"Cristina Ferreira recebeu Luís Filipe Vieira como primeiro convidado do programa que a popular apresentadora inaugurou, ontem, na SIC. Em cena esteve, mais do que o presidente do Benfica, um cidadão típico de um tradicional e pobre bairro lisboeta, o exemplo de um sucesso que, como diria o povo, não lhe subiu à cabeça. Sensível, humano, com orgulho nas suas raízes de infância mal remediada, Luís adaptou-se bem ao estilo de conversa amigável com Cristina, jogou às cartas, confessou custar-lhe andar pelo mundo de fato e gravata, enfim, foi ele próprio, sem fronteiras.
Talvez que a cativante proximidade com a apresentadora tenha levado Vieira a baixar a guarda na sua função presidencial. Especialmente quando falou de José Mourinho e confessou que, se o special quiser, será ele o próximo treinador do Benfica.
O que disse e, sobretudo, a forma como o disse, fizeram de Mourinho não apenas um candidato oficial à substituição de Rui Vitória, mas o candidato número um. Ficou claro que a decisão está, apenas, do lado do amigo José e nem sequer depende das condições, uma vez que, segundo Vieira, «dinheiro não é problema para o Benfica».
Um programa de televisão, com as características daquele que recebeu o presidente do Benfica, tem especificidades que obrigam a um redobrado trabalho de comunicação. Porque se está em directo, porque impõe genuinidade, porque exige cumplicidade com o entrevistador. Ora, é muito difícil, sobretudo a quem não é do meio, controlar as emoções e controlar as afirmações. Ficámos, assim, a saber que, ou Mourinho vem para o Benfica, ou virá, sempre, uma segunda escolha."
Vítor Serpa, in A Bola
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