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Facto
Iuri, Maria, Rui, Ivo, Rochele, Telma, Jorge, Rui, Júlio, Joana, Marcos... e Miguel.
Conhece estes nomes? Todos eles atletas, todos eles ou medalhados ou com desempenhos excepcionais nos últimos quinze dias... como por exemplo o Miguel, novamente a contribuir para a história do motociclismo português, elevando a bandeira ao seu nível mais alto no passado fim de semana.
Tudo isto nos últimos 15 dias, se considerássemos os últimos meses, esta lista agigantava-se com mais uma série de nomes que tanto tem feito pelo desporto português.
Tudo isto num ano completamente atípico, num cenário de pandemia global, a terem que re-inventar as suas práticas diárias de excelência, uma vez afastados dos seus espaços habituais de treino e arredados dos grandes palcos competitivos internacionais por cancelamento dos quadros competitivos das diferentes modalidades.
Num ano onde, muitos, tiveram inclusive que renegociar o seu sonho por verem adiados os Jogos Olímpicos de Tóquio.
Facto
Num primeiro levantamento apurado em 5 federações de modalidades coletivas, e mesmo que importe recolher os indicadores de todas as modalidades para termos maior perceção do fenómeno em termos globais, registou-se um decréscimo de inscrição de atletas nas respetivas federações de cerca de 80% (em apenas 5!).
80%? Comparativamente à época transata, temos cerca de menos 173 991 atletas inscritos, com algumas modalidades a perderem cerca de 85% dos seus praticantes?
Possíveis factos
Se este fenómeno se revelar transversal a todas as federações, iremos assistir a uma redução de “pódios” em cerca de 80% dentro de uma década? Por motivo de todas as desistências a que vamos assistindo?
E na Sociedade em geral? Teremos quantas centenas de milhar de jovens a entrar no mercado de trabalho, quem sabe a ocupar posições de decisão, menos preparados, menos ágeis em termos do seu quociente de inteligência emocional, da sua capacidade de superação ou de resistência à frustração através da ativação de um nível de esforço desejável para a boa prossecução de metas e objetivos?
Que outras áreas poderão, de forma tão veemente, substituir o Desporto na forma como une portugueses? Que outras áreas devolvem o orgulho nacional, a sensação de identidade e de esperança na capacidade que os portugueses têm, em tantas vezes com tão pouco, erguerem-se e “darem cartas” nos grandes palcos internacionais?
Que outras áreas, de forma tão intimista, agregam famílias e unem amigos em experiências emocionais únicas, onde se aprende a perder e a ganhar?
Que outras áreas?
Este é um momento de reflexão.
Não só para o Desporto, mas também para o Desporto pois, no momento, o seu impacto em Portugal e nos Portugueses é inimaginável – razão pela qual se torna tão importante poder antecipar e prever esses mesmos impactos para que possam ser aplicadas medidas que assegurem a sua (nossa) sobrevivência."
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