Apesar dos mistérios da "fé lageana", como a presença regular de Cervi na Champions, Vasco Mendonça ficou satisfeito com a vitória do Benfica sobre o Lyon, particularmente por poder elogiar novamente o "mago Luís Miguel", que marcou o golo decisivo
"Vlachodimos
Não é um Anthony Lopes, mas também se safa. Apresentou-se quase sempre seguro, excepto aos 22 minutos, quando foi obrigado a jogar com os pés e fez lembrar a minha mãe a tentar jogar futebol com os netos.
Tomás Tavares
Tem nome de doutorando em antropologia que escreve sobre ideologia de género no P3, a fisionomia de um breakdancer, e uma mosca igual à do André Almeida. É uma combinação intrigante. Não é exactamente o lateral de que precisamos hoje, mas lá vai fazendo a recruta em noites de Champions.
Rúben Dias
É conhecido como um centralão do estilo "passa a bola, não passa o homem", mas o que dizer quando a bola não passa sequer perto e mesmo assim o homem é atropelado por Rúben Dias? Talvez: obrigado, senhor árbitro.
Ferro
É um dos tipos que melhor consegue dar a estas noites europeias a elegância e o saber estar do aristocrata falido, que há muito deixou de ter condições para estas andanças, mas continua a porfiar acima das suas possibilidades, à espera que a vida se recomponha e o Seixal produza mais alguns milagres para materializar a utopia.
Grimaldo
Estreou-se a marcar na Champions aos 29’, quando tirou o pão da boca de um francês, e reeditou o duo Tico e Teco deste plantel ao combinar por diversas vezes com Cervi, tanto a atacar como nas tarefas defensivas.
Florentino
Quem me dera ser um destes sheiks que compram clubes de futebol como quem vai ao supermercado e dizer apenas: ok, quero este, este e este. E os três seriam provavelmente Florentino, Florentino e Florentino, que voltou a apresentar-se ao nível que fará de nós, lá para maio ou Junho, especialistas em cláusulas de rescisão e contratos de factoring, testemunhas de tudo o que podia ter sido, se ao menos o destino nos tivesse dado cartas diferentes. Não fiquem tristes, mas são estes os nossos projectos europeus.
Gabriel
Ver Gabriel de volta ao relvado conduzir a bola numa noite de Champions provoca-se a sensação reconfortante de encontrar um adulto na sala quando deixo os meus filhos na escola e saber que estou agora em melhores condições de terminar este texto.
Gedson
Se a sua posição inicial, a evoluir pelo flanco direito, apresentava laivos de tolerabilidade, o que dizer da sua transição para segundo avançado? A melhor forma de qualificar a sua exibição ontem é dizer que Rudi Garcia já exigiu a sua contratação para o eixo da defesa do Lyon.
Cervi
Segundo jogo a titular para este interessante conceito futebolístico. Foi talvez a ideia mais forte deixada ontem pelo nosso amigo Bruno Lage. Não que alguém consiga compreender porque é que um jogador deste plantel só é utilizado na Champions, mas um dia lá chegaremos. Por enquanto chamemos-lhe mistérios da fé lageana.
Rafa
Nada melhor do que ver o nosso melhor atacante lesionar-se no exacto momento em que, juntamente com Gabriel, parecia pronto para carregar a equipa às costas rumo a uma grande noite europeia. Salvou-se o golo. A grande noite europeia ficou para depois.
Seferovic
Quase dava a segunda alegria da noite aos benfiquistas quando pareceu irremediavelmente lesionado, mas terá confundido essa celebração com um voto de confiança, porfiando estoicamente por mais 49 minutos, até ceder o lugar a uma unidade igualmente improdutiva.
Pizzi
Os ingratos que desejavam desfrutar de 90 minutos com Pizzi no banco de suplentes não tiveram sorte. A sua negociata com o árbitro da partida, que a mando de Luís Miguel abalroou Rafa sem dó nem piedade, resultou no regresso do mago de Bragança à cancha, de onde só sairia depois de se tornar o primeiro jogador na história do futebol mundial a marcar frente ao Cova da Piedade e ao Lyon na mesma semana. Soma agora onze golos esta temporada, um número que nos deveria fazer reflectir acerca do tipo de benfiquistas que queremos ser. Fico à espera das admissões de culpa nos grupos de WhatsApp. Vocês sabem quem são.
Vinicius
Estragou a sua média de golos. Não lhe resta outra opção senão compensar-nos com um poker em Tondela. Agora é esperar que os colegas lhe passem a bola. Eu tenho fé.
RDT
O bom de ter jogado tão pouco tempo é que não tenho de fazer um esforço para elogiar as suas qualidades de jogador associativo e mais não sei quê."
Não é um Anthony Lopes, mas também se safa. Apresentou-se quase sempre seguro, excepto aos 22 minutos, quando foi obrigado a jogar com os pés e fez lembrar a minha mãe a tentar jogar futebol com os netos.
Tomás Tavares
Tem nome de doutorando em antropologia que escreve sobre ideologia de género no P3, a fisionomia de um breakdancer, e uma mosca igual à do André Almeida. É uma combinação intrigante. Não é exactamente o lateral de que precisamos hoje, mas lá vai fazendo a recruta em noites de Champions.
Rúben Dias
É conhecido como um centralão do estilo "passa a bola, não passa o homem", mas o que dizer quando a bola não passa sequer perto e mesmo assim o homem é atropelado por Rúben Dias? Talvez: obrigado, senhor árbitro.
Ferro
É um dos tipos que melhor consegue dar a estas noites europeias a elegância e o saber estar do aristocrata falido, que há muito deixou de ter condições para estas andanças, mas continua a porfiar acima das suas possibilidades, à espera que a vida se recomponha e o Seixal produza mais alguns milagres para materializar a utopia.
Grimaldo
Estreou-se a marcar na Champions aos 29’, quando tirou o pão da boca de um francês, e reeditou o duo Tico e Teco deste plantel ao combinar por diversas vezes com Cervi, tanto a atacar como nas tarefas defensivas.
Florentino
Quem me dera ser um destes sheiks que compram clubes de futebol como quem vai ao supermercado e dizer apenas: ok, quero este, este e este. E os três seriam provavelmente Florentino, Florentino e Florentino, que voltou a apresentar-se ao nível que fará de nós, lá para maio ou Junho, especialistas em cláusulas de rescisão e contratos de factoring, testemunhas de tudo o que podia ter sido, se ao menos o destino nos tivesse dado cartas diferentes. Não fiquem tristes, mas são estes os nossos projectos europeus.
Gabriel
Ver Gabriel de volta ao relvado conduzir a bola numa noite de Champions provoca-se a sensação reconfortante de encontrar um adulto na sala quando deixo os meus filhos na escola e saber que estou agora em melhores condições de terminar este texto.
Gedson
Se a sua posição inicial, a evoluir pelo flanco direito, apresentava laivos de tolerabilidade, o que dizer da sua transição para segundo avançado? A melhor forma de qualificar a sua exibição ontem é dizer que Rudi Garcia já exigiu a sua contratação para o eixo da defesa do Lyon.
Cervi
Segundo jogo a titular para este interessante conceito futebolístico. Foi talvez a ideia mais forte deixada ontem pelo nosso amigo Bruno Lage. Não que alguém consiga compreender porque é que um jogador deste plantel só é utilizado na Champions, mas um dia lá chegaremos. Por enquanto chamemos-lhe mistérios da fé lageana.
Rafa
Nada melhor do que ver o nosso melhor atacante lesionar-se no exacto momento em que, juntamente com Gabriel, parecia pronto para carregar a equipa às costas rumo a uma grande noite europeia. Salvou-se o golo. A grande noite europeia ficou para depois.
Seferovic
Quase dava a segunda alegria da noite aos benfiquistas quando pareceu irremediavelmente lesionado, mas terá confundido essa celebração com um voto de confiança, porfiando estoicamente por mais 49 minutos, até ceder o lugar a uma unidade igualmente improdutiva.
Pizzi
Os ingratos que desejavam desfrutar de 90 minutos com Pizzi no banco de suplentes não tiveram sorte. A sua negociata com o árbitro da partida, que a mando de Luís Miguel abalroou Rafa sem dó nem piedade, resultou no regresso do mago de Bragança à cancha, de onde só sairia depois de se tornar o primeiro jogador na história do futebol mundial a marcar frente ao Cova da Piedade e ao Lyon na mesma semana. Soma agora onze golos esta temporada, um número que nos deveria fazer reflectir acerca do tipo de benfiquistas que queremos ser. Fico à espera das admissões de culpa nos grupos de WhatsApp. Vocês sabem quem são.
Vinicius
Estragou a sua média de golos. Não lhe resta outra opção senão compensar-nos com um poker em Tondela. Agora é esperar que os colegas lhe passem a bola. Eu tenho fé.
RDT
O bom de ter jogado tão pouco tempo é que não tenho de fazer um esforço para elogiar as suas qualidades de jogador associativo e mais não sei quê."
Um Azar do Kralj, in Tribuna Expresso
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