Toni Gutiérrez está indignado com reações dos compatriotas ao sorteio. Amanhã vai à Luz e leva pais e amigos.
«Já perdi a conta. Teria de pegar num papel e na caneta», responde o sócio 286.086, quando lhe perguntamos quantos jogos já viu do Benfica. Já são muitos, mas o primeiro, a 7 de dezembro de 2010, não esquecerá, comprou o jornal A BOLA do dia seguinte, que guarda como tesouro. Foi à Luz para ver Pablo Aimar, que jogara no Valência, ficou benfiquista.
«Não me passava pela cabeça apaixonar-me pelo Benfica», cofessa. Mais de 14 anos alimentaram uma paixão contagiante, tem voltado ao palco dos encarnados muitas vezes, com amigos e pais, já os foi ver jogar no estrangeiro. E cá estará, amanhã, com os pais e mais seis amigos. Com mais vontade que nunca que vença o Benfica, sobretudo depois de ver reações de alguns jornalistas ao sorteio dos oitavos de final — muito contentes porque o Barça vai jogar com as águias.
«Oxalá pudesse jogar e entrar em campo. Festejaram o sorteio sem respeito pelo Benfica. Só me dá mais motivação e vontade de vencer», dispara, para quem os compatriotas «não têm a perceção da grandeza do Benfica».
«Quando ganhámos 4-0 ao Atl. Madrid foi um murro na mesa. Não perceberam em janeiro [4-5, na Luz] do que somos capazes. Não foi suficiente. Tudo o que não é espanhol é desvalorizado. Não têm respeito», lamentou.
Toni Gutiérrez ficou «contente» com o sorteio, afinal ainda estava «com a raiva do roubo» do jogo de janeiro, referindo-se ao lance polémico de Leandro Barreiro na área do Barça, antes do golo da vitória dos catalães. Vem, agora, com os pais e seis amigos, já contagiados «pela mística, que custa explicar».
«Viram e perceberam que tudo o que lhes dizia do Benfica é verdade. É muito especial. Os meus amigos são de Real Madrid ou Barcelona, mas não se vive nada igual ao que se vive no estádio e nas ruas. Vamos pela rua com a camisola de Benfica e todo o mundo tem o Benfica na boa, param e falam, não importa a idade, se é novo ou velho, não importa o sexo. Não consigo descrever este sentimento», partilha Toni Gutiérrez.
Amanhã conta com «muitos golos», vê o Barça «muito forte ofensivamente, mas com fragilidades defensivas» e vê, sobretudo, «Pavlidis a um nível muito alto».
Nuno Paralvas, in a Bola
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