"O Sporting perdoou três vezes ao FC Porto. E como quem não marca sofre, os leões viram Soares levar à prática esta 'lei' do futebol
Acabou, na primeira semana de Janeiro, qualquer ilusão que o Sporting pudesse ainda manter quanto a uma eventual entrada na corrida pelo acesso à Liga dos Campeões. Sem surpresa, diga-se, porque a tudo o que de mal aconteceu aos leões até Alcochete (e tanto foi...), juntaram-se erros de casting que redundaram numa equipa que terá o terceiro lugar da Liga como objectivo realista, e mesmo assim ainda terá muito que pelejar, não só com o Famalicão, como ainda com os outros minhotos, SC Braga e Vitória SC, que parecem apostados em fazer a vida negra aos leões, na segunda volta. Hoje o Sporting possui, no plantel, uma super estrela, Bruno Fernandes, e dois jogadores de grande nível, o francês Mathieu, já no crepúsculo da carreira e o argentino Acuña, a quem pode juntar-se, quando está fisicamente bem, o uruguaio Coates. Os restantes elementos, entre jovens turcos, promessas adiadas e antigos craques à procura de regeneração, dificilmente poderão criar condições para o êxito numa prova de regularidade. Aqui e ali, num dia bom, empurrados pela camisola histórica que vestem, podem fazer bonito. Mas só. E a cada ano que passar sem que os leões encontrarem uma solução de fundo, a distância que os separa de Benfica e FC Porto tenderá a aumentar, ao mesmo tempo que clubes como o SC Braga e o Vitória SC estarão cada vez mais aptos nos olhos com eles. Ontem, o Sporting teve o FC Porto encostado às cordas, e na hora de aplicar o directo que concretizasse o KO, não acertou em cheio. Passou, assim, ao lado de um triunfo susceptível de pacificar um clube que corre riscos sérios de balcanização, tantas são as feridas que estão por sarar.
Convenhamos que o problema de fundo do Sporting não é do treinador (antes fosse...), nem do plantel (mesmo com as limitações, evidentes), mas sim de uma coesão que teima em tardar, como se o desígnio proposto pelo Visconde Alvalade não fosse argamassa suficientemente forte.
Nesta época de 2019/2020 cumprir-se-á a décima oitava temporada dos leões sem serem campeões, o mais longo jejum da história.
E o mais grave é que não se vislumbra como possa ser este ciclo invertido. A não ser que passem a dar mais importância ao que os une do que àquilo que os separa.
Ás
Franco Cervi
É verdade que Rafa, presumível dono do lugar, já está a entrar em estado de prontidão, mas Cervi, autor do golo da vitória encarnada em Guimarães, aproveitou as oportunidades que teve para demonstrar, de forma exuberante, que tem lugar, pelo menos, entre dezoito convocados de Bruno Lage para cada jogo...
(...)
Duque
Rui Pedro Soares
À terceira badalada do SC Braga, desceu da tribuna ao banco, como se isso viesse a mudar fosse o que fosse (aliás, o tempo de ser solidário com o treinador já tinha passado, quando se calou ao mesmo tempo que Pedro Ribeiro gritava que tinha sido agredido...). E foi daí que viu a B-SAD, de que é dono, ser humilhada pelos arsenalistas...
Governante já decidiu o que compete ao juiz?
«É evidente que estes actos vão ter consequências. Por vezes passa-se uma ideia de impunidade, mas quero garantir que vão ser punidos?»
João Paulo Rebelo, secretário de estado do desporto
Censuráveis e muito provavelmente passíveis de punição, os actos ocorridos em Guimarães. Mas, para isso, há entidades próprias, alegadamente independentes das instâncias políticas. Como enquadrar, assim, as afirmações do governante que tutela o desporto que, de uma penada, garantiu condenação, mesmo antes dos julgadores, serem chamados? Tonto...
A tradição ainda é o que era em Barcelona
É tradição respeitada na Catalunha, juntar os treinadores de Barcelona e Espanhol, na véspera do dérbi da cidade condal. Pitú Abelardo, treinador dos 'pericos' e ex-jogador 'culé', e Ernesto Valverde, ex-jogador dos 'pericos' e treinador dos 'culés', fizeram a foto da praxe. O jogo acabou empatado a dois...
E já lá vão seis anos
Durante muitos anos, quando me perguntavam se uma determinada matéria seria manchete, a minha resposta foi, invariavelmente, esta: «Sim, a não ser que morra Eusébio, isso muda tudo». E mudou. Há seis anos, quando o Nuno Perestrelo, jornalista a sério, me ligou a dizer que o 'king' tinha partido, o mundo mudou. Porque, o senhor Ferreira, como carinhosamente o Vítor Serpa, o João Bonzinho e eu o tratávamos em 'petit comité', era único e irrepetível, e só por ignorância é possível aligeirar a sua ausência. Há uma mesa sempre vazia na Adega da Tia Matilde. E há um espaço que nunca será preenchido nos corações de quem conheceu, viu e admirou o 'pantera negra', a quem, em boa hora, foi permitido que descansasse, para sempre, no Panteão Nacional. Eusébio, o rei da República..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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