"Já está. Nem um clube português apurado, para amostra, na Liga Europa. Três emblemas de campeonatos menores (Ucrânia, Turquia e Escócia) chegaram para Benfica, Sporting e SC Braga, enquanto o FC Porto não teve argumentos para levar de vencida o quinto classificado da Bundesliga.
Aceitando o papel de desmancha-prazeres de serviço, recuso a verdade cor-de-rosa que os clubes querem passar e constato que, à medida que os anos passam, o valor das equipas portuguesas vai decrescendo. Agora, as dificuldades já não se colocam apenas ao nível da Liga dos Campeões, na Liga Europa também recebemos, com uma facilidade inusitada, guia de marcha.
Um e um: o FC Porto, do desastre com o Krasnador, à sujeição à lei do mais forte com o Leverkusen, deu cabo das finanças e não acrescentou ao prestígio; o Benfica passou pela Champions a pedir desculpa por existir, cheio de dúvidas onde só devia haver uma certeza, a de defender o estatuto de quem já esteve em dez finais. Bom jogo de despedida, na Luz, frente ao Shakhtar; o SC Braga, depois de caminhada brilhante, teve um apagão na recta final do jogo de Glasgow e é quem fica melhor neste filme luso; finalmente o Sporting, que não soube fechar a eliminatória em Lisboa, sai de Istambul envergonhado, a olhar para o calendário e a cortar os dias que faltam até ao fim desta malfadada época.
Mas nem tudo foi mau, para Portugal, nesta temporada de competições europeias. Aproveitando o apagão russo - que jeito deu terem criado medidas protecionistas - o nosso país garantiu maior presença na Champions a partir de 2021/2022, o que deve ser visto com uma excelente notícia."
José Manuel Delgado, A Bola
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