'- Não.'
Benfica como principal candidato?
'- Não, não!'
Há uma luta a dois pelo título?
'- Não posso dizer isso.'
O jogo com o FC Porto é decisivo no desfecho do campeonato?
'- Não. Não podemos pensar neles ainda, não é? O nosso foco, agora, é apenas o jogo em Setúbal'.
Quatro perguntas, quatro tentativas dos jornalistas (no exercício da sua missão), com o único sentido de pôr à prova um dos capitães da equipa, tentando apanhá-lo desprevenido num momento fora de estágio, de forma a ver se a solidez intelectual do atleta se desmanchava diante de questionamentos inesperados.
Todas as respostas de Jardel começam com a mesma, inflexível e sintomática negativa e, evidentemente, não se resumindo a locuções monossilábicas, só prosseguiam com breves precisões que apenas iam confirmando uma postura sistemática. Ou seja, a avaliar pelas categóricas réplicas do capitão, compreendemos como e quanto o grupo de trabalho do nosso Futebol principal se encontra concentrado em torno do foco que nos é, a todos os Benfiquistas, verdadeiramente essencial: vencer a Liga NOS 2017/2018, conquistar o 37.º Campeonato e alcançar o Penta.
Treino a treino, jogo a jogo, com o seu discurso sempre coerente, Rui Vitória tem sabiamente mantido e consolidado de modo muito impressivo esta robustez mental dos jogadores: por cada jornada, ele abre, caso a caso, o respectivo dossier, que a seguir, encerra inexoravelmente, sem olhar para os lados. E foi assim que aqui chegámos, a seis jogos do fim.
Ao contrário dos outros, com as suas inacreditáveis narrativas, com as suas misérias e as suas vanglórias, as suas ilusões e despropósitos, as suas choradeiras e as suas ameaças, os seus roubos e profanações, as suas alianças contranatura e os seus pseudojulgamentos de pacotilha em que nunca houve nem juiz bem contraditório, ninguém nos perturbou, afinal. Ninguém interferiu no nosso ambiente tranquilo, seguro e vencedor, como, em desespero, eles desejariam que nos pudesse acontecer. E o que parece estar a acontecer (de novo, pela quinta época consecutiva) é que, afinal, é a fortaleza da nossa capacidade desportiva que lhes dá cabo do raciocínio...
Em todo o caso, continuemos a ser prudentes, sensatos e competentes: de acordo com o guião do nosso filme, mesmo agora, ainda nos falta quase tudo."
José Nuno Martins, in O Benfica
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