domingo, 29 de maio de 2022

HISTÓRICO! REIS DA TAÇA EHF



 Histórico: a taça é nossa!

O Benfica venceu (40-39) os alemães do Magdeburgo na final da EHF European League, conquistando o seu primeiro troféu internacional de clubes.
Histórico! Sensacional! O Benfica venceu o seu primeiro troféu internacional no andebol, ao bater (40-39) o Magdeburgo na final da EHF European League neste domingo, 29 de maio, no Altice Arena. Emoção, sofrimento, qualidade e paixão Benfiquista reinaram numa tarde que foi uma grande promoção para a modalidade!
Pela frente estava uma das melhores equipas do mundo, atual líder e provável vencedora da Liga alemã, por muitos vista como mais forte em termos internacionais, mas também o detentor do troféu, fatores que tornavam a missão do Benfica hercúlea.
Num pavilhão com mais de cinco mil Benfiquistas nas bancadas, os jogadores do Benfica assumiram o desafio com paixão, afinal, pela frente estava a possibilidade de fazer história no Clube, mas também no andebol nacional, que nunca vira uma das suas equipas a vencer este troféu internacional.
Equilibrado nos primeiros minutos do encontro, fruto dos elevados níveis de concentração, os encarnados tiveram a seu favor um Sergey Hernández verdadeiramente inspirado durante todo o jogo e na fase inicial algum desacerto forasteiro. Os alemães colocaram duas bolas nos postes e o Benfica aos 10 minutos liderava o marcador por 6-4.
O internacional espanhol do Benfica continuava a somar defesas, compensando alguma falta de experiência que esteve por detrás de alguns erros ofensivos dos encarnados. Aos 19 minutos, com sete defesas e 50% de eficácia, Sergey Hernández mostrava-se determinante no jogo.
Os alemães, mesmo assim passaram para a frente (9-10), aos 21', na sequência de três ataques perdidos pelo Benfica, ainda que as duas exclusões dos forasteiros tenham encaminhado o encontro para uma vantagem de 13-12 aos 26'.
E foi mesmo o guardião dinamarquês Green a negar, em cima do intervalo, que o Benfica chegasse em vantagem por mais do que um golo.
Após a homenagem à equipa feminina de andebol do Benfica, vencedora do Campeonato Nacional, no decurso do intervalo, o Benfica viveu o pior momento no encontro, depois do 16-15 de Ole Rahmel. Mais agressivos a defender e certeiros no ataque, os homens do Magdeburgo cavaram a maior diferença no marcador, colocando-o nos 17-20.
Pensou-se que os alemães iam disparar para a vitória, porém, beneficiando de um ataque mal sucedido e uma perda de bola para Alexis Borges, o Benfica conseguiu reduzir a desvantagem para a margem mínima contando com um determinante Ole Rahmel, letal na ponta direita e na conversão nos livres de sete metros ao longo do encontro.
O cronómetro correu com emoção e muita luta, com as alterações no marcador a levarem os adeptos encarnados ao rubro. Sergey Hernández manteve-se imperial entre os postes, a defender livres de sete metros e duas bolas em campo aberto a favor do Magdeburgo. Os 28-27 a 5,22 minutos do final levaram o técnico Bennet Wiegert a parar o jogo.
O último minuto do encontro foi impróprio para cardíacos. A 36 segundos do final, com um 31-31 no marcador, o Magdeburgo adiantou-se por Weber, deixando ao Benfica somente três segundos para empatar e forçar o prolongamento.
A bola foi ao centro do terreno e a jogada delineada por Chema Rodríguez resultou em pleno, com Alexis Borges, em cima da buzina, a igualar o marcador (32-32), levando os adeptos e o Presidente Rui Costa ao rubro!
No primeiro período de cinco minutos extra, o Magdeburgo assumiu a liderança no marcador, valeu então ao Benfica que Sergey Hernández, com duas defesas de classe, uma delas num livre de sete metros, a manter a diferença em apenas um golo (34-35).
Com os nervos à flor da pele, Demis Grigoras foi expulso no decurso dos últimos cinco minutos de jogo, facto atenuado com uma exclusão no lado alemão, deixando o resultado em 37-37, isto após o último golo na conversão de um livre de sete metros do Benfica ter sido validado pelo VAR. Nova contrariedade para o Benfica a 2,09 minutos do final, quando Jonas Källman foi suspenso por dois minutos.
Com menos um elemento em campo e, entretanto, a perder por um golo, o Benfica teve em dois golos de Bélone Moreira, um deles após uma ação defensiva de classe mundial, no ar, de Lazar Kukic, o impulso para o triunfo, consumado por Alexis Borges, quando estabeleceu o 40-38, atenuado, quando já se fazia a festa encarnada, pelo livre de sete metros de Magnusson (40-39).
A festa foi generalizada no Altice Arena, entre jogadores (Lazar Kukic pegou no microfone e cantou "eu amo o Benfica"), adeptos, staff, isto no mês em que a secção de andebol masculino do Benfica comemora os 90 anos de existência, tendo o Clube conquistado o seu primeiro troféu internacional.
Petar Djordjic acabou por sagrar-se o melhor marcador da competição com 109 golos, enquanto Sergey Hernández foi considerado o melhor jogador desta final four.
DECLARAÇÕES
Fernando Tavares (vice-presidente do Benfica): "Tenho muito orgulho nestes rapazes, desde o primeiro jogo acharam que era possível este momento e conseguiram. Parabéns ao público que esteve aqui connosco e que nos ajudou a vencer um campeão alemão."
Chema Rodríguez (treinador): "É um sonho! Lutámos até final, foi um final perfeito! Foi um grande trabalho, lutámos muito e a equipa esteve sempre unida. É uma vitória, sobretudo pelos adeptos, que viram o jogo. Creio que o jogo foi um milagre atrás de milagre, o golo do empate no último segundo... foi um milagre! É resultado do esforço e trabalho incrível destes jogadores. Vencemos uma das melhores equipas do mundo da atualidade. Este título é muito importante para o Benfica e para o andebol português."
Luís Cruz (treinador adjunto): "As pessoas não têm noção do que nós fizemos, éramos outsiders. Merecíamos muito isto, é muito bom! Está na hora das pessoas perceberem que em Portugal o desporto não é só futebol, precisamos dos Benfiquistas."
Sergey Hernández (melhor jogador da final four): "Não tenho palavras! É para os adeptos! Sem eles não tínhamos feito nada. Ajudaram-nos ontem e hoje, foram o jogador extra que veio da bancada."
Petar Djordjic (melhor marcador da competição): "Não sei o que posso dizer, é incrível, é mágico, estou sem palavras. Estou muito feliz, viva o Benfica. É o meu terceiro ano no Benfica, ver os nossos adeptos a apoiar desta forma... estou muito orgulhoso da minha equipa, somos uma grande família, merecemos este título, num ano que não foi fácil."
Ole Rahmel (ponta-direita): "Não consigo descrever! Viram o que conseguimos? É incrível! Jogámos contra uma grande equipa, vencemos a equipa que vai ganhar a melhor Liga do mundo."
Rogério Moraes (pivot): "É um ano especial, agradeço ao Benfica, pois num momento difícil da minha carreira, foi muito importante poder ganhar, sinto-me em casa. Ninguém esperava esta vitória. Não éramos os favoritos, tínhamos os adeptos a nosso favor. O Clube deu muito por nós, conseguimos este objetivo. Portugal melhorou muito em termos de andebol, nas próximas épocas vamos estar mais fortes."
Paulo Moreno (capitão de equipa): "Choro sempre de tristeza, de felicidade não. Nunca pensei conseguir isto, nunca pensei ser sénior no Benfica, pensar que ia ser campeão, não tenho palavras. Tinha na cabeça que íamos conseguir. Acreditava que tínhamos qualidade e ainda bem que conseguimos. Aqueles últimos segundos do tempo regulamentar foram uma grande pressão. Foi o golo da glória."
Lazar Kukic (central): "Ainda não sei como descrever. Espero não estar a sonhar. Esta equipa e este Clube tem muito coração e joga por amor. Demos tudo, não estávamos muito bem fisicamente no final, mas conseguimos."
Gustavo Capdeville (guarda-redes): "Trabalhámos muito e hoje conseguimos vencer. Foi uma ansiedade muito grande. Tivemos uma estrelinha que nos ajudou. Graças a Deus tínhamos o VAR, que nos ajudou."


Bélone Moreira (central): "Foi incrível o que fizemos, é talvez a melhor equipa do mundo! Sabíamos o que fazer, acreditámos mais do que eles. É um sentimento de realização. Estávamos apáticos nos últimos segundos do tempo regulamentar, mas conseguimos marcar e acreditámos sempre."
Alexis Borges (pivot): "É tão bom ganhar, sentir o apoio dos adeptos, da nação Benfiquista. Conseguimos e fizemos história, é o mais importante. O jogo foi coração, por muita qualidade e técnica, o mais importante é jogar com coração."
Jonas Källman (ponta-esquerda): "É fantástico, fizemos um jogo muito bom. Houve muita luta, muitos golos, um bom espírito de luta das duas equipas, mas tivemos um pouco mais de sorte e vencemos. Vim para ajudar o Clube o máximo que conseguia. Tenho 40 anos, mas ainda gosto de jogar andebol. Fizemos um jogo extraordinário."
Mahamadou Keita (ponta-esquerda): "É fantástico ter ganho esta competição, o cenário foi de malucos. Estava totalmente focado, vencemos e os Benfiquistas estão de parabéns!"
Francisco Pereira (central): "É uma sensação única ter vencido este troféu. O Benfica é assim, temos de continuar."
Demis Grigoras (lateral-direito): "Foi fantástica a vitória, mas sentimos que íamos ganhar. A final foi muito complicada, contra uma grande equipa. Jogámos com o coração. Demos tudo em campo."
Benfica-Magdeburgo
40-39 (ap)
Altice Arena
Formação inicial do Benfica
Sergey Hernández, Jonas Källman, Rogério Moraes, Lazar Kukic, Demis Grigoras, Petar Djordjic e Alexis Borges
Suplentes
Gustavo Capdeville, Mahamadou Keita, Ole Rahmel, Bélone Moreira, Paulo Moreno, Carlos Martins, Tadej Kljun, Luciano da Silva e Francisco Pereira
Formação inicial do Magdeburgo
Green, Chrapkowski, Hornke, Magnusson, Gullerud, Mertens e O'Sullivan
Suplentes
Mike Jensen, Musche, Kristjansson, Pettersson, Weber, Magnus Jensen, Bezjak, Smits, Damgaard
Ao intervalo 15-14
Marcadores do Benfica
Ole Rahmel (11), Petar Djordjic (9), Jonas Källman (6), Alexis Borges (6), Lazar Kukic (5), Bélone Moreira (2) e Demis Grigoras (1)

1 comentário:

  1. Raça, querer e ambição. Tiveram «na alma a chama imensa», jogaram à Benfica e deram tudo o que um benfiquista quer ver dos seus atletas, de todas as modalidades. Resultado, uma tremenda vitória e uma grande felicidade para vocês e para nós. Parabéns e muito obrigado, campeões!

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