O ano começou televisivamente bem, com a clara e positiva mensagem do Presidente Marcelo a ultrapassar os 3 milhões de espectadores - e só na TVI, com mais de 1,2 milhões, a pulverizar o máximo obtido pelo seu antecessor e a quase triplicar o que Cavaco registara na derradeira comunicação, em Janeiro de 2016. Marcelo recuperou a forma e isso foi uma primeira excelente notícia.
Mas nos dias seguintes o sofrimento voltou. Na terça--feira, logo pela manhã, os canais iniciaram os 'directos' perto do Estádio da Luz para as banalidades do costume, provocadas em larga medida pelos perguntadores: espera que seja um bom jogo? Quem acha que vai ganhar?
O fenómeno repetir-se-ia, e então já perto da histeria, na quarta-feira, antes e depois do evento, com prolongamento na quinta, ao longo do dia, numa ressaca interminável.
Se a isso somarmos as 'conferências de imprensa', as extensas aberturas dos telejornais e as dezenas de comentadores que teorizaram sobre o dérbi, podemos dizer que os não adeptos da bola viveram três dias sufocantes.
Até eu, que devo o que devo ao futebol, tive de me refugiar junto dos marcianos da RTP, que ao menos esses, não tendo contas a prestar, deixaram-me respirar e sobreviver para contar."
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