"Todos nos recordamos da celebérrima tirada de Jorge Jesus, instado a comentar a propalada saída de Matic em Janeiro de 2014. Desde então, sempre que há notícias de várias ausências na equipa do Benfica, logo há quem arremate as conversas com o concludente: 'Joga o Manel'.
O problema, agora, é que o Manel tem covid. E também o Tó e o Zé. Se calhar até o Cajó, veremos na próxima bateria de testes.
Daqueles que se previa pertencerem ao quarteto defensivo titular do Benfica após a saída de Rúben Dias (André Almeida, Otamendi, Vertonghen e Grimaldo), nenhum esteve disponível nos recentes jogos com o SC Braga e o Nacional. Nem Gilberto e Nuno Tavares, os laterais suplentes. Ou mesmo Diogo Gonçalves, adaptado várias vezes a lateral direito. A agravar o cenário, tanto Vlachodimos como Helton Leite, os dois guarda-redes utilizados, se viram igualmente impossibilitados de jogar. Exceputando o caso de André Almeida, todos se devem à covid-19.
Desta situação inusitada resultam diversos problemas. Desde logo, a redução da qualidade individual à disposição do treinador; por alguma razão uns são titulares e outros suplentes. Também alguma eventual descoordenação entre colegas de sector, seja pela menor utilização de cada um dos elementos, o que potencia erros individuais, seja pela falta de rotinas colectivas. E, naturalmente, os níveis de confiança são abalados. Como se não bastasse, há ainda a inexistência de tempo, para treinar devido à sobrecarga de jogos e a própria menor qualidade de treino em virtude de condicionantes protocolares e a evidente perda momentânea de competitividade do plantel.
Sem se ter tudo isto em conta, torna-se estéril qualquer análise aos desaires recentes. Melhores tempos virão!"
João Tomaz, in O Benfica
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