quarta-feira, 12 de março de 2025

"BENFICA FOI UM DOS MELHORES PERÍODOS DA MINHA CARREIRA"



Saviola lembra com carinho forma de jogar «espetacular» da equipa de Jorge Jesus, a quem deixa rasgados elogios. Recorda título em 2009/10, que impediu 'penta' do FC Porto.
Javier Saviola concedeu uma longa entrevista ao El Confidencial, na qual abordou a vasta carreira como jogador, ele que passou por clubes como Barcelona, Real Madrid, Benfica, River Plate Mónaco e Sevilha.
O antigo avançado argentino não esqueceu a passagem marcante pelas águias, que durou de 2009 a 2012, proveniente dos merengues, lembrando com saudade a equipa de Jorge Jesus, que jogava de forma «espetacular.»
«O Benfica foi um dos melhores períodos da minha carreira. Voltei a sentir-me confiante, voltei a sentir-me em contacto com o futebol sob o comando de Jorge Jesus. Era uma grande equipa, com David Luiz, Di María, Luisão, Aimar, Cardozo... Tenho recordações espetaculares da forma como essa equipa jogava.»
Saviola, que venceu 18 títulos ao longo da carreira, teceu rasgados elogios a Jesus, com quem trabalhou nas três temporadas na Luz, sobretudo por ter melhorado o aspeto defensivo so seu jogo.
«Valorizo a sua inteligência para encontrar o meu lugar em campo. Além disso, aprendi muito com ele, por exemplo, a defender melhor, que era uma das coisas em que eu era pior, algo que também me ajudou a atacar melhor. O que Jorge Jesus não queria era que os rivais saíssem a jogar com os médios. Bem, há o Busquets, que se jogar não há nada a fazer porque a sua equipa ganha sempre (risos), mas ele é uma exceção que prova a regra. Por isso, a minha tarefa defensiva como criador de jogo era impedir que o médio jogasse, porque havia muitos médios bons. Jorge Jesus mostrava-me vídeos para me fazer perceber o espaço em que me encontrava e como defender apenas a partir de uma posição melhor. Depois testava-me nos treinos, colocando-me onde tinha de estar até me habituar e consegui fazê-lo da melhor forma, simplificando a fase defensiva da equipa», sublinhou.
O ex-internacional argentino, que venceu um Mundial sub-20 e uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, falou ainda sobre a dimensão do Benfica fora de Portugal, recordando o título de 2009/10 que permitiu às águias acabaram com a hegemonia portista de quatro anos seguidos: «A grandeza que este clube tem é algo que só se sabe quando não se está lá dentro. Lembro-me de jogar jogos fora de Portugal e de ver a quantidade de pessoas que nos acompanhavam. As pessoas de lá [Portugal] têm uma memória muito viva dessa equipa, pois conseguimos ganhar o campeonato e quebrar a série do FC Porto.»
Javier Saviola foi colega do atual técnico do Manchester United no Benfica, entre 2009 e 2012. Antigo jogador das águias diz que o português «precisa de tempo» e revela mais dois jogadores que via como potenciais treinadores naquele plantel dos encarnados
Javier Saviola teve uma passagem marcante pelo Benfica, entre 2009 e 2012, período no qual apontou 39 golos de águia ao peito. O argentino foi colega de Ruben Amorim no emblema da Luz e diz que sempre soube que o atual técnico do Manchester United daria um bom treinador.
«O Ruben e eu conhecemo-nos durante a nossa passagem pelo Benfica e ambos aprendemos muito com Jorge Jesus. Era um treinador que, além de todo o conhecimento tático que partilhava, procurava sempre ensinar todos os que o rodeavam, e nós absorvemos muito dele», conta o ex-avançado argentino, agora com 40 anos, em declarações ao Confidential.




«O Ruben já mostrava algumas qualidades. Quando se partilha o balneário com um jogador, percebe-se quem lida bem com as situações e tem potencial para ser treinador. O Ruben era muito analítico, organizava taticamente a equipa e via-se que tinha essa visão», completou Saviola.
Porém, Amorim não era o único no balneário dos encarnados que o argentino via com potencial para ser treinador. Pablo Aimar, atualmente adjunto na seleção da Argentina, e Luisão, que abandonou no final do ano passado o cargo de dirigente no Benfica, também tinham esse perfil, revela: «Sabíamos que o Pablo Aimar, o Amorim e o Luisão poderiam vir a ser treinadores, porque Jorge Jesus demonstrou constantemente o que significam verdadeiramente as sessões de treino, como gerir um grupo e lidar com a dinâmica dentro do balneário.»

Apesar de já esperar uma carreira de sucesso como técnico principal, Saviola confessa que a ascensão meteórica de Ruben Amorim foi surpreendente: «Não esperava que a sua carreira de treinador arrancasse tão rapidamente e com tanto sucesso, primeiro no Sporting e agora no Manchester United. Penso que ele precisa de algum tempo. Acabou de chegar e tem de se adaptar à liga mais competitiva do mundo. É um ambiente muito diferente daquele a que ele estava habituado, mas não tenho dúvidas de que se vai sair bem.» 

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