Pinto da Costa & Octávio
Texto:
Texto:
Por imperativos dramáticos, esta semana foi pródiga em trazer à ribalta dois dos mais estafados monólogos do reportório nacional: Pinto da Costa & Octávio Machado, eles mesmos, autores e intérpretes de outro tempo, repuseram as suas consabidas competências, o primeiro acusando agora de “terroristas” os seus opositores, o segundo apontando aos árbitros a responsabilidade de o Benfica ter recuperado 10 pontos no espaço de três meses.
Na década de 80 do século passado, Pinto da Costa & Octávio Machado trabalharam na mesma companhia onde viveram grandes sucessos. Êxitos incontestados até pela crítica da época que aplaudiu, sem reservas, a fogosa modernidade de um presidente que chegou ao poder derrubando o seu antecessor, Américo de Sá, por métodos absolutamente anti-terroristas.
A boa crítica especializada do passado não menos aplaudiu o fogoso adjunto das Antas que chegava a dispensar o conforto do “banco” para, de pé e frequentemente em corrida, acompanhar o jogo ao longo da lateral confortando os pobres dos fiscais-de-linha nas suas más decisões. E fez-se História. Ou pré-história, como preferirem.
Estamos agora em 2016 e no início da Primavera, a estação em que a Natureza se renova mas os reportórios, pelos vistos, não. O presidente do Porto, a sofrer um mau bocado por causa de Lopetegui e, sobretudo, por causa do idiota que se lembrou de contratar Lopetegui, falou à nação deixando no ar a suspeita de serem uns quantos encobertos ao serviço do centralismo de Lisboa os “terroristas” que lamentavelmente lhe rondaram a casa uma noite destas.
Quanto ao seu ex-treinador-adjunto, a realidade é que na sua última reaparição semanal, e para não perder tempo, chamou já malandros aos árbitros dos jogos todos do Benfica até ao fim do campeonato. No mesmo fôlego, vincou ainda a necessidade de dividir o país – não na guerra Norte-Sul que o viu nascer para a ação política – mas na urgência patriótica de um conflito João Mário-Renato Sanches, jogadores cujo enorme talento se vê permanentemente abusado em nome de uma velha nostalgia.
É que são de um folclore antigo estes episódios febris da hostilidade entre clubes carregada para o seio da seleção nacional. Da guerra de Pedroto a Mário Wilson à guerra de Sá Pinto a Artur Jorge – guerras que Octávio tão bem conheceu – viu-se de tudo um pouco no velho século XX. Agora parecem querer voltar. Fernando Santos, cuide-se.
Na década de 80 do século passado, Pinto da Costa & Octávio Machado trabalharam na mesma companhia onde viveram grandes sucessos. Êxitos incontestados até pela crítica da época que aplaudiu, sem reservas, a fogosa modernidade de um presidente que chegou ao poder derrubando o seu antecessor, Américo de Sá, por métodos absolutamente anti-terroristas.
A boa crítica especializada do passado não menos aplaudiu o fogoso adjunto das Antas que chegava a dispensar o conforto do “banco” para, de pé e frequentemente em corrida, acompanhar o jogo ao longo da lateral confortando os pobres dos fiscais-de-linha nas suas más decisões. E fez-se História. Ou pré-história, como preferirem.
Estamos agora em 2016 e no início da Primavera, a estação em que a Natureza se renova mas os reportórios, pelos vistos, não. O presidente do Porto, a sofrer um mau bocado por causa de Lopetegui e, sobretudo, por causa do idiota que se lembrou de contratar Lopetegui, falou à nação deixando no ar a suspeita de serem uns quantos encobertos ao serviço do centralismo de Lisboa os “terroristas” que lamentavelmente lhe rondaram a casa uma noite destas.
Quanto ao seu ex-treinador-adjunto, a realidade é que na sua última reaparição semanal, e para não perder tempo, chamou já malandros aos árbitros dos jogos todos do Benfica até ao fim do campeonato. No mesmo fôlego, vincou ainda a necessidade de dividir o país – não na guerra Norte-Sul que o viu nascer para a ação política – mas na urgência patriótica de um conflito João Mário-Renato Sanches, jogadores cujo enorme talento se vê permanentemente abusado em nome de uma velha nostalgia.
É que são de um folclore antigo estes episódios febris da hostilidade entre clubes carregada para o seio da seleção nacional. Da guerra de Pedroto a Mário Wilson à guerra de Sá Pinto a Artur Jorge – guerras que Octávio tão bem conheceu – viu-se de tudo um pouco no velho século XX. Agora parecem querer voltar. Fernando Santos, cuide-se.
Texto de Leonor Pinhão in Record
Sem comentários:
Enviar um comentário