sábado, 21 de maio de 2016
FALAM DE MILHÕES E HÁ QUEM NÃO TENHA O QUE COMER
O médio argentino Nicolás Gaitán, que terá realizado na noite desta sexta-feira, na goleada (6-2) do Benfica ao Marítimo, na final da Taça da Liga, o último jogo pelos tricampeões nacionais, recusou avalizar se vale ou não os 25 milhões de euros que o Atlético de Madrid irá pagar pelo seu concurso por quatro temporadas.
«Ainda não sei o destino, não sei qual é o clube. Soube ao meio-dia que possivelmente seria o meu último jogo, mas ainda não falei com o meu empresário. Quanto valho? Outros, como Pizzi, dizem que valho mais do que 25 milhões de euros) Ah, isso são brincadeiras do balneário. No futebol fala-se de muitos milhões quando há muitos que não têm o que comer. Não gosto de falar de números. O futebol mexe com muito dinheiro mas não me ponho um preço. Nunca iria falar de mim», disse Nico Gaitán, na zona mista do estádio de Coimbra, assumindo a despedida do Benfica.
«Estou curioso, ainda não sei o clube. Acho que seis anos no clube mereciam respeito mas sim, possivelmente foi o meu último jogo. Nada assinei ainda, não tenho a certeza se vou ou não, mas está muito perto. Foram seis anos em que fui crescendo, com muita ajuda dos companheiros, treinadores, fisioterapeuta, do Benfica Lab, do presidente, do Rui Costa, de todos. Por isso estou muito feliz. Foram seis anos muito bons: conquistando títulos fico muito feliz», foi o balanco do internacional argentino, que deixa vaga a mítica camisola com o número dez na Luz, depois de 253 jogos e 41 golos nos tricampeões nacionais.
«O momento mais marcante? Foram muitos. Tive a sorte de estar numa equipa que conquistou muitos títulos. Mesmo quando não ganhávamos, faz parte do futebol, conheci gente muito boa», disse Gaitán, que esta sexta-feira viu o seu nome na convocatória do selecionador, ‘Tata’ Martino, para representar a Argentina na próxima Copa América.
A todas as insistências dos jornalistas em serviço em Coimbra quanto a confirmar o Atlético de Madrid como seu destino nas próximas quatro épocas Nico Gaitán confessou a limitação de (ainda) não saber.
«Liga espanhola? Se já sabes a equipa, diz qual é! Sempre quis jogar em Espanha ou Inglaterra, numa Liga mais forte. Mas a Liga portuguesa é forte, só não tem a visibilidade que têm outras. Está na hora de deixar outros jogadores crescerem, como Carcela, há que deixar espaço», afirmou Gaitán, que, quando chegou à Luz, foi nomeado sucessor do compatriota Angel Di María.
«Sucessor? Cada um é cada um. Quando cheguei, eu era o de Di María. Respeitar o profissionalismo de cada jogador ao máximo é preciso», foi a mensagem de Gaitán, que, após deixar os jornalistas e antes de entrar no autocarro, foi despedir-se dos adeptos encarnados, com abraços, ‘selfies’ e autógrafos, com muita emoção à mistura também por parte dos apaniguados encarnados.
«Como mensagem final aos benfiquistas fica uma nota de agradecimento: a gente do Benfica tratou-me sempre muito bem. Vou ter saudades de Portugal, de Lisboa, do Benfica: qualquer sítio onde ia em Portugal, sentia-me muito bem. Comecei como Gaitán, acabei como Nico. Isso é significativo, tratarem-te pelo primeiro nome. Já no Boca Junios foi assim. Tratam-te com carinho. Esse fervor, de apoio à equipa, não se pode perder», foi o apelo de Gaitán, à despedida.
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