"De acordo com o Público, citando a empresa de monitorização Sportradar, que trabalha, entre outras entidades, com a FIFA, a UEFA, ou a NBA, o futebol português gerou um movimento, em apostas desportivas, no mercado asiático, na época 2018/2019, de 10,6 mil milhões de euros.Mergulhando no pormenor, ficou a saber-se que há, em média, apostas no valor de 22 milhões em cada jogo da Liga; de 11 milhões na Taça de Portugal; de 7,5 milhões na Liga 2, de dois milhões da Liga Revelação e de 111 mil euros, no Campeonato Nacional de Seniores.
Para além do facto de nem um cêntimo deste montante (que corresponde a cinco por cento do nosso PIB) entrar nos cofres do Estado ou dos clubes, a vulnerabilidade das nossas competições deverá gerar todas as preocupações. A desproporção entre o que gira em torno de cada jogo (onde é possível apostar em quase tudo...) e o nível salarial praticado, expõe uma situação de fragilidade intolerável. É verdade que a FPF, a Liga de Clubes e o Sindicato dos Jogadores, honra lhes seja feita, têm exercido acções informativas e pedagógicas sobre esta matéria. Mas o escrutínio sobre as entidades dirigentes não será o mais apertado (como se viu, por exemplo, no caso do Atlético Clube de Portugal) e é com frequência inusitada que somos confrontados com vendas de SAD, a quem ninguém parece dar muita importância. Em Inglaterra, por exemplo, dizem, com orgulho, que nem quiser investir num clube é mais escrutinado do que qualquer candidato ao Parlamento. Por cá, pelo menos que estes números arrepiantes tenham o condão de colocar o futebol nacional em alerta máximo."
José Manuel Delgado, in A Bola
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