"1. A última terça-feira trouxe-nos uma efeméride poderosa, mas melancólico. Onze anos se passaram sobre o desaparecimento de Mário Esteves Coluna, que foi um dos nomes maiores da história do Benfica e da história do futebol português. Chamavam-lhe o Monstro Sagrado, e só isto é dizer tudo.
2. Ou, melhor, quase tudo, porque não há palavras para descrever o que Mário Coluna representou para o Benfica não só do imbatível ponto de vista desportivo, mas também do ponto de vista desportivo, mas também do ponto de vista da moral e do carácter. Dezesseis temporadas ao serviço do nosso clube, 677 jogos, 150 golos, 10 Campeonatos Nacionais, 6 Taças de Portugal, 2 Taças dos Clubes Campeões Europeus.
3. Um líder absoluto dentro e fora das quatro linhas, um profissional admirado e respeitado até pelos seus adversários, um cidadão de valores, ativo na defesa de causas, um símbolo eterno do Benfica e de muito mais. Mário Coluna, um luxo.
4. Tal como o treinador do Benfica previu, e não foi assim há muito tempo, o Benfica voltou a colar-se à liderança do corrente Campeonato Nacional de futebol, que, de facto, tem sido uma grande aventura, tantos foram os altos e baixos já vividos desde que a competição arrancou em agosto. Estamos a entrar no último terço da corrida, e a fé benfiquista impele-nos a apostar tudo nos 'altos' e a deixar os 'baixos' definitivamente para trás.
5. No jogo de sábado passado, com o Boavista, foi muito boa a atitude do público nas bancadas do nosso estádio. Ao contrário do que sucedera noutros encontros em casa, em que a impaciência dos bancadas não ajudou nem um bocadinho à estabilidade das emoções da equipa, no desafio com o Boavista os adeptos ajudaram, e de que maneira, à construção da vitória.
6. Entre o primeiro e o segundo golo do Benfica passaram-se 42 minutos, e todos sabemos como o segundo golo é importante para serenar a equipa e as bancadas. O que se viu e ouviu na Luz durante esse longo período em que o segundo golo não surgiu foi um apoio incondicional à equipa. Nem uma manifestação de insatisfação, nem um assobio, nenhum sinal de impaciência.... e, assim, o Benfica construiu tranquilamente a sua expressiva vitória sobre o Boavista. Foi muito bom. É este o espírito.
7. O Benfica avança para as meias-finais da Taça de Portugal com todo o mérito. O Sporting de Braga foi um adversário tudo menos fácil, mas a verdade é que não fez um único remate enquadrado á baliza de Samuel Soares. Segue-se o Tirsense numa eliminatória jogada em duas mãos. Com o maior respeito pelo Tirsense, uma equipa das divisões secundárias, rumo ao Jamor, Benfica, se faz favor."
Leonor Pinhão, in O Benfica
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