domingo, 30 de junho de 2013

UMA CARREIRA OU UMA REFORMA?

Uma carreira ou uma reforma?
ESCREVEM OS LEITORES

Autor: JOEL PERPÉTUO/22 ANOS/ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO

 
Para os comuns adeptos de futebol, os jogadores que ficam na história além dos que pelo seu talento e virtude marcaram gerações, são também os ídolos, as referências, os jogadores que foram figuras de várias épocas num só clube, nomes como Francesco Totti , Iker Casillas, Ryan Giggs, Maldini entre outros, pela fidelidade que prestaram aos seus clubes ficaram na história, como ídolos de paixão e devoção ao clube.

Mas outros jogadores apesar de não começarem a carreira no clube e de terem jogado em dois ou três clubes, acabam por optar pela solidez de um projecto desportivo e ficarem também eles ligados a história de um clube de futebol, como Luisão no Benfica, Rio Ferdinand no Manchester United, ou Sérgio Ramos no Real Madrid, por exemplo, mas numa época global e com assédio empresarial ao mais alto nível, é difícil manter-se focado num projecto a vida toda, e por vezes ambição de outro campeonato ou outro poderio económico para uma reforma dourada levam jogadores e também treinadores a optarem por novos desafios.

Até aqui tudo bem e conseguimos perceber o porquê de David Beckham e Cristiano Ronaldo irem para o Real Madrid, ou o porquê de Piqué ir para o Barcelona, são opções futebolísticas que não tiram os jogadores da ribalta nem das grandes montras, e percebe-se também o porquê de Nani, Anderson,Pepe, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Álvaro Pereira, Di Maria, Ramires, David Luiz e Coentrão optarem por saírem de Portugal para clubes com outra condição financeira e nível competitivo, é a natureza do futebol.

Mas um novo caso de transferências e projectos desportivos estão a começar aparecer, e a deixar os amantes do futebol desiludidos, em Portugal este ano tivemos um treinador bicampeão a ir para uma liga do médio oriente, e temos um avançado português como Cícero que ia marcar presença na Champions, a abdicar da sua carreira e ir com 28 anos para o Cazaquistão, tivemos um Bruno César a ir também para o médio oriente, quando era internacional brasileiro e tinha mercado em vários países com maior visibilidade. Hulk e Witsel, dois jogadores com enorme potencial trocaram Benfica e Porto ( agora cabeças de serie na liga dos campeões) pelo gelo do desconhecido campeonato Russo, fora da visibilidade internacional de outros campeonatos, Moutinho e Falcão optaram pela liga francesa num clube recém promovido, que não irá participar nas principais montras europeias. Falando concretamente do Radamel Falcao, já a troca do Porto pelo Atlético Madrid, fora um retrocesso desportivo, que o jogador fez por motivos financeiros.

Chegamos a uma época onde os jogadores de futebol estão cegamente obstinados com o dinheiro, e não podemos falar em crise, porque o teto salarial de um clube como Benfica e Porto é suficientemente rentável, e a montra de jogar em provas europeias é sempre aliciante, permitindo actuar pelas principais selecções, porém se é fácil perceber a sedução pela liga inglesa ( a melhor do mundo para a maioria), ou a Espanhola, com clubes clássicos do futebol mundial, ou ainda italiana e alemã, com grandes colossos europeus, já o mesmo não se consegue perceber com ligas menos atractivas, como a Ucraniana, Russa, Chinesa, Francesa ou do Médio Oriente.

Podemos assistir a uma época global, onde quando um jogador chega a um clube fica-se a sensação que a duração é mais efémera que nunca, e que 3 anos já é uma eternidade e devoção, num futebol rápido onde a velocidade com que se desce e sob os degraus da fama e do prestigio é estonteante, e onde o dinheiro está a comprar tudo, se em Inglaterra o Chelsea e o Manchester City vieram impor-se a clubes como Arsenal e Liverpool que viram serem-se ultrapassados economicamente pela facilidade com que se libertam cheques para comprarem toneladas de super-estrelas, então podemos ficar ainda mais assustados se ligas mais afastadas do estrelato da liga dos campeões, começam a comprar as principais estrelas dos nossos clubes e que fazem o comum dos adeptos gostar de ver a liga dos campeões ou a liga europa.

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