"Mais importante que os resultados imediatos é a preparação para os jogos a sério. O Sporting te pressa e o Benfica precisa de mais meios.
Para que servem os jogos de preparação? De que valem as vitórias e as derrotas na pré-temporada? Estas perguntas, na vertigem do imediato, ficam demasiadas vezes por responder e, no fim de contas, são muito relevantes...
A única coisa realmente importante, de facto, é que cada equipa chegue à competição oficial na melhor condição possível. Porém, pelo caminho, há circunstâncias a considerar, que têm a ver, essencialmente, com a reputação dos clubes e o estado de espírito com que os adeptos vão encarar a época. Benfica e Sporting, por exemplo, estão em acção e não têm obtido resultados positivos; o que não quer dizer que a preparação não esteja a ser boa. Desde que as devidas ilações sejam retiradas...
No Sporting vê-se uma tremenda necessidade, de Jorge Jesus, de acelerar todos os processos de integração, mesmo que à custa de alguma razoabilidade. Os leões têm dois jogos determinantes para o todo da temporada, na Champions, em meados de Agosto, e precisam de criar automatismos tão cedo quanto possível. Esbarram, contudo, na dúvida sistemática que afecta quase todas as equipas de top: com quem vão poder contar (e, no caso dos leões, Patrício, William, Adrien e Gelson, ficam ou saem?), qual será o desenho final do plantel?
Já Rui Vitória, que não está tão pressionado pelo tempo, enfrenta uma magna questão. Perdeu Ederson, Nélson Semedo e Victor Lindelof, como vai recompor a defesa? E será que ainda vai ter de abdicar de mais unidades? Para já, a goleada sofrida frente ao Young Boys (o jogo valia o que valia mas para os emigrantes era importante!) só confirmou o que aqui escrevi há precisamente uma semana. O Benfica precisa de, pelo menos, contratar um defesa central de créditos firmados, se não quiser andar no fio da navalha numa época que pode ser histórica. Os encarnados, nesta altura já de cofres bem recheados, podem chegar a um penta inédito e, ao mesmo tempo (e quiça de igual importância), podem calar as vozes que lhes têm infligido danos reputacionais. Nenhum argumento falará mais alto, nem produzirá efeitos mais interessantes na óptica do Benfica, do que uma época de sucesso desportivo. E, por melhor que seja a formação do Seixal, por mais méritos que Rui Vitória possua, tal desiderato não será alcançado sem os meios necessários...
ÁS
Lewis Hamilton
A correr em casa, o piloto britânico teve um dia bom e aproximou-se de Vettel, deixando o campeonato de F1 ao rubro. Creio que este é um bom momento para reflectir sobre a importância da rivalidade na história do desporto. De Fischer a Spassky, de Borg a McEnroe, de Prost a Senna, de Cristiano Ronaldo a Messi.
ÁS
Fernando Pimenta
O canoísta português saiu do Campeonato da Europa com uma medalha de ouro (K1 1000) e outra de prata (K1 5000), o que confirma o nível altíssimo a que continua a competir. Já a dupla Francisca laia/Joana Vasconcelos (K2 200) garantiu a prata. Constatação imediata: vale a pena apostar na canoagem nacional!
ÁS
Nélson Semedo
Há dois anos, quando Maxi Pereira saiu do Benfica e assinou pelo FC Porto, quem conhecia Nélson Semedo? A afirmação do lateral-direito foi meteórica e levou-o a entrar pela porta grande no Barcelona, numa transferência estratosférica, que pode ir bem além dos €30 milhões. No futebol, o céu é o limite do sonho...
A idade, a falta de filtros e os espíritos livres
«Ronaldo é um excelente atleta, tem imenso mérito, mas é um estupor moral, não pode ser exemplo para ninguém...»
Gentil Martins, médico, in Público
Senti isso nos últimos anos de Mário Soares e sempre achei desprezível o aproveitamento que fizeram da sua derradeira fase pública. A idade avançada, mesmo quando não retira lucidez, por vezes leva os filtros, o que faz com que espíritos livres fiquem à mercê do que deles que se quer trazer à estampa. Matéria de reflexão, seguramente, para a classe dos jornalistas.
Roger Federer
Há muitos anos, quase vinte, João Lagos disse-me: «Toma atenção, o Federer vai ser o maior tenista da história». Registei. Ontem, perante o 19.º 'Grand Slam' do tenista, coincidindo com a oitava vitória em Wimbledon, recordei quem me falou do suíço, com conhecimento de causa. De férias no Alvor, foi aí que assisti ao feito de Federer. A televisão do Restinga estava ligada, sem som, e parecia que ninguém estava a ligar à final. Porém, quando Roger Federer concretizou o 'match point', ouviu-se um aplauso espontâneo, que demonstrou a universalidade do veterano tenista (e creio que não havia nem um suíço no restaurante da praia...).
Espanha, tão perto e cada vez mais longe!
Garbiñe Muguruza, vencedora em Wimbledon, é a mais recente heroína do desporto espanhol. Mais uma vez constato: Espanha, tão perto e tão longe... 'Nuestros hermanos' são um país de desporto, enquanto nós não passamos de uns amadores, meros coleccionadores de boas vontades. E não há quem queira mudar isto?"
José Manuel Delgado, in a bola
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