quarta-feira, 9 de novembro de 2016

“TEMOS MUITO TALENTO EM PORTUGAL”


Domingos Soares de Oliveira, Rui Costa e Nuno Gomes estiveram, esta terça-feira, presentes na conferência “Como desafiar os grandes clubes” do Web Summit - a maior conferência de empreendedorismo, tecnologia e inovação da Europa, que decorre de 7 a 10 de novembro em Lisboa.
Com moderação de Andy Mitten, jornalista do United We Stand/FourFourTwo/ESPN, o painel iniciou-se com uma breve apresentação, com destaque para o  Caixa Futebol Campus e o Futebol Formação do Clube. O SL Benfica é o Clube mais representado nas Seleções Nacionais e o lema “Formar a Ganhar” é sintomático.
A Caixa 360º e prémio de melhor academia conquistado no Dubai deram o mote para uma conversa que durou cerca de 20 minutos.
Rui Costa foi o primeiro a falar, começando por explicar a importância da tecnologia investida no Caixa Futebol Campus, que tem como grande objetivo potenciar novos talentos.
“Joguei em Itália e a grande diferença é o dinheiro. Portugal é um país bastante pequeno mas todos os anos oferece ao mundo grandes talentos, mas é difícil mantê-los nas ligas portuguesas”, explicou o administrador da SAD, destacando que a grande diferença entre o campeonato português e as grandes ligas europeias é o poder económico.
“Quando estava no Milão, eles tinham um laboratório de futebol, tornou-se um clube mais cientifico e os resultados eram visíveis em todo os jogadores. A tecnologia ajuda os jogadores a estarem mais preparados para a competição, é uma ferramenta muito importante no Futebol. É uma das melhores ferramentas para o futebol”, acrescentou Rui Costa.
Uma ideia reforçada por Nuno Gomes. O diretor geral do Caixa Futebol Campus mostrou-se muito satisfeito com o posicionamento do SL Benfica na área da formação de novos talentos e com a evolução do projeto no Seixal.
“Temos muito talento em Portugal e a nossa escolha é produzir esse talento mas é impossível mantê-los connosco durante muito tempo. Em Inglaterra há mais dinheiro e mais clubes a lutar pelo título enquanto em Portugal há só três. É por isso que estamos a criar novos talentos”, esclareceu.
“Temos cerca de 40 escolas em Portugal e 20 espalhadas pela Europa mas também na China - é também uma forma de detetarmos novos talentos. Gonçalo Guedes e Renato Sanches são dois exemplos de jogadores que começaram nas escolas do Benfica. É uma forma de promover o Clube fora do nosso país e também porque o Benfica pretende expandir-se. Temos um sistema de informação ligado em todas as escolas”, acrescentou.
“Primeiro de um adepto, depois um super adepto”
Domingos Soares de Oliveira começou por contextualizar os últimos anos do Clube e fez questão de realçar as “grandes dificuldades financeiras” que o SL Benfica teve de ultrapassar para chegar onde hoje está.
“Quando iniciámos, e face ao que encontrámos, primeiro, o mais importante era defender o Clube e conseguir uma situação financeira que nos permitisse trabalhar de forma sustentável”, explicou.
Alcançada a estabilidade financeira e conquistada a credibilidade, o Clube pôde então partir para “a obtenção de bons resultados a todos os níveis. É importante ter bons resultados dentro de campo e também bons resultados financeiros. O ideal é conciliar os dois”, algo que tem sido uma marca dos últimos anos.
O SL Benfica é Tricampeão Nacional dentro das quatro linhas e tem conseguido lucros importantes também ao nível financeiro.
“Actualmente estamos a meio de uma transformação que começámos em junho do ano passado. Estamos a trabalhar com a Microsoft e com a Mckinsey, apostando nas tecnologias em todas as áreas, desportiva e financeira, aplicando no futebol – e não só - os princípios dos negócios”, acrescentou Domingos Soares de Oliveira.
Neste momento, e face à crescente inovação, e sendo o Benfica um Clube marcadamente na vanguarda das novas tecnologias, existe uma crescente necessidade de aproximar o Glorioso dos seus adeptos.
“Existem diferentes níveis. Digamos que o primeiro, na base da pirâmide, será o adepto interessado, no topo, o último nível será o adepto interessado em tudo o que é Benfica. Teremos de ter ferramentas para diferenciar estes níveis, com o objetivo de uma subida na pirâmide, isto é, passar, primeiro de um adepto, para depois um super adepto”, explicou o administrador executivo.
O Caixa Futebol Campus, a Formação do Clube, e toda a tecnologia e respetivos profissionais nestas áreas foram destacados, com o Benfica LAB e a Caixa 360 em análise.
“O Benfica LAB foi criado em 2005. Temos mais de dez anos de dados e informação acumulada. É um exemplo claro da tecnologia aplicada ao Desporto. Temos 18 licenciados em diversas áreas a trabalhar, desde médicos, fisioterapeutas, fisiologistas… Recolhem dados, estes são analisados e daí pode prever-se e trabalhar com pormenor. Somos o Clube que tem maior capacidade de dados no que toca à ciência do desporto”, afirmou.
A fechar, questionado acerca do melhor momento vivido desde que trabalha no Clube… “Sempre que ganhamos é importante e emotivo. Mas todos os dias em que acordo e vou trabalhar para o Estádio da Luz são os melhores momentos”, concluiu Domingos Soares de Oliveira.
Esta é a primeira vez que o evento sai da casa-mãe, na Irlanda, para outro país. Os locais escolhidos para acolher as mais de 50 mil pessoas que se esperam na conferência foram a Feira Internacional de Lisboa (FIL) e o MEO Arena, na zona do Parque das Nações.
O Web Summit nasceu em 2010, em Dublin, na Irlanda – onde se manteve até 2015 –, pelas mãos de Paddy Cosgrave, o rosto que ainda hoje lidera o evento. Na altura, Paddy conseguiu reunir 400 pessoas da comunidade tecnológica local no Chartered Accountants House, em Dublin. No ano seguinte, triplicou de tamanho e este ano, em Lisboa, a organização espera 53.056 pessoas com entradas para os quatro dias.

Sem comentários:

Enviar um comentário