quinta-feira, 20 de abril de 2023

SAÍDA DE CABEÇA ERGUIDA

 


Reação travada

O Benfica viu (outro) penálti ser-lhe negado na eliminatória com o Inter e empatou (3-3) na 2.ª mão dos quartos de final da Liga dos Campeões.
O Benfica empatou nesta quarta-feira, 19 de abril, na casa do Inter (3-3) e terminou a sua caminhada na Liga dos Campeões. O resultado averbado na 2.ª mão dos quartos de final, condicionado por um erro grave de arbitragem, não foi suficiente para virar a derrota (0-2) do Estádio da Luz e as baterias ficam, agora, apontadas à conquista da Liga Bwin.
De regresso aos eleitos após ter falhado o duelo com o Chaves por acumulação de amarelos, Florentino foi a única novidade no onze escolhido por Roger Schmidt numa partida, na qual, desde cedo, o Inter deu a iniciativa ao Glorioso.
Os primeiros minutos mostraram um Benfica a circular a bola na tentativa de desmontar a muralha defensiva de uma equipa que, à sombra da vantagem conquistada no Estádio da Luz, não teve problemas em chamar os encarnados para tentar aproveitar os espaços nas costas da defesa.
Tal como em Lisboa, o Inter viu a sua estratégia recompensada e, logo aos 14', tornou a missão do Benfica ainda mais difícil. Na sequência de uma bola longa, Dzeko serviu Barella. Este tabelou com Lautaro Martínez, deixando Grimaldo fora da jogada, e tirou Chiquinho e António Silva da frente com uma finta de corpo antes de rematar em arco para o 1-0.
A resposta do Benfica surgiu aos 23', quando um passe de Gonçalo Ramos a solicitar a desmarcação de João Mário saiu com força a mais e permitiu a interceção de Dimarco na zona de golo. Seis minutos volvidos, o camisola 20 foi carregado em falta à entrada da área e Grimaldo avançou para a marcação do respetivo livre. Perante as vozes de apoio bem audíveis dos Benfiquistas, o lateral espanhol rematou forte para defesa apertada de Onana.




O Benfica cresceu no encontro e, já depois de um golo anulado a Lautaro Martínez por falta clara sobre Gilberto (33'), recolocou-se na discussão da eliminatória. Aos 38', Florentino descobriu Rafa isolado no lado direito, e este, com um cruzamento perfeito, enviou a bola para a cabeça de Aursnes, que se antecipou a Dumfries para bater Onana e fazer o 1-1.
No regresso dos balneários, Roger Schmidt lançou Neres para o lugar de Gilberto e colocou Aursnes a fechar o lado direito da defesa.
Galvanizado pelo golo, o Benfica circulou a bola com maior rapidez e colocou a defesa do Inter em apuros. Aos 48', Dimarco teve de se esticar para evitar que o cruzamento de Neres alcançasse Gonçalo Ramos, e, aos 53', foi a vez de Acerbi cortar a bola pela linha final, quando João Mário se preparava para visar a baliza defendida por Onana.
Na sequência do respetivo pontapé de canto, a bola sobrou para Aursnes, e este caiu na área num lance onde Lautaro Martínez tocou claramente no pé (esquerdo) de apoio do médio, na altura do remate. No entanto, o árbitro nada assinalou, e o VAR não deu indicação de grande penalidade. Uma nova decisão polémica na eliminatória, após o inglês Michael Oliver e o VAR não terem vislumbrado uma falta de Bastoni sobre Gonçalo Ramos no interior da área do Inter, na 1.ª mão.
Demonstrando, uma vez mais, uma grande dose de eficácia, o Inter serviu um balde de água fria ao Benfica, aos 65': Dimarco combinou bem com Mkhitaryan pelo lado esquerdo e cruzou para Lautaro marcar o 2-1.
Numa tentativa de refrescar o ataque, Roger Schmidt lançou Gonçalo Guedes para o lugar de Gonçalo Ramos, aos 74'. Simone Inzaghi respondeu com as entradas de Lukaku, Çalhanoglu e Correa por Dzeko, Barella e Lautaro Martínez. O italiano acabou por ser mais feliz, pois Correa, aos 78', rematou em arco para o 3-1.
Com a eliminatória praticamente decidida, João Neves e Musa foram a campo nos lugares de Chiquinho e Rafa aos 80', com as suas entradas a coincidirem com a reação dos encarnados. Aos 83', Neres deu o primeiro aviso com um remate ao poste direito da baliza.
Três minutos volvidos, António Silva reduziu para 3-2 com um cabeceamento sem hipóteses para o guarda-redes do Inter, após um livre de Grimaldo na direita. Já com Schjelderup, que se estreou na Champions, no posto de João Mário, o lateral Grimaldo ganhou na raça a Brozovic e assistiu Musa, que, na grande área, rematou à meia-volta para o 3-3 final.




O golo do croata, aos 90'+5', permitiu ao Benfica terminar a sua caminhada nesta edição da liga milionária com uma fase de grupos histórica, e, juntando oitavos e quartos, apenas uma derrota em 10 jogos disputados, e ainda com 26 golos marcados, pecúlio que só Manchester City e Nápoles conseguiram igualar neste período. Motivos suficientes para os gritos de "Benfica" que se ouviram dos cerca de 5000 indefetíveis adeptos que acorreram ao Estádio San Siro, após o apito final.

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