendi no eixo defensivo dos encarnados.
Aposta inesperada de Roger Schmidt em 2022/23, temporada de sonho que culminou com o título de campeão nacional e lhe garantiu o estatuto de revelação, o central de apenas 21 anos perdeu gás na época seguinte – participação no Euro-2024 desiludiu a fechar – e na atual vive à sombra de outra pérola do Seixal.
«Vamos ver o que o Benfica decide, pois tem a última palavra», assim constatou Jorge Mendes o óbvio, ou não estivesse o clube da Luz protegido por contrato até 30 de junho de 2027 e cláusula de rescisão de 100 milhões de euros.
Um valor para o qual remeteu Rui Costa a 30 de novembro, ao garantir que as principais figuras do plantel – presume-se que António Silva, internacional português numa posição cujas soluções credíveis às ordens de Bruno Lage se resumem a três, seja uma delas – nunca sairiam em janeiro com desconto. Declarações públicas do presidente do Benfica que não terão passado despercebidas a Jorge Mendes, mas que o agente não considerou suficientemente dissuasoras para evitar que pressionasse altíssimo.
O silêncio de António Silva é igualmente revelador do estado de espírito de um futebolista descontente por ver os jogos sentado no banco enquanto o tempo voa sem apanhar aqueles comboios que, dizem, só passam uma vez.
Aposto que António Silva se lembrará do trajeto de outro central, Ferro, ao serviço das águias, um (aparente) prodígio lançado por Lage em 2019, aos 21 anos, que, entretanto, não confirmou aquilo que se esperava dele e hoje representa o Estrela da Amadora.
A Juventus quer António Silva e tanto este como Jorge Mendes acompanham as pretensões da vecchia signora. A bola está a chegar a Rui Costa e desta vez a comunicação social não poderá ser acusada de publicar notícias de mercado para desestabilizar. A não ser que Jorge Mendes e António Silva tenham carteira de jornalista...
João Pereira: O amor é cego
2 Identificar as contradições de Frederico Varandas desde que escolheu João Pereira para suceder a Ruben Amorim até que deu o dito por não dito e apostou em Rui Borges, é um exercício penoso para o presidente do Sporting. A Lei de Murphy, viu-se, não se aplicou só ao agora antigo treinador leonino, abateu-se também em todo o esplendor sobre o líder do clube e da SAD.
«É uma nobreza de caráter e esta nobreza diz muito do que é o João e, enquanto presidente do Sporting, quero agradecer-lhe por tudo o que tentou e não conseguiu», disse Varandas, durante a apresentação de Rui Borges, referindo-se ao facto de João Pereira ter abdicado de qualquer indemnização:« Nem um cêntimo quis, só disse 'este clube deu-me tudo, não vai ter de pagar o que quer que seja'.»
Ao leme da equipa B, João Pereira aceitou um «presente envenenado» e pouco depois vê-se no desemprego. O amor é cego, diz o povo. João Pereira ama o Sporting e só essa cegueira justifica que abdique dos montantes a que justamente teria direito.
Amorim será diferente?
3 Que têm em comum David Moyes, Ryan Giggs, Van Gaal, José Mourinho, Solskjaer, Michael Carrick, Ralf Rangnick, Ten Hag e Van Nistelrooy? Uns na qualidade de treinadores principais, outros como interinos, todos acreditaram ser possível triunfar em pleno no Manchester United pós-Alex Ferguson.
«Se eu não ganhar, independentemente de terem pago a cláusula, estarei em perigo como todos os treinadores», afirmou Ruben Amorim, selado frente ao Wolverhampton o quarto desaire nos últimos cinco jogos.
O ex-Sporting perde desafios mas não perde clarividência – por que razão, aos olhos de quem manda nos red devils, Amorim seria diferente dos antecessores em Old Trafford?
Paulo Cunha, in a Bola

NINGUÉM TRAVA O TRICAMPEÃO!



 Benfica ganha o primeiro dérbi lisboeta da temporada com pesada vitória sobre o Sporting por 81-64 à 10.ª jornada da Liga Betclic. Desfecho que mantém o conjunto de Norberto Alves imbatível há 27(!) jogos consecutivos para o campeonato, contando com a época passada e o 'play-off'.

No aguardado dérbi de Lisboa que marcava a 10.ª jornada da Liga Betclic, havia expectativa quanto à capacidade do Sporting para conseguir complicar a caminhada do Benfica no campeonato e, quem sabe, fazer aquilo que ainda ninguém conseguiu, quebrar a invencibilidade que vem desde a temporada passada e ia em 26 jogos.
Afinal não. Nem de raspão tal esteve perto para acontecer. As coisas começaram a descambar ainda no final da 1.ª parte e terminaram com a vitória das águias por esmagadores 81-64 (22-22, 19-13, 24-12, 16-17). Isto depois de se ter chegado a verificar a diferença de 24 (81-57) a 1.19m do apito final, após o último cesto de Thomas Drechsel (4 res, 3 ass, 2 rbl), o melhor marcador da partida com 23 pontos. 18 obtidos ainda no 1.º tempo.
Foi o extremo americano que catapultou o conjunto de Norberto Alves para a liderança definitiva ao marcar 9 pontos consecutivos num parcial de 10-2 que fixou o resultado ao intervalo em 41-35.
Após no arranque do 2.º quarto os verdes e brancos terem mostrado algum ascendente numa sequência de 0-9 (27-32) em que Diogo Ventura (12 pts, 5 res. 2 ass, 4 rbl) e André Cruz procuram atacar o cesto para encontrar soluções face à fraca finalização da equipa e desinspiração dos homens grandes junto ao cesto, Drechsel reentrou com 6.14m para se jogar no período. Também ele apontou as armas ao cesto e o impacto fez-se sentir de imediato, da linha de lance livre (31-32), antes de converter os referidos 9 pontos consecutivos.
No início da 2.ª parte, Luís Magalhães procurou diminuir a influência de Thomas impondo uma defesa à zona box and one, com Ventura a policiar o homem que estava a fazer a diferença.
Norberto reagiu e fez entrar José Silva (12). A tática dos leões implodiu. Os quatro primeiros cestos do locais foram triplos com Silva, além de Aaron Broussard (14 pts, 9 res, 4 ass, 3 rbl), a ser outra opção para atirar para lá dos 6,75m. Rapidamente o fosso abriu-se aos 13 pontos (53-41) e Magalhães regressou à defesa individual, mas sem conseguir que a desvantagem se dilatasse.
Nesse período, o Benfica conseguiu cinco triplos, contra nenhum do adversário, e com mais dois no derradeiro quarto, terminou com 13/40 (32%) em lançamentos de três. Os de Alvalade com 5/23 (21%).
No entanto, só isso não explica o abismal desnível do placard. As águias levaram também a melhor na luta das tabelas: 49-45, com 28-21 ao intervalo. Só que, dos 28 ressaltos à ida aos balneários, 13(!) eram ofensivos, contra 9. A falta de bloqueios das tabelas e até de alguma agressividade defensiva, como dois contra um sobre a bola ou o portador desta antes do meio-campo, que costumam ser a imagem de marca dos conjuntos de Luís Magalhães, foram uma miragem.
Daí que o Sporting tenha começado a perder o jogo na defesa e acabado no ataque. A dada altura passou a ser difícil os seus jogadores recuperarem defensivamente após turnovers (15) ou lançamentos falhados enquanto no ataque, sobretudo no último quarto, a tática parecia ser: cada um por si. Raras jogadas foram finalizadas com princípio, meio e fim.
Já o Benfica, onde o coletivismo imperou, com o extra-passe à procura do melhor elemento para lançar e abrir buracos na área restritiva, além do desequilíbrio provocado por Drechsel e Broussard, foi o anular ofensivamente de figuras como Anthony Barber (10 pts, 3 res, 3 ass), Nick Ward (10 pts, 7 res) e Isaiah Armwood (7 pts, 8 res), Jeremiah Bailey (3 pts, 2 res) ou mesmo Cruz que ajudou a desconcertar o Sporting. Depois, os próprios jogadores leoninos trataram de destruir o resto.

DAR DE AVANÇO NUNCA DEU RESULTADO



Avassaladores, os primeiros 45 minutos do Sporting deixaram o Benfica atónito; na segunda metade, encarnados fizeram pela vida mas faltou-lhes eficácia. O dérbi da estreia feliz de Rui Borges foi emocionante até ao derradeiro segundo
Este foi um dérbi com várias histórias dentro do resultado que perdurará nas estatísticas, e que dá conta da vitória do Sporting por 1-0 sobre o eterno rival. Comecemos pela assimetria: os leões vestiram fato de gala na primeira parte, foram muitíssimo mais intensos que o Benfica e tiveram ocasiões para sentenciar a partida, não fora a grande oposição feita por Trubin a Catamo (17) e Gyokeres (40). A equipa de Bruno Lage, que se apresentou no habitual figurino, apenas com Amdouni, mais móvel, no lugar que costuma ser de Pavlidis, foi amplamente subjugada por um ‘novo’ Sporting, que entrou em campo decidido a exorcizar definitivamente o fantasma de Ruben Amorim.
Os jogadores responderam positivamente à ‘chicotada psicológica’ e adaptaram-se bem ao 4x4x2 que Rui Borges não quis deixar para depois, independentemente de ter tido apenas três treinos para implementá-lo. Mas, bem vistas coisas, em muitas dinâmicas os leões tiveram ou Quaresma ou Matheus Reis a jogar por dentro, descendo para fazer o cinco da defesa Catamo ou Quenda, como no antigamente. O que se alterou radicalmente face a um passado recente foi a intensidade colocada no jogo, na primeira parte de tal forma asfixiante que deixou o Benfica quase KO e os leões de língua de fora no segundo tempo, até Rui Borges mexer na equipa, sem alterar a tática, com as entradas, para dar pulmão, primeiro de João Simões, Maxi e Fresneda (72) e depois de Harder (81).
Em suma, os leões pagaram com alguns sustos e com a necessidade de entregarem o comando do jogo às águias, o esforço que fizeram na metade inicial. Nesse período, com Florentino e Tomás Araújo a denotarem um inesperado nervosismo (o central foi batido de forma demasiado fácil por Gyokeres, devido a uma abordagem ao lance em que usou mal o corpo, na assistência que daria o único golo da partida, e o trinco perdeu várias bolas comprometedoras, em lances que podiam ter acabado pior para a sua equipa) houve muito pouco Benfica, com dificuldade em sair a jogar com bola, com uma tremenda incapacidade em segurá-la a meio-campo, tendo tudo isto como consequência o deficiente municiamento dos avançados.
LAGE MEXEU BEM
Após o intervalo, Barreiro foi a jogo e Florentino ficou na cabina, pensando-se que o internacional luxemburguês iria atuar na cabeça da área. Porém, essa missão, a que se juntava a de pautar o jogo, coube a Kokçu e a partir daí o Benfica reencontrou-se, Di María passou para a esquerda, ficando a direita para Aurnses, Bah e Carreras começaram a fazer mossa nas alas, e o golo começou a rondar a baliza de Israel, que na primeira parte apenas se tinha aplicado num livre de Kokçu.




O que os encarnados começaram então a fazer em termos de pressão foi suficiente para muitos fantasmas regressarem a Alvalade. Sentia-se que a equipa verde-e-branca estava cansada – um lance caricato (68) em que um pontapé de baliza para o Sporting acabou em canto para o Benfica é disso prova – e Rui Borges fez, aos 72 minutos o que, provavelmente devia ter feito por volta dos 60: tirou Morita, em perda, Quaresma, com cãibras e Quenda, esgotado e sem mexer no 4x4x2, que se transformava em 4x2x3x1 quando Trincão baixava no terreno, refrescou os setores com Fresneda, Maxi e João Simões. A partir daí, embora o sinal mais fosse do Benfica, os leões passaram a respirar melhor e até tiveram oportunidade de ensaiar alguns contra-ataques perigosos, com Catamo e Gyokeres como protagonistas.
Bruno Lage ainda reforçou a presença na área contrária, quando, aos 84 minutos, juntou Arthur Cabral a Pavlidis, que substituíra Amdouni (75) no mesmo instante em que Beste foi para a vez de Arkturkoglu. Mas, num contexto em que podia ter marcado – teve três oportunidades – o Benfica ficou-se pelo quase, e o Sporting não teve complexos em baixar linhas e até recorrer a uma evidente queima de tempo para garantir que não só os três pontos ficavam em Alvalade, mas também que Rui Borges teria a estreia com que que certamente sonhara, ao mesmo tempo que dava um pontapé na crise.
Em conclusão, sem querer recorrer a lugares comuns, a vitória do Sporting não é injusta, embora ficasse a sensação de que o Benfica levou menos do que merecia, pelo que fez nos últimos 45 minutos. Mas, mais uma vez, viu-se a importância, muitas vezes desvalorizada, de meter a bola na baliza do adversário. Ganharam os que o fizeram…
DESTAQUES:
Guarda-redes encarnado foi decisivo, com intervenções de grande nível, para atenuar a apatia da equipa na primeira parte. Florentino saiu e quase toda a equipa cresceu numa segunda parte onde Kokçu liderou. Notas negativas para a precipitação de Tomás Araújo e o 'apagão' de Akturkoglu.
A figura do Benfica: Trubin (7)
Muralha. Quase intransponível. Começou a noite com uma hesitação (2’) a um cruzamento de Geny Catamo, é verdade, mas a partir daqui… foi sempre a subir. Com muitas ações determinantes. Sobretudo na primeira parte onde evitou golos a Trincão (6’), Quenda (17’, sem dúvida a defesa do jogo, brilhante), Gyokeres (40’) e Trincão (42’). 45 minutos de trabalhos forçados nos quais, à exceção do golo no qual sai ileso de culpas, foram brilhantes. Na segunda parte, em que esteve bem mais tranquilo, voltou a ser determinante nos muitos desequilíbrios do Benfica que ia procurando o golo. Nota, sobretudo, para a defesa a Gyokeres (88), num remate à entrada da área que obrigou o ucraniano a voar. E a brilhar.




Bah (5)
Responsável. No preenchimento do corredor, nas movimentações de Quenda, equilibrando também em zonas centrais do setor defensivo. Quase marcou, aos 56’, num cruzamento/remate que Israel defendeu, corte fundamental aos 82’ a Geny que se preparava para assistir Gyokeres. Muito atento, exibição regular.
Tomás Araújo (4)
Precipitado. Com um deslize fatal, no lance que originou o golo, na tentativa de antecipação a Gyokeres. O avançado sueco foi mais inteligente (e forte…) no duelo oferecendo o golo a Geny. Aos 40’ mais um passe negligente colocando a bola nos pés do sueco que quase marcou. Brechas que os leões poderiam ter aproveitado. Na etapa final, justiça lhe seja feita, acertou marcações, mais concentrado, cresceu e empurrou a equipa com qualidade. Não apagou a mancha, foi penalizado por esse decisivo lance, mas deu outro brilho, na etapa final, a uma exibição que, no global, ficou abaixo da média.
Otamendi (5)
Racional. Eficaz na leitura do jogo, atento às movimentações de Trincão, não acusou desgaste (das recentes viagens à Argentina). Com fulgor, agressivo na recuperação, quase marcou de cabeça, aos 67’, na sequência de um pontapé de canto.
Carreras (5)
Corajoso. Calhou-lhe a ‘fava’… Um Geny Catamo inspirado, criativo, veloz, que nunca permitiu arrojo ofensivo ao espanhol. Conseguiu subir no terreno, pela primeira vez, aos 42’, sem sucesso. Os duelos eletrizantes com o moçambicano foram nota dominante deste dérbi. Perdeu mais do que ganhou nesse confronto individual, mas subiu muito de rendimento na segunda parte. Mais solto, mais perigoso, esteve ligado a vários lances de perigo nesse período.




Aursnes (5)
Passivo. Foi prejudicado pela apatia quase coletiva do primeiro tempo, demasiado lesto (e subido…) nas zonas de pressão ao adversário, abrindo espaços ao leão numa zona central. Face a esse posicionamento também foi aparecendo aqui e ali, mas longe das zonas de decisão. Um remate (43’) para as contas, pouco para este norueguês que tem vindo a perder fulgor nos últimos jogos.
Florentino (3)
Desastrado. Sem chama, pouca bola, um deserto de ideias num meio-campo que foi sempre ‘engolido’ pelo adversário. Não passou a linha de meio-campo, perdido nas zonas de pressão, nunca foi o elo de ligação que a equipa precisou durante os primeiros 45 minutos. Uma exibição cinzenta, penalizada também por Bruno Lage, pois foi o primeiro preterido ficando nos balneários ao intervalo.
Kokçu (6)
Transfigurado. Ganhou nova vida assim que Florentino saiu de jogo. Da posição 8, como médio interior, onde esteve apagado, sem influência, passou para uma zona mais central, como médio defensivo e mudou a forma de jogar dos encarnados. A equipa passou a ter mais critério, muito maior qualidade na saída, no transporte. Na primeira parte ainda criou perigo, com um livre muito bem executado (26’) que Franco Israel brilhou com uma das defesas da noite e na segunda parte, ofereceu o golo a Amdouni (60’) que o suíço desperdiçou.
Di María (6)
Vigiado. Sempre que levantava a cabeça estava lá Hjulmand. Morita… Quenda. Ninguém deu um palmo de terreno ao argentino. Mesmo com marcações mais apertadas foi aquele que deu o toque de classe e qualidade ao jogo ofensivo das águias, seja de bola parada (de livre, aos 59’ colocou a bola na cabeça de Barreiro) ou de bola corrida, criando desequilíbrios (como ficou evidente num lance aos 67’ que obrigou Diomande a um corte arrojado).
Amdouni (6)
Impulsionador. Uma das imagens do suíço: aos 34’, desesperado, a pedir para a equipa subir no terreno que se manteve encolhida e presa de movimentos na etapa inicial. Muito dinâmico, sempre à procura de espaços ‘mortos’ para receber a bola, deu luta aos defesas leoninos. Na primeira parte correu muito, na segunda, aos 60’, teve a melhor ocasião do jogo, num remate que saiu por cima.
Akturkoglu (4)
Indiferente. Passou ao lado do jogo. Sem influência no jogo exterior, foi sempre (bem) manipulado pelos alas leoninos. Alguns pormenores, longe da baliza, sem aquelas diagonais que muitas vezes desequilibram os adversários. Apático, com e sem bola, acabou por sair aos 75’… e pareceu tarde dada a noite apagada.
SUPLENTES
Leandro Barreiro
Fresco. Deu outro fulgor e qualidade ao meio-campo do Benfica e foi esta entrada, logo no arranque da segunda parte, que levou o Benfica a crescer e a estender-se no campo. Muito possante fisicamente (a ganhar muitos lances aéreos), em zonas mais adiantadas (jogou na posição 6 foi um dos trunfos positivos saídos do banco.
Beste (5)
Valente. Entrega-se ao jogo com facilidade (e naturalidade) colocando intensidade nos corredores. Faltou-lhe maior assertividade na construção e definição, mas, ainda assim, também deu novas (e boas) ideias aos encarnados da segunda parte.
Pavlidis (4)
Pacato. Em demasia… Começou no banco e entrou no melhor período da equipa, quando jogou mais perto da baliza de Franco Israel, mas raramente criou perigo.
Arthur Cabral (5)
Esforçado. Ninguém lhe pode apontar falta de empenho. Entra sempre com ambição, vontade de mudar o jogo, de marcar e ser figura principal. Entrou aos 84’, bem perto do final, mas arriscou o remate em duas ocasiões (88’ e 90’) a última das quais com muito perigo.

domingo, 29 de dezembro de 2024

BEST-SELLER!


VERDÍSSIMO!

 

"A diferença assombrosa entre o sucesso em Portugal e o fracasso em Inglaterra resume-se a uma coisa…
Imagem meramente ilustrativa!"

A Gola do Sabry, in Facebook

SEM MORAL E SEM ÉTICA



 Presidência da FPF

5 PONTOS SOBRE O APOIO DO BENFICA
À CANDIDATURA DE PEDRO PROENÇA
1. Pedro Proença tem toda a legitimidade de se candidatar à presidência da FPF e querer o apoio do Benfica para essa candidatura.
2. Toda a gente sabe, porém, que Pedro Proença tem um índice de rejeição nos benfiquistas que estimo acima dos 80 por cento.
3. Jamais o Benfica pode apoiar um candidato a qualquer orgão de gestão do futebol português - Liga, FPF, etc. - sem no mínimo explicar pública e claramente aos Benfiquistas as razões desse apoio.
4. Mais: desejavelmente, o Benfica só deve apoiar um candidato a qualquer orgão de gestão do futebol português - Liga, FPF, etc. - se garantir previamente o compromisso do candidato com um "caderno de encargos" com medidas concretas e calendarizadas relativas aos pontos que o clube considera essenciais para a transformação do futebol português.
5. O Benfica apoiou Pedro Proença para este mandato à frente da Liga explicando que todos os outros clubes o tinham apoiado e que não fazia sentido ser o Benfica a ir contra esse movimento. Acontece que nunca o maior de Portugal pode ir atrás dos outros, antes terá que ser ele próprio o catalizador das mudanças que considera serem urgentes implementar no futebol português. Deseja-se que não volte a repetir esse erro agora.

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

sábado, 28 de dezembro de 2024

UM PONTO DE PARTIDA



 "O Benfica lidera isolado a Liga portuguesa. Para muitos uma notícia impensável há uns meses, depois de o Benfica ter desbaratado cinco pontos em apenas quatro jornadas e “cavado” um fosso que então se anunciava irrecuperável para os rivais. Não foi assim que aconteceu e, independentemente dos outros, o Benfica iniciou uma recuperação notável num percurso quase perfeito que só o apagão da segunda parte das Aves manchou. Bruno Lage, pela alma e organização que trouxe, os jogadores, pelo empenho e talento que mostraram, e os adeptos, que sempre apoiaram a equipa, devem sentir-se orgulhosos, mas, feito este minibalanço, devemos rapidamente esquecer o que está para trás e focar-nos no que temos pela frente, pois o pior que pode acontecer é pensar que a décima quinta jornada é o ponto de chegada e não, como é, apenas o ponto de partida. Com a justa vitória sobre o Estoril, num jogo em que Amdouni mostrou mais uma vez que sempre que entra acrescenta, o Benfica conquistou o direito a pensar que, depois dos passos em falso, tem agora condições para lutar pelo título, sem atrasos, e que agora é que “começa” o campeonato. Depois de seis jogos em 23 dias (notável!), a imagem final de Bah, literalmente a cair para o lado, diz muito do que foi este esforço e da necessidade de nestes dias natalícios recuperar a equipa, física e mentalmente, para encarar um mês de janeiro que vai ser muito duro, com todas as competições em jogo, e que promete muita emoção! Descansemos, pois, em paz e com saúde, são os meus sinceros votos de boas festas para todos!"

Nuno Magalhães, in Jornal de Notícias

AI, AI, DOUTOR VARANDAS!

 


"SE A INCOERÊNCIA PAGASSE IMPOSTO ESTAVA RESOLVIDO O PROBLEMA... 

.. do défice do Estado!
1. O doutor Varandas, porque acertou no Amorim depois de Peseiro, Tiago Fernandes, Keizer, Leonel Pontes e Silas, achava-se o supra sumo da gestão desportiva, o supra sumo das decisões acertadas na escolha de treinadores, tinha até a melhor estrutura do mundo, presidida por ele, claro!
2. Pouco mais de um mês bastou para o doutor Varandas cair na real: João Pereira, que daqui a 4 ou 5 anos estaria, não tinha o doutor Varandas dúvidas, num colosso europeu, já foi posto a andar. Afinal, o problema não eram as arbitragens, o problema dos maus resultados da equipa estava no colossal erro da aposta no escuro feita, com a soberba de quem se sente um iluminado, em João Pereira.
3. Se já há 4 anos andava a preparar João Pereira dentro de casa para suceder a Amorim, como já tinha o Rui Borges no radar há mais de um ano? Em que é que ficamos? Será que daqui a uns tempos vai dizer que também ofereceu a Rui Borges um presente envenenado?
4. Pelo que se sabe, Rui Borges está longe de ter sido a primeira escolha do doutor Varandas e da sua infalível estrutura. Já agora, quem não se lembra do que foi dito a propósito da aposta de Rui Costa em Bruno Lage, que diziam ter sido a enésima escolha do presidente do Benfica?
5. Para aqueles que acham que não interessa o que se passa nos outros clubes: o Benfica não compete sozinho na Liga, o que se passa nos outros interessa a todos, como é óbvio. Acresce que este senhor, o doutor Varandas, não é capaz de abrir a boca sem lançar bojardas ao Benfica. Merece que lhas devolvamos em ricochete - todas!
6. Não faço ideia do que o futuro nos trará, mas deixo já aqui expresso, sem hipocrisias, que tenho Rui Borges na conta de um excelente treinador e que preferia que o doutor Varandas fosse coerente com a sua soberba e mantivesse a aposta em João Pereira por mais 4 ou 5 anos - ou seja, até que um colosso europeu o viesse aqui buscar!"

Jaime Cancella de Abreu, in Facebook

AURSNES EM DÚVIDA PARA O DÉRBI

 


Fredrik Aursnes está em dúvida para o dérbi com o Sporting, domingo, em Alvalade da 16.ª jornada do campeonato. O médio norueguês de 29 anos será reavaliado na manhã deste sábado pelo departamento médico, mas, provavelmente, a decisão sobre a utilização dele será tomada apenas no dia do jogo.

A equipa do Benfica voltou aos treinos na quinta-feira, no Centro de Estágio e Formação, no Seixal, depois dos três dias de folga concedidos por Bruno Lage. Todos os jogadores estiveram presentes. E a principal preocupação foi Fredrik Aursnes.
O internacional norueguês era motivo de apreensão depois de apresentar algumas queixas. Fez exames complementares de diagnóstico ainda na quinta-feira, num hospital em Lisboa, que despistaram lesão grave. Mialgias na coxa direita é o diagnóstico. Que permitem alimentar alguma esperança na recuperação.
Aursnes treinou-se esta sexta-feira com algumas limitações, participando, porém, em vários exercícios. As próximas horas serão decisivas para determinar se existirá evolução ou regressão na recuperação.
Bruno Lage iniciou a preparação para o dérbi sem contar com Aursnes a 100 por cento e ainda sem Tiago Gouveia. De resto, todos os jogadores estão disponíveis. É, como tal, um Benfica quase na máxima força antes do último duelo do ano.