sexta-feira, 22 de setembro de 2017

ABUTRES NO NINHO DA ÁGUIA


Por mais dinheiro que custem ou ganhem as suas peças, as equipas de futebol não são constituídas por máquinas. Por isso, a estratégia como se absorvem os momentos de crise de forma, ou de confiança, pode ser mais ou menos eficaz no cumprimento da intenção de voltar às vitórias. O Benfica está com um futebol telegrafado, previsível, contrariável.
A maneira como Rui Vitória está a lidar com esta fase má da sua equipa não se afigura a mais adequada. Esbraceja mais do que Sérgio Conceição e inventa mais do que Jesus (este, aliás, esta época, não tem inventado nada). O esbracejar, pressionando a equipa de arbitragem por dá cá aquela palha, seria o menos grave se não fosse sintoma de um mal mais profundo: a falta de opções para lugares-chave e o efeito em cadeia que tal carência tem gerado em más opções de jogo.

Pobre guardião e defesa que tem no meio-campo um equívoco chamado Filipe Augusto, a trinco, e que, por arrasto ou não, vê Pizzi sem as soluções e velocidade de decisão que fizeram dele um destaque na época passada. E, assim, a bola chega mal aos flancos e pior à área contrária.
Mas o jogo de ontem deixou boas indicações sobre várias peças ainda pouco rodadas, apesar de ter acabado num empate, e com Rui Vitória a ser pouco claro nos terrenos a pisar pelos substitutos, que entraram já após o empate do Braga. O caso gritante foi Pizzi, que chegou ao final do jogo sem que se percebesse se entrara como solução no flanco direito, função para que está sem velocidade, ou para o centro, onde chocava com o prometedor Krovinovic. Uma outra nota sobre um jogador em concreto: Gabriel Barbosa bateu às portas da Europa, a jogar no Santos como segundo avançado, com um nove fixo na frente (o veterano Ricardo Oliveira). É no centro, e com mobilidade, que este jogador poderá render alguma coisa.
Efeito, que se vai tornando causa, deste mau momento, é a agitação lançada por alguns abutres que frequentam o ninho da águia. Neste domínio, Rui Gomes da Silva escolheu o pior momento para atacar a estrutura de que saiu por Vieira não lhe querer reconhecer o estatuto de número-dois. Várias das farpas lançadas pelo ex-vice podem até refletir realidades no âmago da vida do Benfica. Mas são realidades persistentes. Se a crítica pretende ser construtiva deve ser feita quando as coisas ainda estão bem. É quando a doença ainda não descambou para uma fase aguda que pode e deve ser atacada com êxito. O perfil de Rui Costa é o mesmo de sempre, a falta de contratações ao nível dos jogadores que saíram é um facto desde o primeiro dia de setembro. Altura em que a sua voz soaria bem no silêncio geral.
Agora, Rui Gomes da Silva teve uma entrada fora de tempo, que desestabilizou ainda mais a equipa. Isso os benfiquistas não costumam perdoar nem esquecer.
Octávio Ribeiro, in Record

1 comentário:

  1. Este gajo deveria mas era comentar a vida dele, as suas competências, as suas capacidades.
    Foi sempre uma merda de um presunçoso com tiques de vaidoso. Vai continuar a sê-lo, seja a dizer mal do Benfica, seja a armar-se naquilo que nunca foi - um jornalista com classe!
    Vê-lo como director do CM e escriba do record das pêtas é a mesma coisa que imaginar um porco em cima de uma famel-zundapp, a fazer vrummm, vrummm por uma quelha dentro...
    Desamparem-me a loja, por favor!

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