sexta-feira, 4 de julho de 2025

LUÍS FILIPE VIEIRA PETRIFICOU A NAÇÃO BENFIQUISTA



 Quem ousaria sequer imaginar que LFV, proscrito por larga maioria de adeptos encarnados após os casos polémicos de assolaram a fase final da direção, e os outros, judiciais, que precipitaram o seu termo, emergisse das trevas da consideração para a presunção de ser, de novo, presidente do Benfica?

Quando se pensava que as eleições para a presidência do Benfica em outubro, além de uma das mais importantes na história recente do clube, seriam imprevisíveis, eis que a quatro meses do sufrágio a expectativa elevou-se aos píncaros com a possibilidade de candidatura de Luís Filipe Vieira (LFV), que a confirmar-se (e a oficializar-se) atingirá o âmago da nação benfiquista. Para já, deixou-a siderada, petrificada no pensamento ainda apenas com rumores.
Quem ousaria sequer imaginar que LFV, proscrito por larga maioria de adeptos encarnados após os casos polémicos de assolaram a fase final da direção, e os outros, judiciais, que precipitaram o seu termo, emergisse das trevas da consideração (para não referir os índices de popularidade abaixo de zero) para a presunção de ser, de novo, presidente do Benfica?
O que motiva o ex-presidente a hercúlea tarefa? Presunção de trabalho inacabado? Presunção de crédito, por ter sido líder no período mais recente de hegemonia da principal equipa de futebol do clube? Vingar-se desta direção, que é vista por amplas franjas de associados e adeptos como sucedânea, mas pela qual já disse sentir-se traído e quer expulsá-lo de sócio? De quem terá apoio LFV que sustente uma candidatura séria, que tem andado na penumbra do benfiquismo há quatro anos? Haverá sinceridade na fonte do que se noticiou (ou se avançou como bastante provável) neste segundo dia de julho de 2025? Não é fácil crer?
A hipotética candidatura à presidência do Benfica, antes de se contarem armas no seu arsenal, representa um balão de oxigénio à da igualmente presumível do atual titular do cargo, Rui Costa. Tudo o que os benfiquistas têm a apontar ao presidente e à direção em funções sobre a conotação com a vigência do antecessor, a sua pretensa continuidade, cai por terra. Os movimentos mais recentes e em crescendo de contestação ao executivo liderado por Rui Costa, acusando-o de seguidismo, se não se esvaziarem - porque há mais elementos de crítica, em especial a gestão desportiva do futebol, por ausência de conquistas importantes nos últimos dois anos – murcham bastante. E haverá ainda o desvio de foco para candidatura mais ameaçadora, de efetivo regresso ao passado que essa falange de anti-saudistas de LFV quer enterrar. Pela sua aparição em pessoa. Não haverá nada mais surreal que se impusesse no pensamento benfiquista nesta altura – e não apenas no que está contra Rui Costa e quer a mudança.
Não se podem antever próximos capítulos porque ainda não há novela, mas o regresso de LFV à cena no Benfica é um fortíssimo argumento, ainda que não original. Sob a sua liderança, inspirada na do suposto arquirrival Pinto da Costa no FC Porto, desta se distanciando (apenas) estrategicamente e secando todas os focos de oposição, a equipa principal de futebol do Benfica renasceu das cinzas para a hegemonia em Portugal, ficando a um penta de antecipar, em quase uma década, a queda dos dragões, e projetando-a, mesmo que sem consistência, para palcos europeus (duas finais da Liga Europa).
Diz-se que o futebol do Benfica poderia ter vencido muito mais, que perdeu títulos por erros crassos, mas era dominante mesmo na derrota. Tempos em que os benfiquistas não estavam imunes à tristeza, contudo andavam ufanos, de barriga cheia. Agora... Justificar-se-á ponderar segundo casamento depois do divórcio litigioso?
Ricardo Jorge Costa, in a Bola

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