Permitam-me recuar no tempo e recuperar excertos de um artigo por mim assinado após a oitava jornada da Liga 2016/17. Escrevia, então, sob o título "Benfica de tantas vitórias" – depois de conseguir mais uma no Restelo – o seguinte: "O Benfica deu mais uma demonstração categórica das suas competências (…) Uma vez mais não quis ficar à mercê das contingências do jogo, procurou ganhar vantagem (…) e quando os azuis começaram a crescer ‘matou’ o jogo com novo golo". Acrescentava que a águia ia na sexta vitória consecutiva , tinha o melhor ataque e a melhor defesa.
Passou um ano e o Benfica foi do oitenta para o oito: ganha pouco, entrega-se à sorte do jogo, perde vantagens e tem a pior defesa dos últimos 56 anos. Compreende-se a preocupação e a impaciência dos adeptos, capazes de culpar tudo e todos, inclusivamente a cor do equipamento...
O sucesso que parecia eternizar-se tornou-se efémero como é sempre. Dirigentes, treinadores e jogadores têm de saber lidar com um cenário que, muitos deles, não chegaram a conhecer. Sim, passaram por ciclos difíceis, mas a verdade é que tiveram sempre um final feliz. E talvez seja por tomar isso como certo que a tão propalada estrutura e a equipa não estejam a ser capazes de aceitar esta nova realidade e de dar, assim, a resposta que a situação exige.
António Magalhães, in Record
Sem comentários:
Enviar um comentário