A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Liga Portugal acordaram, na última semana, alterações ao protocolo entre as duas instituições, contrato esse que, pelo disposto no Regime Jurídico das Federações Desportivas, define direitos e deveres de ambas as entidades, em diversas matérias, como inscrições, arbitragem, disciplina, serviços administrativos ou apoio ao futebol não profissional.
A revisão do protocolo acordada levou a um reforço de verbas por parte da FPF ao futebol profissional, no valor de 2,3 milhões de euros, com a diminuição de encargos aos clubes, em alguns dossiês acima citados, e com a criação de um fundo adicional de 1,1 milhões de euros para investimento em infraestruturas.
Um esforço conjunto por parte das duas instituições que proporciona melhores condições para o desenvolvimento do futebol profissional, e que reforçam o compromisso da Direção e do presidente Pedro Proença na valorização de toda a comunidade do futebol. Ao investimento no topo da pirâmide, adicionam-se outros mecanismos de promoção ao investimento na base da indústria, no apoio ao futebol não profissional, com programas de melhorias de recursos humanos e infraestruturas, assim como o investimento permanente no crescimento do futebol feminino, esta semana com o anúncio da criação do departamento de futebol feminino.
Alcançado este acordo, o futebol português pode voltar a centrar a discussão em matérias estruturantes.
Ainda esta semana, o Governo apresentou o Plano Nacional de Desenvolvimento Desportivo para os próximos 12 anos, facto que a FPF saúda, e que mostra um primeiro passo rumo a um reconhecimento maior ao setor.
É fundamental discutir o modelo de financiamento do futebol, assim como os custos de contexto. Mas é preciso ter consciência de que nunca teremos uma oportunidade melhor para implementar reformas do que agora, na antecâmara da centralização dos direitos audiovisuais, que justifica uma reformulação dos quadros competitivos que promovam a competitividade e a sustentabilidade da indústria.
A FPF, como tem feito até aqui, está sempre disponível para o diálogo com todos os agentes, e aguarda decisões do futebol profissional sobre os caminhos a adotar para estas mudanças.
PS — Novembro tem sido mais um mês de excelência para as seleções nacionais. Apuramento assegurado para o Mundial-2026, meias-finais do Campeonato do Mundo de sub-17 (boa sorte para o jogo de hoje das meias-finais!) e pontapé de saída, com sucesso, no primeiro Mundial de futsal feminino. Obrigado a todas as nossas seleções pela forma como representam o nosso País.
Vasco Pinho, in a Bola
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