"Não há como defender, seja sob que perspectiva for, que a alguém se neguem direitos ou exijam deveres em demasia apenas por ser diferente. Não existe escala de valor universal sobre a diferença, ela é, simplesmente, o contraste e a diversidade genética e cultural que confere sustentabilidade ao próprio planeta que pisamos e sucesso à espécie humana. Não há, portanto, nenhum argumento válido que possa sancionar a discriminação pura e simples de indivíduos ou grupos tendo como base a diferença. E, no entanto, quer a história quer as sociedades contemporâneas estão cheias de exemplos, por vezes trágicos, de discriminação social.
Quando falamos destes temas, vem-nos logo à ideia e mais evidente das discriminações, a da cor da pele. E bem, porque é incompreensível que um simples pigmento seja capaz de tingir a pele humana e, ao mesmo tempo, irromper pela família e pela vizinhança tingindo de negro a própria vida. Mas quando a discriminação assenta no género, e as mulheres de todo o mundo carregam às costas, por milhares de anos, o peso da tradição e da história, então é das mães de toda a humanidade que falámos e é a elas que discriminamos. É certo que sobretudo o último século tem sido de uma enorme evolução neste aspecto, mas essa evolução acontece em múltiplas velocidades consoante a geografia, as culturais e a condição social, e, por isso mesmo, tanto há a fazer em termos quer absolutos quer relativos. É por isso mesmo que um Dia Internacional, ao chamar a atenção de todo o mundo para este problema, desperta consciências e impulsiona mudanças? Talvez, mas pedras insubstituíveis do caminho fantástico da humanidade.
Parabéns a todas!"
Jorge Miranda, in O Benfica
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