quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A VITÓRIA DE UM TREINADOR


A vitória de um treinador

Autor: DANIEL OLIVEIRA, 23 ANOS, ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO


Bom jogo que assistimos em Camp Nou. Jogo intenso e muito bem disputado.

Ontem o Real beneficiou de ter José Mourinho a comandar as tropas enquanto que o Barça somente teve o adjunto do até há pouco tempo também adjunto.

Ultimamente, como já ouvi alguém dizer, o Barcelona parece jogar em piloto automático e isso contra grandes treinadores pode não chegar.

O Real entrou forte. Não se pode dizer que os Merengues tenham feito uma grande partida de futebol mas estiveram tacticamente muito bem. Defesa e meio-campo muito coeso, jogo em bloco, muita garra e agressividade e um grande conhecimento dos espaços que tanto o CR como o Di Maria estavam a explorar. A equipa do Real Madrid defendeu muito bem, defendeu em todo o terreno.

O Barcelona tentou fazer o seu jogo. Não foi inferior ao Real Madrid mas faltou alguém que conseguisse ir adaptando a equipa ao jogo.

Faltou gente no meio campo do Barça. Havia pouco apoio no centro do terreno e só em jogo directo a equipa conseguiu criar alguns desequilíbrios.

O Messi lá na frente tentou muito mas foi fortemente marcado. Fico com a sensação que o argentino precisava de procurar outras áreas do terreno e que podia beneficiar da entrada do Villa, o que lhe iria permitir participar e apoiar mais a fase de construção. Depois do 0-1 pensei que ex-Valencia ia entrar mas não foi essa a ideia da equipa técnica blaugrana.

Também é preciso lembrar que antes do 0-2 o Barça podia ter beneficiado de duas grandes penalidades, dois lances duvidosos que a mim me pareceram faltosos.

No Barça destaco a exibição de Dani Alves e de Iniesta.

O Real foi muito coeso, preparou muitíssimo bem este jogo. A capacidade criativa e ofensiva dos jogadores foi substituída por um sacrifício defensivo e de puro contra ataque. Por isso se viu pouco Ozil e Higuain. Mas se tecnicamente estes jogadores não se apresentaram a verdade é que defensivamente foram essenciais, principalmente o Di Maria.

O jogo do Real foi de luta e coesão defensiva para então explorar a velocidade do CR. Foi neste contexto que penso que o Dani Alves se destacou pois fez uma grande marcação ao ponta de lança português, além de também ter subido muito bem no terreno.

Pelo trabalho táctico que foi feito por ambas as equipa o Real mereceu a vitória.

Bom golo do Varane, boa jogada do Di no lance do segundo golo, excelente trabalho defensivo do Xabi, Khedira, Fábio, Ramos, Varane e Di Maria e grande calma e sobriedade do Ronaldo no momento de finalizar.

Continuar a ouvir que o Cristiano carrega o Real às costas é um assassínio do futebol profissional, é uma banalidade populista que somente enche o ego dos fanáticos e dos que no futebol só olham para o mais óbvio e não para o global que é o jogo.

Pelo jogo de ontem iremos ouvir novamente que CR é o melhor do mundo através de um total desprezo pelo grande trabalho dos seus colegas e do seu treinador e esquecendo jogadores que noutros jogo fazem mais e melhor do que ele fez neste. É difícil para alguns entender que não é em um jogo que estas conclusões se tiram e muito menos pela lista de melhores marcadores.

Houve ontem grande mérito do Mou. Ontem ficaram as saudades de Pep na Catalunha.

Começa-me a parecer que uma das principais diferenças deste Barça para o de Pep é a presença, neste caso ausência, de Mascherano no centro da defesa. O argentino tinha a capacidade de criar uma maior ligação defesa-ataque garantindo mais apoios no momento de construção das jogadas.

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