domingo, 14 de abril de 2024

SEGUNDAS LINHAS FORAM CONVINCENTES



Schmidt mudou 8 jogadores no onze e encarnados fizeram exibição convincente este domingo, na 29.ª jornada da Liga.
Sabia-se que Schmidt teria de mudar a equipa porque tinha Otamendi e Aursnes castigados para este jogo com o Moreirense e também porque o duelo de Marselha, da 2.ª mão dos quartos de final da Liga Europa, é já na quinta-feira; não se previa é que o treinador alemão mudasse tanto, de início e durante o desafio.
Depois de ter repetido o onze nas últimas três partidas (duas com o Sporting, na Taça de Portugal e na Liga, e a terceira frente ao Marselha na Luz) para este confronto com o Moreirense o treinador apenas manteve como titulares Bah, João Neves e Neres. Mudou oito jogadores de início e a equipa entrou forte no desafio, com intensidade e a ter vários jogadores menos utilizados a quererem mostrar serviço — como Álvaro Carreras ou Tiago Gouveia — e outros empenhados em marcar uma posição numa época inconsistente por razões diferentes — Arthur Cabral e Kokçu.
Não foi tudo perfeito, claro que não, nem podia com tantas alterações no onze, e sentiu-se alguma dificuldade da equipa encarnada para controlar quando em posse da bola, na definição junto à área do Moreirense e na circulação em zona defensiva — este último um momento particularmente delicado e no qual o entendimento entre o guarda-redes Samuel Soares e os defesas nem sempre foi o melhor, o que causou suores frios aos benfiquistas em vários lances que roçaram o disparate.
Porém, o Moreirense, apesar de bem organizado e a procurar sair em transição num futebol apoiado, pareceu querer jogar sempre mais no erro do adversário do que verdadeiramente acreditou nas suas capacidades para empurrar as águias e chegar à baliza de Samuel Soares, o que foi dando chances ao Benfica para ganhar confiança e ir crescendo.
Kokçu marcou o primeiro golo num lance que ele próprio iniciou e o criativo turco, desta vez a jogar na posição 10, teve várias outras boas iniciativas, em remates e em passes, sem deixar de se esforçar para pressionar sem bola os defesas do Moreirense. Arthur Cabral também foi marcando posição e fez um remate fantástico para enorme defesa de Kewin Silva, e mais tarde, ainda antes do intervalo, Tomás Araújo marcaria o segundo golo num lance em que insistiu junto à baliza. Mas pelo meio também se foram percebendo alguns sinais de instabilidade e ansiedade. O remate de Alanzinho ao poste, aos 34’, foi um abre-olhos importante para a abordagem de Schmidt para a segunda parte.
Mais agressividade
Contrariamente ao que tem sido a sua matriz como treinador desde que entrou na Luz, Schmidt fez três substituições ao intervalo. Florentino entrou por João Neves e fechou o meio-campo, António Silva fez o toca a reunir lá atrás (também porque Tomás Araújo teve de sair magoado no tornozelo direto) e a aposta em Rollheiser para o lugar de Neres foi mais inesperada, mas o extremo argentino correspondeu à confiança ao apontar, com classe, o terceiro golo, dando sequência a um passe excelente de Tiago Gouveia, que fez duas assistências na partida.
Com estas mudanças, o Benfica continuou a jogar com alegria e sempre prego a fundo, sem dar uma bola por perdida e sem dormir à sombra dos 3-0 do marcador. Somou várias oportunidades para engordar a vitória, não conseguiu, mas os adeptos gostaram da atitude e aplaudiram para o que parece ter significado pazes feitas depois dos assobios no final da vitória por 2-1 no jogo anterior, frente ao Marselha, na Luz.
Foram vários os bons sinais para Roger Schmidt neste jogo e merecida a vitória da sua equipa frente a um Moreirense que nunca colocou verdadeiramente em causa a irreverência deste Benfica diferente.

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