terça-feira, 16 de junho de 2020

SOB O CALOR EM TERRAS AFRICANAS


"A Superliga Luso-Angolana foi uma prova exigente a todos os níveis, o que só tornou a vitória ainda mais feliz

Após seis horas de voo, a equipa de basquetebol do Benfica chegou a Angola. Em terras lusitanas estava a liderar a fase regular do Campeonato Nacional 2009/10, mas fez uma pausa na prova, para competir na primeira edição da Supertaça Compal Luso-Angolana, organizada pelas federações portuguesa e angolana.
Esta competição internacional reuniu os participantes das Supertaças de Portugal e Angola - Benfica, Ovarense, 1.º de Agosto e Petro de  Luanda -, no Pavilhão da Cidadela, em Luanda, 'a mítica casa dos principais clubes de Angola e da melhor selecção africana da modalidade'.
Na jornada inaugural, a 2 de Abril, os 'encarnados' e os vareiros abriram as hostilidades, em condições atmosféricas muito diferentes das que estavam habituados, com 'cerca de 30 graus centígrados que abafavam a suave brisa que soprava pelas laterais do Pavilhão (...) e uma humidade relativa elevadíssima, próprio de uma sauna'. Apoiado pelos muitos adeptos presentes nas bancadas, o Benfica foi o que se adaptou melhor e venceu o detentor da Taça de Portugal, por 69-55. O 1.º de Agosto juntou-se ao Benfica no primeiro lugar da classificação, ao vencer o seu grande rival, o Petro de Luanda.
No dia seguinte, a 2.ª jornada voltou a ter os mesmos vencedores. Os benfiquistas tiveram um desempenho notável, 'a roçar a perfeição', frente ao Petro de Luanda, dominando a partida até ao final, e obtiveram o resultado de 87-52. O troféu seria, portanto, discutido entre os campeões nacionais de cada país, Benfica e 1.ª de Agosto, clube que além de campeão angolano, era campeão africano de clubes e a base da selecção de Angola.
No terceiro jogo em três dias, em exigentes condições climatéricas que obrigaram a uma grande rotatividade dos jogadores e em que o cansaço atingiu 'níveis altissimos', os pupilos de Henrique Vieira mostraram um elevado nível exibicional, obtendo um triunfo emocionante por 64-57. No final, Sérgio Ramos, um dos jogadores que estiveram mais em evidência do conjunto benfiquista, concluiu que 'Foram três jogos muito difíceis, em que até o controlo da bola foi complicado pela transpiração das mãos, mas (...) que a parte mental acabou por bloquear os obstáculos'.
Uma página de ouro na história da modalidade, para o clube e para o país. Esta vitória veio 'dar ainda mais moral' à equipa, que se sagrou, no final da época, bicampeã nacional. Saiba mais sobre esta conquista internacional na área 2 - Joias do Ecletismo do Museu Benfica - Cosme Damião."

Lídia Jorge, in O Benfica

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