terça-feira, 10 de janeiro de 2017
FIM DE SEMANA BAIXOU A TEMPERATURA
O futebol português precisa de bom senso para ultrapassar o momento delicado que atravessa. A alternativa é o abismo.
O futebol português saiu airosamente do fim de semana de todos os riscos. Não houve casos particularmente polémicos e a temperatura passou de insuportável a muito elevada, o que, a curto prazo, permite que as competições possam retomar alguma normalidade. Porém, seria bom que os vários protagonistas das cenas tristes da passada semana tivessem a humildade da autocrítica, porque foi ultrapassada a linha que separa o protesto da arruaça, retirando-lhes a razão que eventualmente pudessem ter. Parece claro que, no contexto presente, por questão de mero bom senso, o Conselho de Arbitragem deve defender os árbitros evitando nomeações de risco, ou seja, os jogos dos trés grandes (especialmente esses) devem ser entregues a juízes experientes. Não quer isto dizer que estes estejam imunes à crítica ou à contestação (é ver o que o Sporting disse de Jorge Sousa, o mais experiente de todos, depois do jogo da Luz), mas terão outro traquejo para enfrentar as dificuldades.
Também se torna evidente a necessidade de moderação verbal por parte dos responsáveis. A razão pontual que possam ter não resiste a um discurso de hipérbole que mais parece ter como objetivo sacudir a água do capote perante os maus resultados.
Dito isto, o que se está a passar específicamente com o FC Porto merece atenção redobrada porque a sensação que dá é a de estarmos perante uma potencial fratura no clube. As ameaças a Artur Soares Dias, prontamente repudiadas pelo líder dos Super Dragões e pelo próprio clube em comunicado, seguidas de mensagens de contestação a esse mesmo chefe da claque e ainda a um administrador da SAD e a um empresário que trabalha com os dragões e é filho do presidente, configuram uma situação explosiva que já nem é disfarçada. Depois de trés épocas em seca de títulos e com mais um ano de dificuldades em perspectiva, só resultados particularmente bons poderão calar a contestação e devolver a margem de manobra à SAD portista. E este é um caminho cada vez mais estreito e perigoso.
PS: É difícil entender as razões que levaram a Direção da Liga de Clubes, nesta fase crítica, a optar pela invisibilidade. A Liga não tem que tomar partido por este ou por aquele clube. Mas deve defender a indústria e isso não fez.
José Manuel Delgado, in a bola
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Razão Pontual que possam ter, diz Delgado, afinal desmascarada quando se verifica a queda para o teatro premeditado de um campeão europeu que devia ter vergonha na cara por se dar a estas figuras.
ResponderEliminarhttp://www.record.pt/multimedia/videos/detalhe/a-expulsao-de-danilo-vista-de-outro-angulo-choque-foi-acidental-ou-nao.html