"É verdade que, há uns anos atrás, o Benfica não soube ou não pôde segurar algumas das suas jóias da formação. Bernardo e Cancelo, por exemplo, poderiam e deveriam ter permanecido mais algum tempo no clube, mas, fruto de circunstâncias que agora não interessa dissecar, acabaram vendidos por valores abaixo daquela que é hoje a sua cotação.
Desde então tudo mudou. Na época da 'Reconquista' foi frequente ver na equipa quatro, cinco ou mesmo seis elementos oriundos da fábrica do Seixal. Ferro, Rúben, Florentino e Félix acabaram titulares absolutos, Gedson também o foi durante parte significativa da temporada, Yuri r Jota tiveram aparições esporádicas, mas fizeram parte do grupo, nomes dos quais poderíamos acrescentar o guarda-redes Zlobin, e ainda André Almeida - que chegou ao Benfica para a equipa B, afinal de contas o último escalão formativo. Ora isto era absolutamente impensável há apenas cinco anos.
A ideia, já reiteradamente veiculada pelo nosso presidente, é manter quase todos estes elementos, e até acrescentar um outro. Mas não podemos exigir ao clube que segure aquele que é um caso absolutamente excepcional: João Félix.
Nem o Benfica, nem qualquer outro clube português, pode manter alguém a quem acenam com um salário na ordem dos seis milhões limpos por ano. E que pode valer um preço acima dos três dígitos. O jogador, a família e o empresário têm vontade, o destino chama, e o clube precisa. Sejamos realistas. João Félix vai sair do Benfica, vai deixar saudades, mas também muito dinheiro. E um dia talvez volte, para terminar a carreira, já com uma Bola de Ouro na bagagem."
Luís Fialho, in O Benfica
Sem comentários:
Enviar um comentário