Tenho defendido a teoria de que a baixa mais relevante do Benfica da última época foi Ederson. Mais do que Nélson Semedo, Lindelof ou Mitroglou, o guardião brasileiro fazia a diferença numa posição onde habitualmente se releva tão-só a performance entre os postes e a saída aos cruzamentos. Ederson não era apenas bom ou muito bom nessas competências, acrescia um valor na leitura de jogo – quantas vezes abandonava os postes, antecipando cenários e preenchendo o espaço entre uma linha defensiva subida e a área a proteger - e também no pontapé longo com uma precisão que permitia o lançamento de perigosos ataques – e até jogadas específicas como era o pontapé de baliza com o avançado adiantado em relação ao setor defensivo adversário, não estando em posição de fora de jogo. Ederson partiu e a "opção lógica" Júlio César cedo ficou comprometida com uma lesão em Londres. Veio Varela e a fífia no Bessa aniquilou as esperanças do internacional sub-21. Voltou Júlio César mas percebe-se que o brasileiro já não oferece aquilo que o Benfica precisa. Que fazer? Svilar é um miúdo supertalentoso mas… é um miúdo. Estará em condições de assumir a baliza? Na Luz, há a plena convicção de que será capaz. Svilar é a aposta para o futuro. A conjuntura obriga, porém, à antecipação do seu processo de integração, fazendo com que a sua estreia na Taça de Portugal com o Olhanense possa não ser apenas isso mesmo, uma estreia, mas o primeiro de muitos jogos… consecutivos. Esperemos para ver. Portugal sério como Santos para chegar ao Mundial A dupla jornada com Andorra e Suíça soa a pacote turístico, mas está muito longe disso. Para a Seleção Nacional é uma corrida de 100 metros que só admite um resultado: o 1.º lugar do grupo. Pensar que Andorra é um doce, é um erro. Seriedade e competência são essenciais.
António Magalhães, in Correio da Manhã
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