O Benfica ganhou por 4-0 ao Tondela e manteve o FC Porto a quatro pontos de distância. Todos os golos foram marcados na segunda parte e dois deles foram de Pizzi, que já leva oito no campeonato.
Uma das primeiras coisas que Luís Filipe Vieira disse quando apresentou Rui Vitória foi que este estaria alinhado com as políticas do clube. Por outras palavras, se o Benfica precisasse de vender, que vendesse, que o treinador não iria aos arames e trataria de arranjar soluções. Só que há problemas de resolução mais difícil do que outros - e este Benfica tem dois.
O primeiro: só há um substituto para Fejsa e chama-se Samaris - e quando este joga a equipa defende pior, porque o sérvio é óptimo a ocupar espaços e certeiro a roubar a bola ao adversário.
O segundo: o Benfica tem muitos avançados, mas nenhum tem a intensidade (velocidade prolongada no tempo) de Gonçalo Guedes - e quando este não joga, a equipa defende pior. É um bocadinho mais criativa, mas defende pior e sobretudo defende mais atrás, o que também faz com que recupere a bola em zonas mais recuadas.
E, como já se viu, porque o Benfica tem de vender alguém neste mercado de inverno (Jiménez e Lindelöf já fizeram o seu tour pela Europa), o tempo de Gonçalo Guedes na Luz terá chegado ao fim. O rapaz fez um duplo salto, do campo para o banco, do banco para a bancada, e deu lugar a Zivkovic, que se estreou de início em jogos a contar para a Liga.
O sérvio começou na direita e Cervi na esquerda; e Jonas e Mitroglou no meio. Não resultou.
Durante a primeira parte, diante do Tondela que é organizado a defender mas pouco expedito a atacar, o Benfica não teve vida fácil. Os caminhos estiveram tapados, os encarnados abusaram em lances individuais, rodriguinhos inúteis, tabelas artísticas - e, por cima disso, falharam golos.
Se Rui Vitória quisesse vencer ao último classificado do campeonato, precisava de mais verticalidade - e lá entrou Salvio para o lugar de Cervi.
E Salvio, apesar de alguns disparates que levam a perdas de bola, é um tipo prático que põe a bola no chão e corre com a mesma vontade, seja contra um muro ou contra um adversário.
Num instante, o lado direito do Benfica ganhou vida e isso contagiou o resto da equipa que passou a jogar pelos dois flancos: o Benfica chegou ao 1-0 por Pizzi e depois ao 2-0 também por Pizzi.
Aos 76 minutos, os encarnados resolveram o encontro e até ao final aproveitaram o seu embalo ofensivo e o desnorte do adversário, que viu um bom plano ser destruído pelos dois golos do médio. Chegou o 3-0, por Rafa, que se estreou a marcar pelo Benfica, e depois o 4-0, por Jonas, na marcação de uma grande penalidade.
São quatro golos que mantêm o FC Porto a quatro pontos - e que podem ter enterrado as esperanças do Sporting, que está agora a dez pontos da liderança.
Pedro Candeias, in coluna expresso
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