"E sobra o Benfica na Liga dos Campeões. É a segunda temporada consecutiva em que é o único representante português entre os oito finalistas. Mas como é costume dizer-se, “mais vale só do que mal-acompanhado”.
Entre os oito, coloco o Benfica no segundo patamar. Real Madrid, Bayern Munique e Manchester City compõe o trio de principais favoritos a vencer a competição. Benfica, Chelsea e Nápoles são os que, em condições muito propícias, poderão fazer uma surpresa, o primeiro e o último pelo que têm jogado, o segundo pela qualidade do plantel e por parecer, nos últimos jogos, ter-se reencontrado. Os de Milão são os que menos demonstraram, até ao momento, ter argumentos para lutar pelo triunfo derradeiro.
Tal não significa que seja impossível ultrapassar qualquer dos que considero favoritos, assim como não é um desfecho óbvio a eliminação de Milan ou Inter. Todos estão em prova e, com maior ou menor legitimidade, todos têm direito a sonhar.
E todos inclui, naturalmente, o Benfica, cujo treinador tem afirmado, desde as rondas de qualificação para a fase de grupos, que encara a prova (e a época) “jogo a jogo”, demonstrando-o, na prática, pelas opções que toma. Ademais, verifica-se que a abordagem competitiva dos jogadores não se altera consoante a dificuldade das partidas. Esta é uma característica indelével da equipa do Benfica em 2022/23, sobre a qual estou convicto de que, ao contrário do ocorrido em anos recentes, ninguém ostentará um sorriso na face se esta lhe calhar em sorte.
Analisar os adversários possíveis é, também, mais uma oportunidade de constatar a grandeza europeia do Benfica. Três deles, Real Madrid, Milan (duas vezes) e Inter, já disputaram uma final da principal competição europeia com o Benfica, acrescendo ainda o Chelsea, mas na Liga Europa. É obra!
P.S.: Que grande exibição, mais uma, na Madeira ante o Marítimo. É certo que os maritimistas estão mal classificados, mas não menos o é que, até à recepção ao Benfica, só haviam perdido uma vez em casa por mais de um golo e nunca por três. O Benfica deu três, mas poderia ter ganho por cinco ou seis que ninguém se espantaria, tantas foram as oportunidades clamorosas de golo criadas. Excelente!"
Luís Fialho, in O Benfica
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