sexta-feira, 29 de março de 2013

OS TALENTOS PERDIDOS



Autor: RUI CASTRO, 23 ANOS, DESEMPREGADO

Num país onde o futebol comanda na frente das preferências da sociedade a seu belo prazer em detrimento de outras modalidades, muitos miúdos crescem a sonhar com o estrelato, jogar num grande clube como o Porto, Benfica ou Sporting, representar a seleção nacional, chegar ao topo duma carreira de sonho, como os seus ídolos faziam com distinto fulgor.

As ruas apresentam torneios com bolas de borracha, balizas com latas de sumos e um coração cheio de ânsia e paixão pelo “desporto-rei”. Alguns conseguem entrar nas camadas jovens dos ditos “grandes” com centros de captação de talentos espalhados pelo país. Dão nas vistas, são preponderantes nas suas equipas, vão subindo de escalão, ao mesmo tempo que a fama os vai cercando como uma matilha de hienas sedentas de se aproveitar dos lucros advindos da sua qualidade futebolística.

E é aqui que a proteção a jovens talentos se torna uma peça-chave no seu desenvolvimento como jogador. Bons conselhos, blindagem da mente do jogador, controlo das suas atividades extrafutebol podem evitar que estes jovens prodígios do amanhã, sejam mais algum “Fábio Paim” ou “Dani” dos dias de hoje. Talentos fantásticos que se deixaram levar pelos vícios, pelo brilho do dinheiro e de tudo aquilo que ele pode comprar, pondo de parte todo um trabalho para melhorar, maturar e apurar as suas qualidades como futebolistas. Um atleta não é apenas fama e ouro, um atleta, neste caso um jogador de futebol, vive muito daquilo que é capaz de fazer como sacrifício para anos mais tarde, colher louros daquilo de que abdicou.

A todos os miúdos que sonham ser futebolistas, um conselho de quem não quer ver outros talentos esfumarem-se como pó:

Sigam o vosso sonho com ambição, coragem, brio e o mais importante, com responsabilidade!

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