Poder de alcance...
Vai-se pespegando ao prestígio internacional do título europeu conquistado no verão passado uma onda de desprestígio internacional do nosso futebol por força do exotismo de um conjunto de figuraças que, das nossas fronteiras para dentro, são celebridades amadas pelos media graças ao espetáculo non-stop que vão fornecendo, mas que para lá das nossas fronteiras são tidas como gente a todos os títulos irrecomendável. Na semana passada, o diário espanhol "El País" chamou, docemente, "república das bananas" ao edifício funcional do futebol da nossa terra, enquanto o mais conceituado jornal norte-americano se ocupou com minúcia das exorbitâncias da equipa do Canelas. Isto leva-nos a pensar sobre o incrível poder de alcance do departamento de comunicação do Benfica, que, depois de ter imposto ao rigorosíssimo jornal londrino "The Independent" que classificasse o presidente do Sporting como o "Donald Trump do futebol português", cometeu agora a proeza de fazer de fazer chegar as suas perniciosas instruções ao número 620 da 8.ª Avenida, onde se mantém firme nas suas convicções editoriais o centenário e indiscutível "New York Times". O presidente da FPF respondeu à maré negra da imprensa estrangeira com prontidão, anunciando a introdução do vídeo-árbitro em todos os jogos do próximo campeonato nacional. Bem-vindos sejam, portanto, o vídeo mais o árbitro associado que, a partir de 2017/18, vão acabar com as discussões sanguinárias e com as ameaças físicas aos homens do apito e às suas famílias. Com esta decisão futurista ficam apenas a faltar trés fins de semana para o fim da Idade da Pedra do futebol em Portugal. São, justamente, as jornadas que faltam para que se encerre a Liga de 2016/17 e que, por não contarem ainda com a alavanca dos meios tecnológicos, serão pasto para todo o género de diabrites, daquelas que, muito brevemente, serão atiradas para o caixote de lixo da História. Entretanto, joga o Benfica amanhã em Vila do Conde frente ao valoroso Rio Ave. Como o futebol se parece cada vez mais com o andebol, acredito que o jogo venha a ser decidido com tiros de meia-distância. Que os campeões ponham os olhos na baliza adversária e se inspirem no poder de alcance do departamento de comunicação capaz de disparar uma notícia sobre o Atlântico e o Canal da Mancha e fazê-la aterrar nas redações dos mais prestigiados jornais.
Anda lá Benfica!
Leonor Pinhão, in record
Pelo andar da carruagem, a Leonor está a um passo de destronar um malcheiroso papa na arte da ironia!
ResponderEliminarLá virão as carpideiras do costume a bradar aos ventos que o Benfica até nessa tão sublime arte já manda!