O que se pode pedir mais a Seferovic? O suíço tem colada a si a imagem perpétua de patinho feio por parte de muitos adeptos com a muito repetida crítica que destrói mais do que marca. Mas os 69 golos em 172 jogos ao serviço do Benfica contam a sua própria história e os dois tentos de hoje frente ao Vitória de Guimarães deixam o avançado muito próximo de garantir o segundo título de melhor marcador da Primeira Liga e obrigam Pedro Gonçalves a marcar três para o superar. Aconteça o que acontecer, nada mau registo para um patinho feio.
Objetivo cumprido na vitória do Benfica por 3-1 no D. Afonso Henriques na última jornada do campeonato que deixa os vitorianos fora da Europa sobre a linha de meta e permitiu aos encarnados conjugar descanso e triunfo. O único desvio no plano foi mesmo a lesão de Lucas Veríssimo que saiu na primeira parte e deixou Jorge Jesus preocupado quanto à sua presença na final da Taça de Portugal deste fim de semana.
O defesa brasileiro foi um de quatro sobreviventes do onze que infligiu a primeira derrota da temporada ao Sporting e, no eixo de três centrais, foi acompanhado pelo compatriota Morato na estreia a titular para o campeonato, com Vlachodimos a ser outro dos destaques nas mudanças.
FALTA DE DEFINIÇÃO
O guardião grego fez o primeiro jogo pelos encarnados desde a segunda mão da Taça com o Estoril, a 4 de março, e mais de dois meses depois correspondeu bem quando chamado a intervir. O mesmo não se pode dizer do guarda-redes vimaranense, também ele no lugar do habitual titular Bruno Varela. Trmal foi a jogo e duma falha clamorosa sua nasceu a primeira grande oportunidade do jogo. Com a bola aparentemente controlada, nas mãos, deixou-a escapar para os pés de Seferovic, que só não abriu o marcador porque, com a baliza praticamente escancarada, viu Mumin colocar-se entre si e o primeiro golo.
Estavam contados 11 minutos de jogo e encerrado o capítulo das grandes oportunidades na primeira parte. O jogo não aumentou de rotação, apesar do Vitória de Guimarães entrar em campo com um onze com quatro elementos de cariz marcadamente ofensivo e a tentar pressionar. Com mais pressão que o Benfica e a saber que a vitória que se desenhava do Santa Clara os deixava fora de um lugar europeu, os anfitriões tentaram equilibrar a contenda e até garantiram algumas aproximações com relativo perigo ao último reduto encarnado. Mas a definição raras vezes foi a melhor e, perante um adversário confortável e mais preocupado em canalizar oportunidades para aumentar o pecúlio do seu ponta de lança, o jogo seguiu sem grandes sobressaltos competitivos até ao intervalo.
Além da lesão de Lucas Veríssimo, nota para a exibição errática de Taarabt, que acumulou passes falhados e um amarelo por simulação, e para o perigo que Darwin parecia ser capaz de imprimir a partir da esquerda. E foi precisamente dos pés do uruguaio que surgiu o primeiro golo do encontro e o primeiro da conta pessoal de Seferovic.
ENTRAR A RESOLVER
O Benfica entrou forte na segunda parte e foi recompensado logo a abrir. Jogada rápida pela esquerda com Darwin a cruzar para a entrada oportuna do suíço que desviou para o fundo das redes. 1-0 para os encarnados que não demoraram muito a aumentar a vantagem na procura do objetivo melhor marcador. Foi através de um canto desviado por Gabriel e concluído por Seferovic que os visitantes chegaram ao 2-0 aos 58 minutos, com Jorge Jesus a aproveitar de imediato para rodar mais a equipa, mas sempre com um olho no objetivo.
Do lado do Vitória, o quarto treinador da época, Moreno, procurava reagir para tentar ainda salvar algo e Marcus Edwards obrigou mesmo Vlachodimos a uma intervenção in extremis após um bom remate de longe. Os vimaranenses pressionavam e o golo acabou por aparecer aos 63 minutos, também na sequência de um canto, com o central Jorge Fernandes a rematar de cabeça após um cruzamento de Quaresma e a fazer aumentar a esperança na reviravolta.
O empate esteve perto de acontecer aos 73 minutos, e só uma mancha inspirada do guardião encarnado impediu Estupiñán de faturar, e a desviar o remate que levava a direção da baliza para junto do poste. Até chegou a haver festejos vimaranenses aos 81 minutos, mas Lyle Foster estava em fora de jogo quando faturou e o 2-1 manteve-se.
O tempo ia-se esgotando para o Vitória de Guimarães e esgotou-se mais quando Everton, num lance de contra-ataque, escapou-se pela direita. Os defesas pareciam esperar o cruzamento para Seferovic só que o extremo brasileiro aproveitou a hesitação para partir ele para o golo e sentenciar a partida aos 91 minutos.
No final, 3-1 para o Benfica e expectativa para saber o que faz Pedro Gonçalves (que à hora desta crónica já leva dois golos) e se as contas que Seferovic fez foram suficientes.
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