segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

NÚMERO SETE


"No Benfica começamos a perceber, e bem, que Weigl é mesmo reforço e que Vlachodimos é essencial na baliza

1. Hoje são sete os pontos deste artigo. Como são desde a passada sexta-feira sete os pontos que distanciam o Futebol Clube de Porto do Benfica, o líder competente da Liga NOS. Como são sete os troféus que o Benfica, e o seu atractivo Museu Cosme Damião, detém da Taça da Liga. agora Allianz Cup, e que identifica no interessante marketing da Liga Portugal o classificado campeão de Inverno. Na verdade o número sete é um número que representa a totalidade, a consciência, a vontade, a perfeição. Perfeição que marca o trajecto na nossa Liga e, nos jogos fora da Luz, de Bruno Lage. E deste Benfica! 48 pontos num máximo de 51! Confirmados estes números com a vitória em Alvalade. Sete que é o número dos dias da semana, dos planetas que mais nos influenciam, dos pecados mortais ou das cores do arco íris. Sete que nos marcam desde a infância com a Branca de Neve e os sete anões e que a Bíblia nos ensina ao proclamar os «sete anos de fartura e de fome»! Sim de fartura e de fome! E sete que também nos leva ao nosso imortal Camões e a um poema delicioso como «sete anos de pastor Jacob servia»! E é este número, que a alquimia identifica com o mais poderoso, exige memória. Neste momento em que estamos a meio da nossa principal competição. Na época época passada o Benfica estava a sete pontos da liderança. Este ano tem sete pontos de avanço. Agora, naturalmente, nada está ganho ou conquistado. Na época passada o sonho e a ambição eram legítimas. Este ano a vontade contínua e a fé permanente são exigências jogo a jogo. Sabendo que é saboroso estar na frente e à frente. Reconhecendo que é estimulante cada ponto conquistado e, logo, cada ponto de distância para os directos competidores. E no próximo domingo em Paços de Ferreira há mais três pontos a conquistar. Numa nova final. E com a consciência que Fevereiro é um mês bem complexo. Liga NOS, Taça de Portugal e Liga Europa. Três competições importantes mas em que a hierarquia está bem definida. NOS e pontos.

2. O Benfica venceu o Sporting e venceu bem. Foi mais eficaz e teve em Rafa o seu trunfo. Foi mais uma vitória como visitante e frente a um Sporting que se vai concentrar, decerto, na Taça da Liga na semana que agora arranca e, em Fevereiro, na Liga Europa. Mas no Benfica, numa vitória que vale bem mais do que os três pontos, começamos a perceber, e bem, que Weigl é, de verdade, reforço e que Vlachodimos é essencial na baliza deste Benfica. E que um banco que tem Seferovic, Samaris, Jardel, Taarabt e Tomás Tavares - para além de Rafa! - é bem diferente daquele que estava próximo de Silas com Luís Neto, Eduardo, Battaglia, Borja, Gonzalo Plata ou, mesmo, Pedro Mendes, que acredito vai ser uma das revelações na futuro próximo do futebol leonino. E estas diferenças são cada vez mais importantes. O que fica de sexta-feira é que haverá um Sporting com Bruno Fernandes e outro sem Bruno Fernandes. E este desafio é, diga-o, se se concretizar a anunciada transferência, uma oportunidade. Para um Sporting que sabe que na próxima época desportiva os dois primeiros classificados da nossa Liga entram directamente na fase de grupos da Liga dos Campeões e o terceiro irá às pré-eliminatórias. E esta premissa é determinante em termos desportivos e essencial em termos de projecto financeiro. Mas o que fica de sexta-feira é, igualmente, a vitória do Braga no Dragão e o percurso vitorioso de Rúben Amorim no comando da equipa liderada por António Salvador.

3. A Taça da Liga nasce, recordo, por impulso do Sporting e do Boavista. A sua primeira edição foi conquistada pelo Vitória de Setúbal, que tem um novo Presidente após umas renhidas e bem concorridas eleições. Depois só Benfica (sete vezes), Sporting (duas vezes) e Braga e Moreirense por uma vez erguerem um troféu cujas finais se disputarem no Estádio do Algarve (quatro vezes), no Municipal de Coimbra (cinco vezes), no Municipal de Leiria (uma vez) e nas últimas duas edições no Municipal de Braga. Cidade que na próxima semana volta a receber, com a fidalguia de sempre e o empenho do Presidente Ricardo Rio, esta Allianz Cup. O Sporting vai tentar, acredito, o tri. Mas o Sporting de Braga tudo fará para marcar presença na final no seu estádio e na sua cidade. Tal como Futebol Clube do Porto e Vitória de Guimarães tentarão erguer pela primeira vez o troféu de campeão de inverno. Pedro Proença, e a sua equipa, vão proporcionar em Braga e a partir de Braga uma semana de promoção do futebol. E neste momento e perante as concretas e especificas circunstâncias o futebol, e o seu ambiente, merecem ser defendidos e preservados! Boa final four!

4. Permitam uma nota breve a um clube que regressou, por via da justiça, ao futebol de primeira e que fez, em Barcelos, uma primeira volta de primeira. Nunca perdeu em casa e defrontou, no seu bonito estádio, Futebol Clube do Porto, Sporting de Braga, os dois Vitórias, o Sporting, o Belenenses, o Boavista, o Marítimo e o Portimonense. E conquistou, sob a liderança de excelência, de múltiplas vivências e de enorme experiência de Vítor Oliveira, os três pontos frente ao Porto e ao Sporting. Para quem desconfiava do Gil Vicente os números aí estão. E hoje disputa mais uma final em Paços de Ferreira! Liderado por um jovem treinador que muito aprecio. Pepa!

5. Na quinta-feira acompanhei, com honra e gosto, a vitória do Académico de Viseu frente ao Canelas. Foi um jogo renhido, um autêntico jogo de Taça. O Académico - com a vitória ser dedicada justamente ao Presidente António Albino, a recuperar de um sério problema de saúde! - marca presença, pela primeira vez na sua longa história, nas meias-finais da prova rainha do futebol português. A cidade vai receber, logo na primeira terça-feira de Fevereiro, o Futebol Clube do Porto. Vai haver festa, rija e merecida, em Viseu. Festa de Taça e festa da Taça!



6. O andebol português joga hoje com a Islândia e acredito em mais uma vitória. Mas está a fazer um Europeu histórico. Que vai ficar na história da modalidade. E está a mostrar que há muita qualidade, enorme determinação, imensa vontade e uma fé inquebrantável na nossa selecção. O nome de Portugal, depois do hino desportivo que foi a estrondosa vitória face à forte Suécia, marca, pela positiva, este Europeu. Parabéns ao nosso andebol!



7. Esta abertura de mercado está a mostrar que há mercado real e mercado artificial. Há transferências anunciadas e nunca concretizadas. E outras negociadas em quase segredo e num instante concretizadas. O silêncio por vezes é de ouro. E a multiplicação de notícias - algumas são, também aqui, fake news! - por vezes gera desconfianças. E o mundo exige confiança. Com a consciência que o número sete é o número da totalidade e da vontade. E, assim, ficam os sete pontos. Bom domingo. Boa semana! Até daqui a sete dias!"

Fernando Seara, in A Bola

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