Miguel Ribeiro Fernandes/VIA
Rui Santos dá razão às críticas do Benfica em relação à arbitragem do jogo com a Académica, mas realça que o empate em Coimbra também resulta de culpa própria por parte da equipa encarnada.
"Carlos Xistra viu algo que não se passou" - “O peso da arbitragem fez-se sentir muito neste jogo. O Benfica foi prejudicado em duas grandes penalidades que não existiram. Carlos Xistra viu algo que não se passou”, salientou o cronista do Relvado no seu programa na SIC Notícias, o Tempo Extra.
“No primeiro caso houve falta antes da área, na segunda há um desarme do Garay e um choque natural. Independentemente das suas falhas, o Benfica tem razões de queixa da arbitragem. Estamos perante uma situação que pode penalizar bastante as equipas, que são erros de arbitragem no início das temporadas”, acrescentou.
“É interessante perceber agora como vai ser a postura do Benfica em relação à arbitragem. Houve várias fases: de críticas fortes, de silêncio, de veto de Luís Filipe Vieira a Pedro Proença. O que vai o Benfica fazer com Carlos Xistra, vetá-lo também?”, questionou Rui Santos.
Também faltou eficácia - Os erros da equipa de arbitragem, no entanto, não explicam tudo, disse: “Temos de perceber que o Benfica não foi eficaz, teve muitas dificuldades em concretizar. Nos primeiros 5 minutos, houve três bolas ao poste… O Benfica também não teve a sorte do jogo”.
“Neste momento também interessa aos responsáveis do Benfica que não se fale muito das deficiências da equipa. Faz parte deste jogo colocar o anátema na arbitragem, neste caso com razão, mas este empate não se deve apenas à arbitragem”, frisou.
Novo Benfica é pior - “Há um novo Benfica, uma reconstrução em função dos jogadores que entraram e que ficaram. Aquele Benfica que estávamos habituados a ver jogar vai dar lugar a outro, que não é melhor. Houve perda de qualidade”, considerou Rui Santos, para justificar: “Matic, com ritmo, pode transformar-se num jogador diferente, mas Javi García tem outra qualidade. E o mesmo em relação a Witsel e Enzo Pérez, escolhido por Jesus para essa posição. Há uma diferença para pior para o Benfica, e isso viu-se em Coimbra”.
Além de que a equipa encarnada sente a falta de Luisão, constatou o comentador: “O Benfica, em Glasgow, jogou bastante condicionado pela ausência de Luisão. Há receios que se apoderam na equipa, há cautelas que o treinador tem de ter. Com o capitão em campo, o Benfica tem mais segurança e personalidade. O jogador que o substitui até pode não cometer erros, mas para a equipa é diferente. O Luisão é um líder dentro do campo, é uma voz de comando. Jardel é outro tipo de jogador. Do ponto de vista coletivo, a ausência tem danos”.
Discurso de Vieira foi "histórico" - Rui Santos abordou também o discurso de Luís Filipe Vieira, que anunciou a chegada da austeridade ao Benfica. “Luís Filipe Vieira veio dizer uma coisa que representa um discurso vital, um momento histórico. Colocou as coisas como devem ser colocadas relativamente à realidade económico-financeira dos clubes de futebol, não só do Benfica”, sublinhou.
As contas são negras, recordou. “O Benfica está em falência técnica, é uma situação objetiva. O passivo da SAD é maior que o ativo. O ativo é de 411,9 milhões e o passivo de 426,1 milhões.
A SAD do Sporting também está em falência técnica e a do FC Porto está no limite. A do Sporting tem um ativo 144,4 milhões e um passivo de 220 milhões; a do FC Porto tem um ativo de 215,2 milhões e um passivo de 214,2 milhões, uma diferença de 1 milhão”.
“Temos aqui uma situação muito grave. Gravíssima no caso do Sporting, grave no caso do Benfica – embora o Benfica tenha resultados operacionais muito altos”, que deixam antever que “tem possibilidade de ultrapassar esta situação”, constatou Rui Santos.
Veja o vídeo do programa:
Esta egua zurra conforme o vento ! da uma no cravo outra na ferrudura ..
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