Ponto prévio
O remate da primeira volta da mais importante prova desportiva nacional engloba dois dos mais importantes jogos: Sporting - Benfica e FC Porto - SC Braga. Estes confrontos entre quatro dos cinco primeiros classificados vem realçar a coerência e a continuidade de um campeonato que insiste nesta fórmula requentada que tarda em renovar-se, potenciando o risco, já bem patente, de ver acentuada a perda de qualidade e interesse. Urge, por isso, agilizar medidas que alterem a repetitiva luta pelo título reduzida a duas equipas, a tendência actual para um futebol gourmet de posse e passe lateralizado que torna o jogo desinteressante e fastidioso, assim como bloquear o crescente desrespeito pelo estatuto do treinador, hoje descartável sem um mínimo de pudor pela sua condição técnico-profissional mas também e, sobretudo, humana.
Do estado de espírito
1. Para lá da tradicional rivalidade, a procura do assumir do seu habitual terceiro lugar, por um lado, e a possibilidade, por outro, da obtenção de uma vantagem de sete pontos em relação ao FC porto, eram factores a levar em conta nos jogadores do Sporting e Benfica, respectivamente.
Dos dispositivos tácticos
2. Equipas com modelos tácticas idênticos: duas linhas de quatro jogadores, um avançado assistido por um homem de ligação, Bruno Fernandes no Sporting e Chiquinjo no Benfica. Tal traduzia ideias semelhantes.
Das dinâmicas
3. Benfica a fazer jus à sua condição de líder, com melhor gestão dos tempos de jogo, alterações de ritmo e cadência, pressionando a primeira fase de construção do Sporting, obrigando a adversário a jogar em profundidade, o que não obstou a que as duas melhores oportunidades do primeiro tempo lhes pertencessem, ambas por Rafael Camacho. Tal quadro esbateu-se na segunda metade, com o jogo mais igual no que concerne à forma de jogar e ao domínio por parte de qualquer das duas equipas.
Conclusão
4. Sempre emocionante e contendo intensidade, agressividade e empenho por parte de todos os jogadores, a partida pecou pela falta de qualidade técnica e escassez de momentos de golo, relevando-se como um espectáculo de nível mediano.
Destaque
5. Rafa: entrada fulgurante, excelente sentido de oportunidade e tremenda eficácia. Foi decisivo na vitória do Benfica."
Manuel Machado, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário