As eleições no FC Porto estão a mexer com o universo azul e branco, nada habituado a ter dúvidas quanto ao resultado das idas às urnas. Enquanto Nuno Lobo se mantém na corrida (teve 4,9% dos votos em 2021), André Villas-Boas não só apresentou a sua candidatura, como ainda anunciou alguns dos pesos pesados que irão acompanhá-lo, e Pinto da Costa prepara-se para confirmar (a 4 de fevereiro, no Coliseu do Porto) que será novamente candidato.
Quanto ao presidente em exercício desde 1982, será sobretudo interessante conhecer quem vai acompanhá-lo nesta nova corrida eleitoral, ou seja, quem continua e quem fica de fora, depois de ter sido tornado público e nunca desmentido (antes pelo contrário), o mal-estar de Sérgio Conceição com alguns dos elementos da estrutura portista.
Será que, por exemplo, Adelino Caldeira, Fernando Gomes e Vítor Baía, todos vice-presidentes e administradores da SAD, vão entrar na lista de Pinto da Costa em 2024? E que Luís Gonçalves, administrador da SAD, vai ter a confiança reforçada? Para já, a primeira grande surpresa teve por base uma afirmação de Pinto da Costa, que sacudiu a água do capote para cima do treinador, ao dizer: «Dei os reforços que o Sérgio Conceição me pediu. Não fui eu que inventei os jogadores que vieram. É evidente que se o Sérgio Conceição me pedir o Maradona, que, coitado, já nem existe, ou se me pedir o Cristiano Ronaldo, não lhe posso dar. Mas ele teve os jogadores que quis.»
No dia seguinte, a reação pública de Conceição, até agora sempre respaldado pelo presidente, foi, no mínimo, condescendente: «Há dias em que precisamos muito de fechar os olhos, respirar fundo e reunir todas as forças para recomeçar.»
Estando a procissão eleitoral portista ainda a sair do adro, duas coisas, pelo menos, podem ser tomadas por certas. A primeira é que, como em todos os clubes, o momento desportivo, em abril, da principal equipa de futebol, terá algum reflexo nas urnas; e a segunda é que, dos debates que se anunciam, resultará um conhecimento mais profundo da realidade financeira do clube, e dos termos em que foi processada a venda dos direitos televisivos, que valeu mais de 400 milhões de euros. É esperar para ver…
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