domingo, 31 de outubro de 2021

NEM LUCÃO SEGUROU A LIDERANÇA

 


"Frenético mas pensado. Assim entrou o Benfica na Amoreira. Construção de grande qualidade nos pés de Vertonghen à esquerda e Lucas Veríssimo à direita, os centrais encarnados não apenas não tremem na pressão adversária, como demonstraram uma qualidade assinalável no primeiro passe de ligação ofensiva – Encontrando não apenas os laterais (Radonjic e Grimaldo), mas também os médios e avançados.
O golo inaugural de Lucas Veríssimo trouxe a tranquilidade que permitiu à equipa de Jorge Jesus rubricar 20 minutos iniciais de grande qualidade, mesmo que sem bola, o Estoril tenha conseguido sair da pressão com os constantes apoios frontais dos avançados e combinação com os médios que já recebiam de frente para acelerar.
Pressing do Benfica – Saída do Estoril: Procura de quem está mais avançado para que este deixe médios de frente

Somou vários ataques prometedores que foram sendo desperdiçados na definição final, mas também viu Arthur Gomes descobrir Clóvis para uma perdida importante – estaria eventualmente em posição de “offside”, e foi prometendo na fase inicial mais do que o cumpriria na etapa inaugural.
A qualidade da construção do jogo do Benfica, que beneficia não apenas de centrais diferenciados em posse, mas também da inteligência e da boa escolha das suas rotas ofensivas por parte de Weigl trouxe aproximações ao último terço constantes, mas sempre com um Estoril bem organizado e fechado na sua linha de cinco – Quando perde a posse e transita para organização, o médio vira central.
Yarem e Darwin mais profundos, Rafa e João Mário como ligação para últimos movimentos dos pontas

Ausente – sem serviço – Yaremchuck e com Darwin com mesmas qualidades e defeitos de sempre – Acelera o jogo criando possibilidades que outros não criariam, mas sempre ansioso na decisão e incapaz de ver para lá do seu centro do jogo, os avançados do Benfica não contribuíram com a mesma qualidade para o jogo encarnado que os homens da rectaguarda e pouca foi a criação da equipa de Jorge Jesus, depois da prometedora entrada.
Não espantou a troca de Yarem por Ramos logo ao intervalo. O avançado português trouxe mais disponibilidade para todos os momentos – Defensivos e Ofensivos – e somou impacto imediato no lance em que combinou com Grimaldo para uma bola que percorreu toda a grande área e que quase chegou a Darwin. Ramos passou pelas diferentes posições do ataque – no apoio a Darwin e como nove mais fixo – e foi sempre diferente para melhor de todos os colegas na posição de homem mais ofensivo.
Diogo Gonçalves e Everton subiram a jogo substituindo os fatigados Darwin e Radonjic, e se o lateral português esteve participativo na ala direita, servindo a zona de finalização por diversas ocasiões, Everton falhou a ter impacto na partida.
A segunda parte decorreu com um Benfica seguro no controlo da partida, mas a desperdiçar na definição final oportunidades para garantir a tranquilidade no resultado – Ramos esteve em todos os lances prometedores.
A entrada de Meité e Pizzi para os instantes finais veio trazer perdas da posse ao jogo encarnado (Pizzi falhou metade dos passes que tentou!), menor qualidade posicional no centro do terreno – responsabilidade de Meité – menos agressividade, e embora nada o fizesse prever o Benfica que até então já deveria ter resolvido a partida, criou condições para um final infeliz.
De canto marcou, de canto sofreu. E hoje dormirá a olhar para cima."

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