Águia de carácter
Golos de Di María, Rafa e Musa valem vitória do Benfica em Barcelos, por 2-3, frente ao Gil Vicente, em jogo da 3.ª jornada da Liga Betclic.
Difícil, mas justa. Eis o resumo simples da vitória do Benfica, por 2-3, frente ao Gil Vicente, em Barcelos, neste sábado, 26 de agosto, na partida da 3.ª jornada da Liga Betclic. Di María, Rafa e Musa marcaram os golos.
As visitas do Benfica ao Minho são sempre sinónimo de mar vermelho. Em Barcelos, isso não foi naturalmente exceção. Da receção ao autocarro, ao apoio dentro do recinto, os Benfiquistas esgotaram o estádio do Gil Vicente (cerca de 12 000 espectadores), e não se cansaram de apoiar a equipa orientada por Roger Schmidt.
O treinador fez apenas uma alteração em relação ao onze que, na passada jornada, bateu o Estrela da Amadora, por 2-0. Saiu João Neves, entrou Florentino, que já tinha completado os segundos 45 minutos no último desafio.
Ou seja, foram a jogo os 11 jogadores que iniciaram a segunda parte, no Estádio da Luz, frente ao estrelistas: Samuel Soares, Bah, António Silva, Otamendi, Aursnes, Florentino, Kökcü, Di María, João Mário, Rafa e Arthur Cabral.
Outra nota de destaque é o facto de, quando o árbitro deu o apito inicial, ter ficado, oficialmente, estreado o equipamento alternativo para 2023/24.
Os primeiros minutos ficaram marcados por algum equilíbrio, com o Gil Vicente a tentar contrariar o poderio encarnado, com toques rápidos, a procurar chegar rapidamente à área benfiquista. Contudo, sem grande sucesso, pois a defensiva das águias conseguiu sempre bloquear as intenções dos galos.
Em diversos momentos de aceleração do jogo por parte dos encarnados, os adversários recorreram a faltas para os travar. Foi assim, em minutos seguidos, primeiro com João Mário, depois em lances com Di María e Rafa.
Com o ritmo de jogo mais elevado, e a pressão a surtir efeito, foi aos 14' que o Benfica fez o primeiro remate à baliza, por João Mário – servido por Di María –, mas a bola errou o alvo.
Aos 17', grande penalidade assinalada a favor do Benfica. João Mário antecipou-se a Dominguez e foi derrubado pelo jogador gilista. João Pinheiro não teve dúvidas em sancionar a infração.
Di María, chamado à responsabilidade, atirou com toda a classe para o lado contrário do escolhido pelo guarda-redes Andrew. Estava aberto o marcador no Cidade de Barcelos (0-1, aos 19').
Três minutos volvidos, a vantagem podia ter dobrado, com um cabeceamento de Arthur Cabral, só travado por grande defesa do guarda-redes do Gil Vicente.
O golo teve o condão de aumentar a superioridade dos benfiquistas, que, nesta altura da partida (25'), controlavam a seu bel-prazer o desafio, e iam ameaçando o segundo.
À meia hora de jogo, o Benfica tinha mais bola (60%), já tinha rematado cinco vezes e não tinha permitido qualquer remate. Dados que demonstram o domínio da equipa de Roger Schmidt.
Ora, no minuto seguinte (31'), o número de remates só não aumentou para seis porque Rafa chegou ligeiramente atrasado ao cruzamento de Di María.
Pouco depois, momento de magia em Barcelos. Rafa contornou um defesa adversário, entregou a Di María, com o internacional argentino, com um toque artístico de calcanhar, a deixar em João Mário. Este, sem ângulo, centrou para Rafa, mas o camisola 27 não conseguiu direcionar o remate.
Tal como nos primeiros minutos, o Gil Vicente recorria à falta para travar os jogadores do Benfica. Rafa era um dos mais castigados – foi atingido em dois lances seguidos (não punidos disciplinarmente pelo árbitro), sendo que a primeira infração perigosa foi cometida por Dominguez, que já tinha visto um cartão amarelo.
Nas bancadas, os Benfiquistas faziam a festa, puxando, cantando e incentivando os seus jogadores, que, no relvado, retribuíam com uma exibição segura e empolgante.
Aos 45'+1', Samuel Soares, chamado à ação, segurou bem uma bola desviada por António Silva. O guarda-redes formado no Benfica Campus iria voltar a dar nas vistas, desta vez num lance mais exigente, a fechar o primeiro tempo. Na sequência de um livre, a bola foi levantada para o interior da área, onde encontrou a cabeça de Rúben Fernandes. O capitão gilista cabeceou e Samuel Soares aplicou-se, com uma boa estirada.
Para o segundo tempo, nenhum dos treinadores realizou qualquer alteração, entrando em campo os mesmos 22 jogadores que iniciaram a partida.
Logo no primeiro minuto da etapa complementar, um remate fortíssimo de Rafa, terminou nas mãos do guardião contrário. Com o Gil Vicente a meter mais homens no meio-campo encarnado, fazendo uma pressão mais alta, foi então a altura de Samuel Soares fazer uso de uma das suas armas: o jogo com os pés. Numa dessas ocasiões, um pontapé fortíssimo do guardião benfiquista deixou a bola em Arthur Cabral, que conseguiu dominar e servir Rafa, ainda que o lance não tenha resultado em perigo.
Aos 51 minutos, Di María, esteve perto do 0-2, na transformação de um livre, mas viu Andrew, muito atento, a defender para canto.
Mas o 0-2 haveria mesmo de chegar. Num dos lances mais bem desenhados pelas águias. Kökcü, ainda perto área encarnada, pegou na bola, avançou uns metros e lançou rasteiro, mas longo, para Rafa; este conduziu a bola e deixou-a em João Mário. O camisola 20 viu a subida do lateral-esquerdo Aursnes, fez o passe e, de pé canhoto, o norueguês colocou no coração da pequena área, onde apareceu Rafa a desviar para o 0-2 (53'). Grande golo do Benfica! Terceiro jogo, terceiro tento de Rafa na Liga Betclic.
Cinco minuto após o 0-2, pressentiu-se o 0-3 em Barcelos. Bah pegou na bola bem dentro do meio-campo do Benfica, percorreu vários metros, entregou a Rafa, que atirou forte, mas viu o esférico embater em Bah. Pouco depois, a bola haveria mesmo de entrar, por intermédio de um defesa dos galos, mas Rafa, no início do ataque, estava em posição irregular. Não contou.
No momento seguinte, Roger Schmidt lançou no jogo Neres (por João Mário) e Tengstedt (por Arthur Cabral).
Há apenas três minutos em campo, Neres, servido por Di María e pela sua visão de jogo, cabeceou para intervenção providencial do guarda-redes do Gil Vicente. Contudo, no momento em que o jogador argentino recuperou a bola, encontrava-se em fora de jogo.
A aproveitar o espaço dado pelo Gil Vicente, que se tentava projetar no ataque, um passe a rasgar de Kökcü chegou a Rafa. Este trabalhou bem, atirou, mas a bola passou um pouco acima do ferro (73').
Numa das poucas ocasiões em que teve espaço na área benfiquista, a equipa de Vítor Campelos chegou ao golo. Remate rasteiro de Touré para o 1-2 (74').
Com o Gil Vicente a acreditar, Samuel Soares foi dizendo presente, contrariando as intenções dos homens da casa. A segurança defensiva deu asas a que os encarnados recuperassem o ascendente, instalando-se no meio-campo contrário, a forçar o 1-3, já com João Neves e Chiquinho em campo (renderam Florentino e Kökcü).
Aos 88 minutos, Neres, servido por Rafa, rematou, mas encontrou a oposição de Rúben Fernandes. Aos 89', Chiquinho colocou no interior da área, mas a defesa gilista conseguiu aliviar.
Do lado do Benfica, Samuel Soares tem uma intervenção preciosa (90'+1'). Vendo Depú pela frente, agigantou-se e travou a tentativa de chapéu do adversário. António Silva concluiu o alívio.
Aos 90'+3', Rafa cedeu o seu lugar a Musa. E, aos 90'+4', Musa carimbou o... 1-3 do Benfica. Grande passe de João Neves, a picar sobre a defesa do Gil, a bola a chegar ao croata, que, bem desmarcado, rematou para o fundo das redes (1-3).
Os seis minutos de compensação dados por João Pinheiro já se estavam a alongar, fruto da festa do golo do Benfica, quando, num livre à entrada da área, Dominguez executou com precisão e voltou a deixar o marcador na diferença mínima (2-3, aos 90'+8').
O reatamento teve apenas mais alguns segundos, o resultado estava feito. Nas bancadas do Estádio Cidade de Barcelos cantou-se, a plenos pulmões, "E o Benfica ganhou!". Estava confirmada a 2.ª vitória seguida (2-3).
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